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Após o colapso da FTX e da Alameda Research, as plataformas de negociação de criptomoedas estão correndo para mostrar que os ativos dos clientes estão seguros e não estão sendo usados para especulação.
Mas as “provas de reservas, pelo menos na forma em que foram sugeridas, têm muitas deficiências para inspirar confiança”, disse o Bank of America (BofA) em um relatório divulgado na quinta-feira (17).
O banco observa que muitas exchanges já relataram, ou planejam relatar, seus ativos por meio de comprovação de reservas usando “Merkle Trees”. Em resumo, essas Merkle Trees são estruturas de dados com informações que podem ser verificadas com segurança. Elas se comportam como um mapa dos fundos dos clientes e funcionam mesmo quando as reservas se tornam complicadas.
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De acordo com o banco, no entanto, há deficiências nessas provas. Uma delas é que os ativos são mostrados em um ponto fixo no tempo, o que oferece oportunidades de manipulação, como o empréstimo de ativos logo antes da captura instantânea, disse.
Além disso, uma prova de responsabilidades é necessária para determinar a alavancagem e a segurança dos ativos, e os procedimentos de prova de reserva geralmente dependem de firmas de auditoria terceirizadas que podem ser manipuladas ou “podem até ser criadas pela própria plataforma de trading”, segundo o relatório. E, mesmo que os usuários percebam incompatibilidades de ativos e passivos, não há botão de parada.
As reservas de stablecoins também precisam ser auditadas e não apenas exibidas. Stablecoins são um tipo de criptomoeda cujo valor está atrelado a outro ativo, como o dólar americano, e são equivalentes a dinheiro no mundo cripto.
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Embora não seja uma falha na prova de reservas, a indústria de criptoativos também precisa de uma delimitação clara entre plataformas de trading e market makers, disse o relatório.
Mais importante ainda, disse o banco, o setor precisa de regulamentação, acrescentando que o status regulatório da FTX nas Bahamas significa que não está claro se o fundador e ex-CEO Sam Bankman-Fried violou alguma lei, uma vez que sua problemática empresa não era regulamentada como corretora.
Espera-se que os volumes de negociação em exchanges descentralizadas (DEX, na sigla em inglês) continuem aumentando até que a confiança seja restaurada, acrescentou o banco.
Exchanges e reservas
Corretoras como Binance, Kraken, Bitfinex, Bybit e Crypto.com já divulgaram suas provas. Outras como OKX, Kucoin, Bitso, Phemex e Foxbit prometeram liberar os dados em breve.
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O Mercado Bitcoin disse para o InfoMoney nesta semana não divulgará a prova de reserva. O motivo, segundo a exchange, é que esse tipo de recurso é “limitado, pois não demonstra que os ativos correspondem ao saldo dos clientes em uma plataforma”.
A exchange defende que a melhor solução é a segregação do patrimônio próprio e de clientes aliada à supervisão regulatória.