Alexandre Frota decide filiar-se ao PSDB, partido que atacou em 2018

Eleito com 156 mil votos em meio à onda bolsonarista, o deputado foi expulso do PSL há três dias, após sucessivas críticas ao presidente Jair Bolsonaro

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Três dias após ser expulso do PSL, o deputado federal Alexandre Frota (SP) confirmou, nesta sexta-feira (16), que vai se filiar ao PSDB, atendendo a convite do governador de São Paulo, João Doria. A notícia foi dada pelo portal G1. A expectativa é que o anúncio seja confirmado em cerimônia na sede estadual do partido nesta tarde.

O parlamentar, eleito para o primeiro mandato com 156 mil votos em meio à onda bolsonarista do ano passado, foi um dos principais articuladores dentro do partido do presidente Jair Bolsonaro para a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.

Recentemente, porém, o deputado passou a criticar publicamente o atual governo, dizendo estar decepcionado com Bolsonaro e com sua falta de articulação política no parlamento. Frota também criticou ações como a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.

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Diante dos sucessivos ataques ao presidente, Frota foi alvo de dois pedidos de expulsão do PSL: um da deputada Carla Zambelli, e outro do senador Major Olímpio, ambos desafetos de São Paulo. Na última terça-feira, a executiva nacional da sigla decidiu, por unanimidade, expulsar o deputado.

Segundo o presidente do partido, Luciano Bivar (PE), Frota foi enquadrado em um artigo do regimento da sigla que trata do desalinhamento partidário. O deputado, que havia participado ativamente da luta pela aprovação da reforma previdenciária, decidiu se abster em votação do segundo turno da proposta em plenário, em um gesto de insatisfação com o partido. Bivar diz, no entanto, que a posição de Frota neste episódio não motivou sua expulsão.

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Frota diz ter recebido convites de sete partidos: DEM, MDB, PSDB, Podemos, PRB, PP e PL. Mas a decisão acabou por se tornar um parlamentar da bancada tucana. Segundo o parlamentar, pesou sobre o movimento a amizade que mantém com Doria. O anúncio deverá ser confirmado em cerimônia ainda nesta sexta-feira.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Frota disse que o estopim para sua expulsão do PSL teria sido por discordar e criticar o governo, o que, segundo ele, não seria aceito no partido. “Isso pesou muito para o Bolsonaro. Bolsonaro não é burro, senão ele não chegaria onde chegou, mas é um idiota ingrato que nada sabe”, afirmou.

Antes da campanha eleitoral de 2018, Frota chegou a chamar o PSDB de “sujo” e “corrupto” e fez duras críticas ao então pré-candidato à presidência Geraldo Alckmin pela aliança firmada com partidos do chamado “centrão”. Em um dos trechos, ele diz que o tucano “está de quatro”. Naquela época, ele dizia que PSDB e PT eram igualmente corruptos.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.