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Na sexta-feira (27), foi concluída a tão esperada etapa 2 do programa de habitação popular Pode Entrar em São Paulo. As construtoras de moradias populares Direcional (DIRR3), Plano & Plano (PLPL3) e Tenda (TEND3) anunciaram ao mercado contratos garantidos para o programa, com destaque para a última companhia.
A Plano & Plano finalizou um contrato para 1.907 unidades (R$ 373,9 milhões em VGV, ou Valor Geral de Vendas). Com este novo contrato, o total da empresa chega a 5.547 unidades, superando R$ 1 bilhão em VGV. A Tenda garantiu contratos para 2.639 unidades (R$ 531,6 milhões em VGV). Isso inclui projetos em Città Vila Prudente (1.984 unidades; R$ 396,2 milhões em VGV) e Guarapiranga (655 unidades e R$ 135,4 milhões em jogo), sendo este último uma parceria de 50% com a Direcional.
A Direcional assinou um contrato para um projeto em parceria com a Tenda em Guarapiranga. Incluindo os dois contratos anteriores de dezembro de 2023 para 990 unidades (R$ 206 milhões), os contratos totalizaram 2.299 unidades no programa, totalizando R$ 341,4 milhões em VGV em jogo para a Direcional.
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Na visão do Bradesco BBI, as propostas bem-sucedidas não são um divisor de águas, mas devem ter um impacto positivo na alavancagem e no lucro líquido. Para Plano & Plano, o banco espera um impacto positivo nos lucros de R$ 37 milhões em 2025 (9% do lucro líquido 2025). Para a Tenda, espera um impacto positivo nos lucros de R$ 45 milhões em 2025 (13% do lucro líquido de 2025). Para a Direcional, o impacto deve ser menor, de R$ 14 milhões (2% do lucro líquido).
O banco ressalta que o “Pode Entrar” é uma iniciativa pública municipal que visa reduzir o déficit habitacional em São Paulo. O VGV dos projetos é transferido antecipadamente para uma conta caução em nome dos construtores, o que lhes permite consolidá-lo em sua posição de caixa, reconhecendo que eles só poderão acessar os recursos à medida que a construção avança. O VGV é liquidado no início do projeto, embora seja ajustado com base no INCC.
A XP espera que as vendas das unidades pelo programa Pode Entrar sejam reconhecidas no terceiro trimestre de 2024 (3T24), potencialmente impulsionando o desempenho das vendas líquidas do referido trimestre, especialmente para Tenda e Plano&Plano (o VGV vendido representa 52% do volume total vendido no 2T24 para Tenda e 50% para Plano&Plano).
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Além disso, estima que o pagamento inicial relacionado a essas vendas (cerca de 15% do total de VGV) aumentará a geração de caixa de curto prazo das empresas, beneficiando especialmente a Tenda, que está atualmente em uma fase de melhoria gradual na geração de fluxo de caixa livre (o pagamento inicial deve representar um aumento de 210% da geração de fluxo de caixa livre da Tenda em relação ao 2T24). “Embora esperemos que as vendas sejam reconhecidas no terceiro trimestre, estimamos que as melhorias tanto na receita quanto na geração de caixa se refletirão nos resultados do 4T”, aponta a casa.
Para a MRV, a XP não espera efeitos significativos no desempenho das vendas no 3T, como antecipou para Tenda e Plano&Plano. No entanto, estima uma geração de caixa de R$ 44 milhões a partir do pagamento inicial das unidades vendidas (15% do VGV) no 4T24, o que poderia melhorar a dinâmica de geração de caixa da MRV Inc., uma vez que a empresa está atualmente passando por um processo de recuperação do fluxo de caixa livre (FCF).
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O BTG Pactual ressaltou que a assinatura dessas unidades habitacionais é positiva para as construtoras, e os VPLs são mais relevantes para a Tenda (5,2% do valor de mercado), seguida pela Plano&Plano (2,3%), MRV (MRVE3; 1,1%) e Direcional (0,4%).
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O banco ainda apontou que a maioria dos investidores não estava considerando esses projetos em seus modelos devido ao fato de que a retomada do programa habitacional Pode Entrar estava envolta em incertezas. “A Tenda continua sendo nossa principal escolha no setor de baixa renda, com uma dinâmica de resultados melhor e um valuation atraente e esperamos revisões positivas de lucros após a conclusão da fase 2 do Pode Entrar”, avaliou o banco.