RAIZ4, VBBR3 e UGPA3 sobem após Refit entrar novamente na mira de autoridade; entenda

As ações das distribuidoras de combustíveis registraram uma sessão de ganhos nesta quinta-feira (27) após a refinaria privada Refit entrar novamente na mira das autoridades, com a companhia sendo alvo de operação para desarticular um esquema de fraude fiscal e tributária da ordem de R$ 26 bilhões.

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Nesta quinta, os papéis da Raízen (RAIZ4), joint venture da Shell e Cosan, Vibra Energia (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) estiveram entre as maiores altas do Ibovespa. RAIZ4 subiu 2,47% (R$ 0,83), VBBR3 avançou 2,04% (R$ 24,56) e UGPA3 teve ganhos de 1,13% (R$ 22,30).

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A operação, batizada de Poço de Lobato, tem a participação de autoridades das três esferas de governo e envolve Receita Federal, Ministério Público de São Paulo, Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Secretaria Municipal de Fazenda de São Paulo, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo e as polícias Civil e Militar.

A ação contra fraudes no mercado de combustíveis tem mais de 190 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas, segundo nota do governo de São Paulo, que não cita nominalmente os alvos da operação.

Os investigadores alegam que a empresa opera um esquema de longa data envolvendo sonegação fiscal, fraude aduaneira e estruturas financeiras complexas, utilizando holdings, entidades offshore e fundos de investimento. A Refit/Manguinhos é considerada a maior devedora contumaz de impostos do Brasil, devendo cerca de R$ 25 bilhões e supostamente movimentando mais de R$ 70 bilhões em um único ano para ocultar receitas. Entre 2020 e 2025, o grupo teria importado cerca de R$ 32 bilhões em combustíveis, utilizando subfaturamento e outras táticas para evitar o pagamento de impostos.

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Conforme destaca o Bradesco BBI, o fechamento da Refit em setembro esteve fortemente correlacionado com o aumento da participação de mercado das três maiores empresas do setor e com a redução da diferença de preço entre essas empresas e os postos independentes.

“Esperamos que a luta contra a informalidade no mercado de combustíveis continue, sendo o próximo passo importante a aprovação do projeto de lei sobre ‘devedor contumaz’ na Câmara dos Deputados”, avalia o BBI.

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Em relatório anterior, a equipe de análise do BBI apontou também ter sinalizado redução na diferença de preços entre postos de marca e bandeira branca na região Sudeste, o que pode sinalizar espaço para expansão de margens.

O banco avalia que os ganhos recentes de participação ligados à agenda de combate à informalidade no setor podem resultar em um novo patamar estrutural para o mercado.

“Caso essa tendência se consolide, vemos espaço para crescimento de volumes das grandes distribuidoras acima da média do setor em 2026, após três anos de desempenho inferior”, aponta.

Esse cenário, avalia o banco, poderia levar Vibra e Ultrapar a negociarem próximas de 10 vezes o múltiplo de P/L (preço sobre lucro) esperado para 2026, abrindo margem para revisões positivas nas estimativas do mercado.

“Os esforços contra a informalidade estão se intensificando, reforçando nossa visão construtiva para o setor”, ressalta.