Prévia da inflação de dezembro, transações correntes do governo e índices de confiança nos EUA: o que acompanhar nesta semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

(Shutterstock)

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Os mercados começam a penúltima semana do ano impactados por perdas recentes, com a perspectiva de retiradas de estímulos nas economias mais ricas do mundo e elevação de juros. Os próximos dias prometem ser de baixa liquidez, com uma agenda enfraquecida de indicadores. Na sexta-feira (24), não haverá negociações na B3 nem nas Bolsas em Nova York por conta do feriado de Natal.

Mas antes disso, os investidores vão conhecer a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), referente à dezembro, que vai ser divulgado na quinta-feira (23). O Bradesco acredita que o índice deve apresentar uma variação de 0,8%. O Itaú prevê uma alta mensal de 0,82%, levando a inflação para 10,47% no final do ano.

“A leitura deve continuar pressionado por preços regulados, principalmente os da gasolina e energia elétrica”, afirmam os analistas do Itaú, que também esperam altas em itens industriais, especialmente no grupo de transportes, com os preços mais altos do etanol e de veículos novos e usados. “Os serviços devem continuar pressionados, por passagens aéreas e aluguéis”, dizem em relatório.

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Na quarta-feira (22), saem os índices de confiança do consumidor da Fundação Getúlio Vargas relativos à dezembro (FGV), mesmo dia em que serão divulgadas as transações correntes do governo. O Itaú projeta um déficit de US$ 5,8 bilhões em novembro, mais que o dobro do déficit de US$ 2,5 bilhões registrado um ano antes.

“O maior déficit em transações correntes na margem é explicado, principalmente, pelo menor superávit comercial, devido ao aumento das importações (principalmente combustíveis) e à queda das exportações (por conta do preços das commodities)”, afirma o Itaú.

A expectativa dos analistas do banco é de que os investimentos diretos no Brasil, que também serão divulgados na quarta, tenham alcançado US$ 3,8 bilhões em novembro e a US$ 51 bilhões no acumulado de 12 meses.

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Na segunda-feira (20), saem os dados de arrecadação federal referentes ao mês de novembro. Em outubro, o governo arrecadou R$ 178,742 bilhões, maior valor em cinco anos. No mesmo dia, o Congresso deve votar o orçamento do ano de 2022.

Internacional e corporativo

No cenário internacional, a agenda de indicadores também está esvaziada. Além do dado semanal de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, que tem um sido um termômetro da recuperação do mercado de trabalho americano, a quinta-feira também trará o índice Michigan de percepção do consumidor. Um dia antes, sai a Confiança do Consumidor pelo Conference Board. Ambos os índices são importantes para prever gastos do consumidor.

No calendário corporativo, destaque para o 1º leilão de reserva de capacidade, realizado pela Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica (CCEE), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia (MME). Os participantes do leilão são empreendimentos de geração de energia novos e existentes, totalizando 132 projetos cadastrados, que somam 50.691 megawatts (MW) de potência.

Também estão previstas três Assembleias Gerais Extraordinárias: a da M. Dias Branco (MDIA3), na segunda-feira, que vai discutir alterações no estatuto social; a do Carrefour Brasil (CRFB3), na quarta-feira, para aprovação do aumento de capital de R$ 4,8 bilhões;  e a de Lojas Marisa (AMAR3), na quinta-feira, que vai debater sobre um plano de outorga e de opções de compra de ações.

Por fim, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promove, na quarta-feira, uma audiência pública para discutir a desestatização da Eletrobras (ELET3;ELET6). O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que privatização da estatal vai ocorrer apenas no segundo trimestre de 2022, minimizando o atraso da avaliação da capitalização da empresa pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que deveria ter julgado a matéria na semana passada.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados