Recomendações derrubam siderúrgicas e puxam alta da Marfrig; veja mais 15 destaques

No radar, 4 empresas repercutem revisão de recomendação de grandes bancos; SulAmérica teve leilão na Bovespa de compra e venda de 34 milhões de units

Paula Barra

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SÃO PAULO – Com noticiário movimentado, 15 ações ganharam destaque no pregão desta sexta-feira (27). A Marfrig (MRFG3) fechou como a maior valorização do Ibovespa, com revisão na recomendação do BTG Pactual, enquanto do lado negativo figuram as ações da Oi (OIBR4), que são fortemente penalizadas nesta sessão depois de terem subido na véspera com o anúncio de venda de torres. 

Ainda entre as quedas, figuraram as ações das siderúrgicas, que fecharam o pregão desta sexta-feira registrando baixa de mais de 2%: Gerdau (GGBR4), Metalúrgica Gerdau (GOAU4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3). Os papéis refletiam o corte de recomendação do Bank of América Merrill Lynch. 

Chamaram atenção hoje também outras 3 empresas que tiveram suas recomendações revisadas por grandes bancos, sendo elas: Rossi (RSID3), Cyrela (CYRE3) e BR Properties (BRPR3). 

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Confira os principais destaques da Bolsa:

Oi (OIBR4, -5,19%, R$ 2,01)
Liderando as perdas do Ibovespa, as ações da Oi caem forte após sua maior acionista, Portugal Telecom, anunciar compra de 900 milhões de euros em dívidas da RioForte.

As ações da Portugal Telecom chegaram a cair mais de 3% nesta sexta-feira depois que a empresa anunciou que havia comprado 900 milhões de euros em dívidas emitidas por uma holding da família do português Banco Espírito Santo, que tem estado sob escrutínio por irregularidades em outra holding.

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Maior banco listado de Portugal, o Banco Espírito Santo (BES), que era controlado pela família Espírito Santo até uma emissão de ações neste mês, é o maior acionista da Portugal Telecom, com uma fatia de 10%.

Na véspera as ações da companhia subiram 2,9%, quando a operadora de telefonia informou que vendeu torres de telecomunicações para a SBA por R$ 1,17 bilhão. O negócio está previsto para ocorrer em dezembro de 2014. 

Siderúrgicas
Na sequência, aparecem as ações das siderúrgicas. Destaque para a baixa dos papéis da Gerdau (GGBR4, -2,84%, R$ 13,01), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, -3,17%, R$ 15,60), CSN (CSNA3, -2,09%, R$ 9,36) e Usiminas (USIM5, -4,17%, R$ 7,58). A recomendação de Gerdau e Usiminas foram rebaixadas pelo Bank of América para neutro.  

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Marfrig (MRFG3, +5,18%, R$ 5,89)
Do outro lado, a Marfrig fechou como maior alta do índice, cotadas a R$ 5,89. A empresa repercute positivamente a elevação de recomendação do BTG Pactual. A classificação dos papéis passaram para compra.  

BR Properties (BRPR3, -0,38%, R$ 13,25)
Ainda entre as ações que tiveram suas recomendações revisadas, a BR Properties registrou desvalorização depois que o Santander rebaixou para manutenção os papéis da empresa. Analistas veem mais risco e nenhum catalisador positivo para a empresa no curto prazo, a menos que novas aquisições sejam anunciadas. 

BRF (BRFS3, +2,05%, R$ 53,25)
As ações da BRF subiram durante quase todo o pregão, fechando as negociações de hoje cotadas a R$ 53,25. A empresa, maior exportadora de carne de frango do mundo, firmou contrato temporário com a Minerva para realizar serviço de abate e desossa de gado, com o objetivo de elevar o aproveitamento das unidades da companhia. Segundo a empresa, o negócio, aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), é independente de outra operação sobre a venda de ativos de abate de bovinos da BRF no Mato Grosso para a Minerva, anunciada no final do ano passado e que teve a recomendação impugnada pelo órgão de defesa da concorrência.  

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Cyrela e Rossi 
As ações da Cyrela (CYRE3, +0,36%, R$ 13,75) fecharam com saldo positivo depois de apresentarem leve queda mais cedo por conta de um corte de recomendação do Morgan Stanley. A classificação das ações foram revisadas para equalweight (desempenho em linha com a média). Por sua vez, as ações da Rossi (RSID3) sobem 3,01%, a R$ 1,71, com a elevação da recomendação da construtora pelo banco para overweight (desempenho acima da média).  

