Reações ao Fed, expectativa por PIB dos EUA e mais assuntos que vão movimentar o mercado hoje

Maioria dos mercados asiáticos fechou em queda, enquanto Europa busca recuperação após registrar baixa mais cedo em meio a tom mais duro do Fed

Equipe InfoMoney

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Os principais índices dos mercados mundiais operam de forma mista após queda mais cedo na sessão desta quinta-feira (27). O destaque de baixa ficou para a Ásia, enquanto os futuros de Nova York oscilam entre leves ganhos e perdas, com os investidores ainda reagindo à reunião do Federal Reserve e principalmente às falas do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell.

Powell destacou preocupação com a inflação, destacando que houve piora e que ela se estenderá por mais tempo, e apontou um tom mais “hawkish” (duro, de aumento das taxas) em seu discurso após o Fed sinalizar em comunicado alta de juros em breve, mas ainda deixou dúvidas sobre a intensidade e o ritmo de elevação das taxas.

Ele deu a entender que o Fed ficará responsivo aos dados, disposto a discutir aumentos de juros em todas as reuniões até o final do ano (faltam 7). O mercado precificava 4 altas de juros anteontem e agora passa a ver 5, ressalta a equipe de análise da XP.  Com isso, Wall Street perdeu força na véspera, assim como o Ibovespa, que passou de alta de 2,26% para fechar com ganhos de 0,98%, ainda que fechando com avanço expressivo.

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Nesta quinta, serão divulgados os dados do PIB do quarto trimestre dos EUA, com expectativa, segundo consenso Refinitiv, de avanço de 5,5% em termos anualizados.

No noticiário doméstico, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não aceita que o governo federal banque uma eventual perda de arrecadação tributária dos Estados na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que deve apresentar ao Congresso em breve, que permitirá a ele e aos governadores reduzir ou mesmo zerar impostos estaduais ou federais que incidem sobre combustíveis, energia elétrica e gás de cozinha.

Confira os destaques:

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1. Bolsas mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros americanos oscilam entre leves ganhos e perdas nesta quinta-feira (27) pela manhã. Na véspera, o Fed encerrou sua reunião de dois dias e sinalizou que deve elevar as taxas de juros como forma de combater a inflação persistente.

O presidente do banco central americano, Jerome Powell, afirmou que há “bastante espaço” para adotar a medida sem atingir o mercado de trabalho. Após a declaração, o rendimento de títulos do Tesouro com vencimento em dez anos avançou acima de 1,8%.

Na quarta-feira, o Dow perdeu 129 pontos; o S&P recuou 0,2%; e o Nasdaq ficou estável.

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Os papéis de algumas ações de tecnologia avançaram no pós-market. Os da Netflix avançaram mais de 4%, após notícias de que o investidor Bill Ackman, CEO da firma de investimentos Pershing Square Capital Management, comprou 3,1 milhões de ações. Os papéis da Tesla avançaram quase 3% após a divulgação de resultados fortes. E a Intel recuou 2%, apesar de investimentos fortes.

As declarações de Powell não tiraram as incertezas quanto ao momento e à magnitude da elevação dos juros, com exceção da alta prevista para março. Alguns investidores apostam em até cinco elevações em 2022.

Entre as empresas que divulgam seus resultados antes da abertura dos mercados nesta quinta-feira estão Apple, Mastercard, Deutsche Bank, Blackstone, Southwest Air e JetBlue.

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Veja o desempenho dos futuros dos EUA às 7h30 (horário de Brasília):

Dow Jones Futuro (EUA), -0,10%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,03%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,26%

Ásia

As bolsas asiáticas fecharam em sua maioria em quedas na quinta-feira, com investidores reagindo à declaração do Fed. Na Coreia do Sul, os papéis da Samsung recuaram 2,73%, após a empresa reportar uma alta de 53% no lucro operacional no quarto trimestre de 2021 frente ao ano anterior, mas 12% abaixo do trimestre imediatamente anterior.

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Os papéis de grandes empresas de tecnologia listadas em Hong Kong tiveram fortes quedas. Os do Alibaba recuaram 7,19%; os da JD, 3,51%; da Meituan, 6,93%; da Baidu, 4,04%; e da Tencent, 2,24%.

Shanghai SE (China), -1,78% (fechado)
Nikkei (Japão), -3,11% (fechado)
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,99% (fechado)
Kospi (Coreia do Sul), -3,5% (fechado)

Europa

Na Europa, os principais mercados tentam recuperação após abrirem em queda repercutindo o Fomc. Mais cedo, o índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, recua, com destaque negativo do setor de tecnologia. Todos os principais setores têm perdas, com exceção do bancário. Os papéis do Deutsche Bank avançam mais de 3% após o banco divulgar lucro ao acionista de US$ 162,7 milhões relativo ao quarto trimestre de 2021, acima da expectativa.

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FTSE 100 (Reino Unido), +0,40%
DAX (Alemanha), -0,57%
CAC 40 (França), +0,02%
FTSE MIB (Itália), +0,17%

Commodities

Os preços do petróleo chegaram a ultrapassar a marca dos US$ 90 na quarta-feira pela primeira vez desde 2014, com a tensão em torno da possível invasão da Ucrânia pela Rússia. Nesta quinta-feira, há queda nos preços, já abaixo da marca de US$ 90.

Os preços do minério de ferro avançam, em meio a temores de falta de mão de obra na Austrália por conta do avanço da variante Ômicron do coronavírus. BHP e Rio Tinto alertaram sobre o risco de falta de trabalhadores por conta de casos de Covid.

Petróleo WTI, -0,42%, a US$ 86,98 o barril
Petróleo Brent, -0,43%, a US$ 89,57 o barril
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 0,46%, a 769 iuanes, o equivalente a US$ 120,84

Bitcoin

Os preços do Bitcoin recuam, com os investidores também repercutindo a decisão do Fed.  A baixa em comparação ao desempenho de 24 horas atrás era de 3,29%, a US$ 36.449,68.

2. Agenda

Brasil

8h: FGV divulga confiança da indústria em janeiro
15h: Reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulga consumo de energia na semana, sem horário definido

Estados Unidos

10h30: Produção de bens duráveis em dezembro, com expectativa de queda de 0,5%, segundo analistas ouvidos pela Refinitiv
10h30: Pedidos iniciais por seguro-desemprego na semana, com expectativa de 260 mil
10h30: PIB do quarto trimestre de 2021, com expectativa de alta de 5,5% em termos anualizados
10h30: Departamento de Agricultura (USDA na sigla em inglês) divulga dados sobre exportação de grãos na semana
12h: Vendas pendentes de moradias em dezembro de 2021, com expectativa de queda de 0,2%

Japão

20h30: Inflação em Tóquio em janeiro, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

3. Preços de combustíveis

Governadores decidiram estender por mais 60 dias, contados a partir de 1º de fevereiro, o período de congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis. O congelamento se iniciou em novembro de 2021, e a previsão era de que o congelamento acabaria no dia 31 de janeiro.

A decisão foi divulgada na quarta-feira por meio de uma carta assinada por 21 governadores, que ressaltam que a base de cálculo dos preços dos combustíveis é lastreada no valor internacional do barril de petróleo.

A medida ocorre após o presidente Jair Bolsonaro anunciar, na terça-feira, que a PEC em elaboração pelo governo permitiria que os Executivos federal e estaduais reduzam ou mesmo zerem impostos sobre combustíveis, energia elétrica e gás de cozinha. O ICMS é de competência dos estados, enquanto que cobranças relativas ao Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) são do governo federal.

Em fala a apoiadores na quarta-feira em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não aceita que o governo federal banque uma eventual perda de arrecadação tributária dos Estados na PEC. Ele também afirmou que, se a PEC for promulgada pelo Poder Legislativo, publicará em uma edição extra do Diário Oficial da União uma norma que vai zerar o PIS/Cofins sobre o óleo diesel. Ele afirmou que a iniciativa “ajuda a combater a inflação, ajuda tudo” e que “o imposto está muito caro no Brasil”.

Cálculo feito pelo economista Gabriel Leal de Barros, sócio da RPS, a pedido da Folha afirma que zerar tributos federais sobre combustíveis e energia elétrica poderia custar R$ 130 bilhões em renúncias de receitas e juros da dívida pública.

Reajuste de professores

Na quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que vai conceder ajuste a professores em um valor próximo a 33%. “Eu vou seguir a lei. Governadores não querem o [reajuste de] 33%. Eu vou dar o máximo que a lei permite, que é próximo disso [33%], ok?”, afirmou o presidente.

A legislação atual vincula o reajuste à variação do valor por aluno anual do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que é o principal mecanismo de financiamento da educação básica.

Por esse critério, o reajuste em 2022 fica em 33,2%, elevando o ganho mínimo dos professores de R$ 2.886,24 para R$ 3.845,34. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CMN), esse reajuste provocaria impacto de R$ 30 bilhões apenas nas finanças municipais.

A garantia do presidente de que haverá ajuste próximo a 33% ocorreu após ele ser questionado por uma apoiadora professora no cercadinho do Palácio da Alvorada. Na terça-feira, reportagem do jornal Folha de S. Paulo havia afirmado que Bolsonaro pretendia barrar o ajuste.

