Putin assina decreto para reconhecer independência de regiões ucranianas separatistas e aumenta tensão geopolítica

A decisão põe fim ao processo de paz neste conflito e foi condenada por autoridades da França e da Alemanha

Equipe InfoMoney

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O presidente russo, Vladimir Putin, assinou nesta segunda-feira (21) um decreto para reconhecer duas regiões separatistas do leste da Ucrânia como independentes, em uma cerimônia de assinatura exibida na televisão estatal.

Putin disse estar confiante de que os cidadãos russos apoiarão a decisão, rebatendo os alertas ocidentais de que tal medida seria ilegal e acabaria com as negociações de paz.

O presidente russo disse ainda que acreditava que o Ocidente iria impor sanções contra Moscou independentemente das ações que a Rússia tomasse em relação à Ucrânia, e disse que seu país tinha todo o direito de tomar medidas de retaliação. Putin disse que a Rússia tem o direito de proteger sua segurança e que nunca abandonaria sua soberania e seus valores nacionais.

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Mais cedo, Putin havia anunciado que iria reconhecer as áreas separatistas da Ucrânia após solicitação pública dos líderes de Donetsk e Lugansk.

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A decisão, que põe fim ao processo de paz neste conflito, foi divulgada pelo Kremlin à agência estatal RIA.  A medida foi adiantada por Putin ao chanceler alemão, Olaf Scholz, e ao presidente da França, Emmanuel Macron, que convocou seu Conselho de Segurança Nacional.

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Os dois condenaram a atitude e afirmaram estar “decepcionados”, mas indicaram disposição de continuar os contatos.

Recentemente, após a Duma (o Parlamento baixo russo) fazer o mesmo pedido ao Kremlin, o próprio mandatário reconheceu que a medida seria uma violação dos Acordos de Minsk, firmados em 2015 entre ucranianos e russos sob intermediação de Alemanha e França.

No entanto, coincidentemente ou não, a decisão dos parlamentares russos ocorreu no mesmo momento em que combates na área do Donbass voltaram a se intensificar após quase sete anos de poucos incidentes.

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As trocas de acusações de violações do acordo de cessar-fogo chegam às centenas desde o fim da semana passada e mais de 61 mil pessoas já fugiram das duas áreas com destino a cidades russas para escapar de um possível novo grande conflito.

Agora pouco, o governo ucraniano solicitou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Por iniciativa do presidente Volodymyr Zelensky, pedi oficialmente a realização de consultas imediatas nos termos do artigo 6º do memorando de Budapeste”, informou o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, citando o histórico acordo de 1994, também assinado por Rússia, Estados Unidos e Reino Unido, sobre garantias de segurança.

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Discurso 

Em um discurso à nação, Putin afirmou que a situação em Donbass tornou-se crítica, mas lembrou que “a Ucrânia não é um país vizinho, é parte integrante da nossa história e cultura”.

“A Ucrânia foi criada por Lenin, ele foi seu criador e arquiteto. Ele também tinha um interesse particular por Donbass”, disse.

Segundo o líder russo, o país vizinho sempre se recusou a reconhecer seus laços históricos com a Rússia e, portanto, não é de admirar esta onda de nazismo e nacionalismo” neste país. Putin ressaltou ainda que seu governo recebeu “ameaças permanentes” das autoridades ucranianas em relação à energia.

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“Eles continuaram a nos chantagear sobre o fornecimento de energia e essas são as ferramentas que eles usaram nas negociações com o Ocidente”, acrescentou.

(com Reuters e Ansa Brasil)

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