SulAmérica (SULA11+1,37%, R$ 15,59)
Entrou no radar da Bolsa hoje também as units da SulAmérica. Os ativos da seguradora ficaram “travados” na Bolsa durante 30 minutos nesta tarde por conta de um leilão de compra e venda. A operação, conforme já havia sido informada na véspera pela Agência Bovespa, movimentou cerca de R$ 526 milhões. Embora o resultado oficial ainda não tenha sido divulgado, pelos dados de negociação da Bolsa parece que superou o volume informado. A expectativa era que fossem oferecidas 34.073.516 units, que representam 10,18% do total de papéis, ao preço de R$ 15 por unit, o que daria R$ 511,1 milhões. O Merrill Lynch atua como instituição intermediária e informou à Bovespa que o vendedor não é acionista controlador ou integrante do bloco de controle da empresa.

Lupatech (LUPA3, -1,67%, R$ 0,59)
Embora operem em queda, a Lupatech, empresa de pouca negociação e que tem característica de “mico” da Bolsa, anunciou nesta manhã um avanço em seu processo de recuperação extrajudicial. Conforme comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa informou que a corte de falências de Nova Iorque, nos Estados Unidos, competente para reconhecer os efeitos do plano de recuperação extrajudicial da companhia nos Estados Unidos, bem como concedeu medida liminar que impede quaisquer terceiros de ingressar com execuções judiciais contra a companhia e suas subsidiárias no país. Segundo a empresa, a decisão proferida ainda não representa o reconhecimento dos efeitos do plano, entretanto, representa importante avanço no andamento do processo. 

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ALL (ALLL3, -0,12%, R$ 8,35) 
As ações da ALL perderam força depois de figuraram entre as maiores altas do Ibovespa no início do pregão desta sexta-feira (27). A empresa  repercutia o anúncio de que o benefício fiscal concedido pela Sudam à ALL Malha Norte foi estendido até 2023 pelo Fisco. O benefício consiste na redução de 75% do imposto de renda incidente sobre o lucro da ALL Malha Norte.  

MMX (MMXM3, -6,03%, R$ 2,18)
A mineradora MMX, controlada por Eike Batista, viu suas ações despencarem na Bolsa, fechando à sua mínima do dia após anunciar, na quinta-feira (26), que a busca por um parceiro para ajudar a financiar sua expansão tem sido mais difícil por causa da queda dos preços do minério de ferro. 

A MMX está em processo de reestruturação e busca um parceiro para a mina no projeto Serra Azul, em Minas Gerais, enquanto lida com o colapso do conglomerado de petróleo, energia, mineração, construção naval e operações portuárias do empresário.

All Ore (AORE3, +18,92%, R$ 0,44)
Fora do Ibovespa, as ações da empresa pré-operacional All Ore registraram fortes altas no pregão desta sexta-feira. Após dois dias de queda, somando 31,48% de queda e fechando o dia de ontem cotadas a R$ 0,37, hoje as ações AORE3 voltaram a somar ganhos na Bovespa. Chamando atenção dos investidores nos últimos dias, as ações chegaram a registrar ganhos de quase 300% em apenas 4 pregões.

Na quarta-feira passada, a BM&FBovespa indagou a companhia acerca do motivo da disparada dos ativos. A All Ore, por sua vez, manifestou-se dizendo que desconhece qualquer fato que possa justificar as oscilações, mas que interpreta a movimentação “como ajuste natural dos preços após o recente leilão de venda realizado por um investidor minoritário”, realizado em maio e que culminou na derrocada de mais de 90% no preço das ações.

Em 22 de maio, a All Ore tomou conhecimento de um edital de leilão que seria realizado no dia 26 daquele mês envolvendo 6 milhões de ações da companhia ao preço de R$ 0,01 – isto mesmo, um centavo. Como os papéis estavam cotados a R$ 1,00 na Bovespa até o dia 20, a notícia provocou uma derrocada no mercado, com os ativos AORE3 chegando a valer R$ 0,07 no dia 26 – configurando queda de 93% em apenas 4 pregões.

(Com Bloomberg)