Protocolo DeFi entrega retorno de dois dígitos sobre depósitos de Ethereum e cai nas graças dos investidores

O protocolo Frax Finance permite que os usuários façam staking (método de renda passiva) de Ethereum

CoinDesk

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A plataforma de finanças descentralizadas (DeFi) Frax Finance está rapidamente caindo nas graças dos investidores à medida que um novo tipo de renda passiva chamada de “derivativo líquido de staking” (LSD, na sigla em inglês) se popularizam antes da próxima grande atualização do Ethereum (ETH), chamada Shanghai, prevista para acontecer em março deste ano.

Os LSDs são contratos inteligentes que dão aos usuários a possibilidade de fazer staking (depositar criptos para ajudar na segurança e ganhar recompensas) e obter de volta um token sintético que, ao mesmo tempo, funciona como recibo do depósito e pode ser negociado no mercado.

O protocolo Frax é um sistema de dois tokens  – a stablecoin FRAX e um token de governança chamado FXS. O FRAX mantém paridade com o dólar americano, sendo parcialmente lastreado pela USD Coin (USDC), juntamente com a compra e venda periódica de FXS para manter sua capitalização de mercado.

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Em outubro do ano passado, o projeto lançou um produto que permite trancar Ethereum na plataforma Frax, e a novidade está atraindo muito capital. Por meio do produto, os usuários depositam ETH e recebem um token chamado Frax Ether (frxETH), que é pareado na proporção de 1:1 com o ETH.

Esse frxETH pode ser livremente negociado ou mantido em outros aplicativos de finanças descentralizadas (DeFi) ou nos pools de liquidez da plataforma Curve (CRV) , na qual os stakers estão atualmente ganhando até 10% por ano.

No momento da redação deste texto, há pouco mais de US$ 100 milhões em frxETH em circulação no mercado, o dobro do início do ano e quatro vezes mais que o montante de novembro, mostram dados da plataforma DeFiLlama.

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A Frax está oferecendo atualmente retornos anualizados de mais de 6% a 10% para usuários que mantêm ETH no protocolo. Essas recompensas são pagas em CRV, FRAX e FXS, dependendo do pool de liquidez que um usuário tranca seus tokens.

Em contraste, o Lido, o maior aplicativo DeFi do mercado, oferece rendimentos de 5,2% aos usuários.

A atração de capital para os pools de ETH da Frax resultou na demanda por tokens FRAX e FXS, e os preços deles subiram 62% na semana passada, de acordo com o CoinGecko.

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Como alguns pools de liquidez pagam em FXS, o aumento de preço teoricamente significa recompensas mais altas para os stakers – o que, por sua vez, poderia direcionar mais ETH para o Frax e gerar ainda mais demanda pelos tokens do projeto entre os usuários.

Segundo especialistas, as participações do tesouro da Frax em tokens do protocolo Curve e do Convex (também uma plataforma DeFi) estão gerando retornos descomunais para alguns investidores.

“A FRAX tem uma vantagem sobre outras plataformas de LSD (derivativos líquidos de staking) no momento devido às suas grandes posições em CRV/CVX (token da Convex)”, disse Hal Press, sócio do fundo cripto North Rock, em um tuíte publicado na semana passada. “Isso permite que eles estimulem um maior rendimento em ETH em seu produto de staking do que o resto do mercado”.

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“O sentimento entre os traders melhorou em meio ao aumento da utilidade dos tokens FXS. Esses ativos acumulam o valor das stablecoins FRAX recém-criadas e as taxas da Frax Finance”, acrescentou Press, referindo-se ao sentimento otimista do mercado.

Curve

Para entender completamente o motivo por trás dos altos rendimentos da Frax, é preciso saber como funciona a plataforma Curve.

A Curve oferece uma maneira altamente eficiente para trocar stablecoins, mantendo taxas baixas, de acordo com documentos do projeto. Ela funciona com pools de liquidez de stablecoins centralizadas ou descentralizadas, wrapped tokens – sintéticos como o Wrapped Bitcoin (WBTC) – ou uma cesta de vários ativos.

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Os depositantes da Curve obtêm rendimentos anuais de até 4% em muitos pools da plataforma.

Altos volumes de negociação em pools de liquidez de Frax na Curve contribuem para que o token Frax mantenha sua paridade pretendida com o dólar. Além disso, a Curve aloca seu token nativo, o CRV, como recompensa para provedores de liquidez para selecionar pools, o que resulta em mais retornos.

O efeito de longo prazo do projeto, de acordo com os documentos técnicos da Frax, “é que a Frax pode se tornar uma grande participante de governança na próprio Curve”. A Curve tinha mais de US$ 6 bilhões em tokens na terça-feira (17).

CoinDesk

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