Preço do arroz deve manter alta por um ano e do feijão cairá nos próximos meses

No primeiro caso, o cenário internacional terá efeito no Brasil e, no segundo, a melhora na produção influenciará

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), enquanto a alta do preço do arroz deve permanecer por pelo menos um ano, o custo do feijão deverá cair nos próximos meses.

Conforme explica o gerente de Alimentos Básicos da Conab, Paulo Morceli, os preços internos do arroz estão sendo puxados basicamente pelo do mercado internacional. “Apesar de a produção brasileira ser suficiente para abastecer o mercado interno, a cotação internacional influencia os preços no Brasil”.

Previsões

Segundo divulgou a Agência Brasil, Morceli afirmou que a produção brasileira de arroz está conectada ao mercado mundial, uma vez que o produto é importado para complementar a oferta interna e também exportado. “A alta nas cotações dos países exportadores provocou uma elevação dos preços aqui”, afirmou.

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Para ele, os preços do arroz no mercado internacional devem recuar um pouco até o final do ano, mas permanecerão acima do valor registrado em 2007. “No início da alta, em março, o arroz tailandês saiu de US$ 330 para US$ 560. Quando esse movimento começou a acontecer, o arroz foi subindo de preço e chegou, na semana passada, a US$ 950”.

Ainda de acordo com o gerente, com o início da colheita do arroz na Tailândia e em toda a Ásia, previsto para agosto, a tendência é de que de os preços do produto diminuam um pouco. “Mas certamente não vai ser para US$ 330”, acredita.

Feijão

Segundo o analista de mercado da Conab, João Ruas, o preço do feijão deverá cair nas próximas semanas. “A segunda safra do produto começa em maio e, se confirmada a expectativa de produção em torno de 3,437 milhões de toneladas, haverá excesso do grão no mercado”, esclarece.

Conforme aponta Ruas, os preços do produto começaram a cair em 2006, devido à grande produção. Na safra seguinte, com os produtores desestimulados e com as más condições meteorológicas em alguns estados, os preços subiram e, em dezembro, o valor no atacado atingiu R$ 300.

Por fim, o pesquisador do Centro de Estudos Agrícolas do Instituto de Economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Mauro Lopes, também prevê para o curto prazo a queda no preço do feijão. “Foi uma seca na Bahia que elevou o preço do produto a R$ 180 por saca. Mas a produção e os preços vão se normalizar”.