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Cada vez fica mais certo para investidores e analistas de que setembro será o mês de corte de juros nos Estados Unidos (EUA). E isso significa boas novas para as ações brasileiras, de acordo com análise do Itaú BBA e do Bank of America.
O Itaú BBA ainda projeta um “pouso suave” para a economia dos EUA e, por aqui, leve melhora no Produto Interno Bruto (PIB) em 2,5% em 2024.
As tendências analisadas pelo BBA indicam algumas conclusões que sugerem que a queda das taxas dos EUA e do Brasil será positiva para os papéis na bolsa brasileira. Uma delas é o fato do mercado brasileiro é historicamente inversamente correlacionado com as taxas de juros: ou seja, juros em queda, Bolsa em alta.
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O que chama atenção dos estrategistas são as taxas globais (em especial, os rendimentos dos Treasuries, ou títulos do Tesouro dos EUA) como principal fator para o mercado de ações nos próximos seis meses. Em segundo lugar, o mercado acompanha a política fiscal doméstica. Para os juros no Brasil, dados indicam comportamento positivo da curva com vencimentos médio e longo, segundo o BBA.
O BofA também aponta que taxas de juros mais baixas nos EUA podem ser positivas para o Brasil, especialmente se os cortes pelo Federal Reserve não desencadearem um movimento de aversão ao risco (em meio a preocupações com o crescimento global).
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“Embora o corte do Fed em um caso de pouso forçado [desaceleração intensa da economia americana] possa desencadear uma reação de aversão ao risco na América Latina, não é nosso caso base, enquanto as taxas mais baixas globalmente podem ser positivas para ações consideradas bond proxies (com comportamento similar a títulos de dívida brasileiros)”, pondera. Por outro lado, a comunicação do Banco Central brasileiro se tornou mais agressiva em agosto, avalia o BofA, o que ajuda a ancorar as expectativas de inflação, mas se traduziu em um aumento nas taxas reais de curto prazo.
As ações para ficar de olho
O Itaú BBA ressalta que, dentre os setores que mais se destacam como inversamente correlacionados a juros nos EUA de 10 anos estão Construtoras, Shoppings, Saúde, Telecomunicações e Consumo. Já no médio prazo, os destaques seguem Shoppings e Construtoras, somados aos Bancos, Educação e Utilidades.
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O BBA considerou, dos setores, seus oito nomes preferidos:
- Equatorial (EQTL3);
- Eletrobras (ELET3; ELET6);
- Localiza (RENT3);
- Rumo (RAIL3);
- Azzas 2154 (AZZA3) – produto da fusão entre Arezzo e Grupo Soma, que passou a ser negociada em 1º de agosto na B3;
- Multiplan (MULT3);
- Cyrela (CYRE3); e
- Telefônica Vivo (VIVT3).
Os cinco primeiros nomes integram a carteira recomendada para Brasil do Itaú BBA. Os analistas reforçam, ainda, a recomendação de carteira equilibrada considerando alguns aspectos. O primeiro deles é a escolha nomes que se beneficiam de títulos com retorno interno de dois dígitos (caso de utilidades, shoppings e portos).
Em segundo lugar, estão ações impactadas por PIB maior baseado em consumo (com ROEs, ou retorno sobre o patrimônio, acima de 15%, como nomes de transporte, bancos e consumo). E, em terceiro lugar, nomes com hedge cambial ou ligados a commodities com avaliação atraente (setores como óleo & gás e papel & celulose).
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Para o Bank of America, as utilities (empresas de concessão pública, como de energia e saneamento) oferecem lucros em alta e riscos em baixa – recomendando assim compra de Sabesp (SBSP3) e Eletrobras.
“Achamos que as utilities são uma boa opção para investidores que buscam baixo risco de lucros e exposição a taxas mais baixas”, avaliam os analistas, ressaltando que, no caso da Sabesp, há catalisadores esperados após sua recente privatização, enquanto se espera para a Eletrobras eventos de redução de risco para a tese e prováveis revisões de lucros para cima devido a preços de energia mais altos.
No setor de transportes, também vê a Rumo como uma das preferências, sendo negociada a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) atraente de 11,4%, assumindo tarifas nominais fixas para 2025 (ou 12,1%, assumindo ajuste de inflação). A única ressalva é que, no caso de uma crise econômica global, os preços dos grãos podem cair ainda mais, não sendo favoráveis aos preços do frete.
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Para shoppings, a Allos (ALOS3) é sua principal escolha, dados os gatilhos positivos esperados da reciclagem do portfólio + maiores rendimentos de dividendos.
Por fim, para empresas de telecomunicações, o banco avalia que os dividendos a serem pagos por Vivo e TIM (TIMS3) parecem atraentes, com dividend yield (dividendo em relação ao valor da ação) na casa dos dois dígitos apoiados por: 1) forte momento operacional, com receitas móveis crescendo acima da inflação, 2) plano de capex mais baixo. “Temos uma preferência relativa pela Vivo, pois vemos maiores riscos de alta para o dividend yield (caso base de 9%). Em nossa opinião, maiores expectativas de inflação podem ser um risco para nossa visão construtiva”, ponderam.