Primeiro “clone” do Bitcoin sobe quase 90% em 12 meses — por que traders de BTC estão eufóricos?

Alta da Litecoin foi impulsionada pelo halving, evento que corta a emissão do token pela metade

Bloomberg

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Os investidores de Bitcoin (BTC) estão recebendo ajuda do primeiro “clone” da criptomoeda, a Litecoin (LTC), que registrou alta de quase 90% em um ano, superando o mercado cripto mais amplo.

A Litecoin foi criada em 2011 após um fork (bifurcação) da blockchain do Bitcoin. O objetivo dos desenvolvedores era oferecer por meio do novo projeto transações mais rápidas que a criptomoeda líder do mercado, o que deu certo.

Um dos impulsionadores da alta da Litecoin neste ano foi o chamado halving, evento que ocorre a quatro anos e reduz o fornecimento do token, um processo que também está por vir para o Bitcoin.

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“A Litecoin costumava servir como uma métrica de sentimento para o halving do Bitcoin, sendo agendado com antecedência”, escreveu Matteo Greco, analista de pesquisa cripto da Fineqia, em nota.

As blockchains das duas criptomoedas usam mineradores (“trabalhadores virtuais” da rede da moeda digital), que usam computadores para resolver quebra-cabeças complexos para proteger o sistema.

O halving reduz pela metade a quantidade de tokens que os mineradores recebem como recompensa por seu trabalho. O evento, que acontece uma vez a cada quatro anos, está previsto para ocorrer no próximo mês no sistema da Litecoin, e por volta de abril de 2024 no Bitcoin. Em ambos os casos, ele faz parte do processo de limitar o fornecimento de tokens: 84 milhões na LTC e 21 milhões no BTC.

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O desempenho da Litecoin nos últimos 12 meses superou o avanço de 45% do Bitcoin, bem como o aumento de 22% em um indicador dos 100 maiores tokens. Mas a Litecoin se acalmou ultimamente, recuando um pouco em relação à alta recente.

O halving é apenas uma das variáveis que contribuem para a recuperação parcial do Bitcoin neste ano após o colapso do setor em 2022, desencadeado pelo aperto da política monetária nos Estados Unidos e a falência de players do setor, como a exchange FTX.

Bom momento

Outro catalisador positivo para a criptomoeda inclui o otimismo em torno dos pedidos de ETF (fundo negociado em bolsa) à vista de Bitcoin feitos por gestoras como BlackRock, Fidelity Investments e Ark Invest.

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Um terceiro ponto envolve o lançamento da exchange institucional de criptomoedas EDX Markets, apoiada por gigantes do mercado financeiro, como a Citadel Securities, do bilionário Ken Griffin, bem como a Fidelity e a Charles Schwab. A corretora oferece negociação de apenas quatro criptomoedas: Bitcoin, Ethereum (ETH), Litecoin e Bitcoin Cash (BCH).

Embora o Bitcoin tenha atingido recordes após cada um de seus últimos três halvings, as perspectivas atuais para as criptomoedas são obscurecidas pela perspectiva de mais aumentos nas taxas de juros nos Estados Unidos para restringir a liquidez e conter a inflação.

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Clima de risco

Investimentos como ações já começaram a recuar após um primeiro semestre robusto, com o sentimento afetado por um salto nos rendimentos dos títulos do governo dos EUA.

Os mercados tradicionais “parecem estar entrando em um clima de risco – ainda não podemos assumir que o Bitcoin vai simplesmente ignorar isso”, escreveu Noelle Acheson, autora da newsletter Crypto Is Macro Now.

“A história especialmente interessante será como o Bitcoin se comporta quando a correção do mercado de ações finalmente chegar para valer”, acrescentou ela.

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Bitcoin e Litecoin permanecem em níveis bem inferiores aos recordes alcançados em 2021. A Litecoin opera em queda de 1,55%, a US$ 94,96, na manhã desta segunda-feira (10), bem abaixo do pico de US$ 413 alcançado no período da pandemia do novo coronavírus. Já o Bitcoin é negociado a US$ 30.265 nesta manhã, inferior ao seu recorde de US$ 69 mil.

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