4. Novos casos de Covid têm nove recordes seguidos

Na quarta-feira (26), foram registrados 219.878 novos casos de Covid no Brasil. A média móvel em sete dias foi de 161.870, alta de 169% em relação ao patamar de 14 dias antes e o nono recorde consecutivo, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa divulgadas às 20h.

Em um dia, o Brasil registrou 606 mortes por Covid. Assim, a média móvel de mortes em 7 dias ficou em 369, alta de 194% em comparação com o patamar de 14 dias antes.

O número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 163.389.955, ou 76,06% da população. A segunda dose ou vacina de dose única foi aplicada em 148.559.742, ou 69,15% da população. E a dose de reforço foi aplicada em 41.491.509, ou 19,31% da população.

Lotação de leitos

Com o avanço da variante Ômicron, a lotação de leitos destinados ao tratamento de Covid-19 na rede municipal de saúde da cidade do Rio saltou de 1,7% para 65%. Segundo reportagem do portal UOL publicada nesta quinta-feira, 46% dos 821 internados com a doença não tomaram nenhuma dose da vacina contra o coronavírus. Quando se soma este grupo àquele dos que tomaram uma primeira dose mas não completaram o esquema vacinal, a proporção chega a 88%.

Levantamento publicado na quarta-feira pela Folha de S. Paulo diz que a ocupação de leitos pediátricos de Covid atingiu 100% em Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rio Grande do Norte. Em Ceará, Bahia, Pernambuco e Goiás, a ocupação ultrapassa 80%.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vê aumento da ocupação de leitos em todo o país, e aponta que ela se relaciona a “uma parte considerável da população que ainda não recebeu a dose de reforço e outra parcela nem foi vacinada”.

Nota técnica do Ministério da Saúde

Na quarta-feira, a ministra Rosa Weber, do STF, deu cinco dias para que o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde Helio Angotti Neto explique a nota técnica em que menospreza a vacinação contra a Covid e diz que a hidroxicloroquina é eficaz contra a doença (na verdade, testes científicos atestaram a ineficácia do remédio no combate à Covid). A ordem se estende ao ministro da Saúde Marcelo Queiroga. Neto é integrante da ala ideológica do governo, que foi capitaneada pelo escritor Olavo de Carvalho, que morreu na terça-feira (24).

 Autoteste de Covid

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá aprovar na próxima sexta-feira (28) o uso do autoteste de Covid no Brasil, segundo reportagem publicada na noite de quarta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo a partir de conversas com integrantes da instituição que acompanham a discussão.

5. Radar corporativo

Oi (OIBR3;OIBR4)

A Oi (OIBR3;OIBR4) convocou assembleia geral de acionistas, para esta quinta-feira (27), para deliberar sobre a proposta de incorporação, pela companhia, de sua subsidiária Oi Móvel S.A..

Segundo a empresa, a proposta está em linha com o que prevê o Plano de Recuperação Judicial e seu aditamento, aprovados em Assembleia Geral de Credores e homologados pelo juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.

A Companhia ressaltou ainda que a Incorporação foi submetida e está ainda sujeita à anuência prévia da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que poderá estabelecer condicionamentos na hipótese de concessão da referida anuência.

De acordo com o site Telesíntese, o Conselho Diretor da Anatel se reúne extraordinariamente neste sexta-feira, tendo como um dos itens a anuência prévia pedida pela Claro, TIM e Vivo para a compra da Oi Móvel.

Braskem (BRKM5)

A Petrobras (PETR3;PETR4) e a NSP Investimentos (Novonor, antiga Odebrecht, em recuperação judicial) – controladores da Braskem – registraram pedido de oferta pública de distribuição secundária de ações, simultânea no Brasil e no exterior, que pode movimentar até R$ 8,06 bilhões.

Segundo o prospecto da oferta, serão distribuídas até 154.886.547 de ações preferenciais classe “A”. Desse total, 79.182.486 ações são de titularidade da NSP Investimentos e 75.704.061 pertencem à Petrobras.

A expectativa é de que hoje (27) seja fixado o valor por ação da oferta, com início da negociação dos papéis na B3 em 31 de janeiro.

Equatorial (EQTL3)

O Conselho de Administração da Equatorial aprovou a realização de oferta pública de distribuição primária de, inicialmente, 87.700.000 ações ordinárias de sua emissão.

Considerando a cotação de fechamento das ações ordinárias, em 26 de janeiro de 2022, de R$ 22,16 por ação, a oferta restrita seria R$ 1.943.432.000,00, sem considerar as ações adicionais, e R$ 2.623.633.200,00, considerando a colocação da totalidade das ações adicionais.

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