Por que o Bitcoin precisa de regulação para seguir crescendo? Especialistas respondem

Emily Parker e Andrés Engler, do CoinDesk, contam quais são os principais assuntos em curso no momento sobre regulação de ativos digitais

Paulo Barros

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A entrada do capital institucional no Bitcoin (BTC) é apontada como a principal força por trás do rali da criptomoeda que começou no final de 2020, mas muitos investidores ainda estariam de fora à espera de maiores definições no campo regulatório para aderir à nova classe de ativos.

Para Emily Parker, diretora de conteúdo internacional no CoinDesk e ex-consultora do Departamento de Estado dos Estados Unidos, o país precisa de maior clareza regulatória para garantir que grandes gestores de fundos como a BlackRock entrem de vez no mercado cripto.

“As pessoas não sabem o que é permitido e o que não é, e quem regula o que. Falta de clareza não é boa para o mercado financeiro. Para uma maior adoção institucional, as regulações precisam ser mais claras e precisas”, explicou Parker em entrevista ao InfoMoney no último dia da Semana Cripto+ (confira a entrevista na íntegra no player acima).

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A especialista ressaltou que, ao contrário de outros países, os EUA têm várias agências que supervisionam uma parcela do mercado de capitais, o que acaba criando uma confusão entre investidores de criptos. O país, vale lembrar, ainda estuda o estabelecimento de um marco regulatório mais abrangente e que inclua a categorização de diferentes tipos de criptoativos.

No entanto, essa discussão foi interditada nos últimos dias por um assunto paralelo. Parlamentares aprovaram e o presidente Joe Biden assinou a lei de criação de um novo pacote de infraestrutura que prevê a aplicação de impostos e exige novas informações sobre negociação de criptomoedas.

Além disso, o projeto introduz um elemento extra de confusão normativa. Um dos artigos traz uma definição de corretor de criptomoedas apontada como ampla demais, e que poderia envolver até mesmo mineradores. “O setor cripto argumentou que isso traria dificuldades para mineradores cumprirem com as exigências tributárias”, explica Parker.

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As discussões regulatórias, no entanto, estão muito focadas nos EUA. Na América Latina, não faltam exemplos que apontam para a crescente adoção de criptos, desde a aprovação de diversos ETFs no Brasil, até o experimento de El Salvador. Mas, há casos pouco conhecidos que também merecem atenção.

No Peru, por exemplo, a adoção de criptomoedas aumentou mais de 600% nos últimos meses. “O novo presidente, Pedro Castillo, eleito há poucos meses, assumiu o cargo com uma mensagem de cunho comunista, então as pessoas ficaram com medo dele e começaram a usar cripto”, conta Andrés Engler, repórter de negócios do CoinDesk para a América Latina.

“As pessoas encontraram uma ferramenta financeira para usar como refúgio econômico por conta das crises  já vivenciaram historicamente”, pontua.

Os convidados também falaram sobre a situação econômica da América Latina e como isso afeta a adoção de criptos, a liderança do Brasil na região, além do caso dos mineradores chineses e o desponte dos EUA como um líder inesperado do setor de mineração no mundo.

InfoMoney realizou entre os dias 22 e 26 de novembro a Semana Cripto+, com lives diárias no Youtube em que alguns dos maiores especialistas do Brasil falaram sobre o investimento, tecnologias, regulação de criptos e muito mais. Clique aqui para conferir como foram as lives.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos