O “último otimista” com Alckmin explica por que o tucano ainda pode ganhar as eleições

Gestor de uma carteira de R$ 150 milhões de ativos líquidos está convicto de que o tucano será o novo presidente. 

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Antes da corrida presidencial começar, os grandes investidores do mercado financeiro que habitam os arredores da Faria Lima (São Paulo) e do Leblon (Rio de Janeiro) já tinham o “candidato preferido”: Geraldo Alckmin.

Mesmo que não morressem de amores pelo tucano, a escolha devia-se ao fato dele ser o candidato que melhor aglutinava uma agenda econômica liberal, experiência no campo político para andar com a aprovação das reformas tão necessárias para o País (como a da previdência) e o perfil mais conciliador que seus concorrentes.

Alckmin era o preferido… Não é mais.

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O longo tempo de TV que o candidato do PSDB detém (5 minutos e 32 segundos por bloco), que era tido como o grande diferencial dele perante seus concorrentes, não converteu em mais votos nas pesquisas e ele segue estacionado entre 8% e 6% de intenções de voto. A exatos 10 dias para as eleições, o “voto útil” para o mercado financeiro passou a ser em Jair Bolsonaro, como definiu o sócio-fundador da Novus Capital, Luiz Eduardo Portella, em entrevista exclusiva ao InfoMoney.

No entanto, vasculhando os milhares de escritórios da Faria Lima, conseguimos encontrar um gestor que não acha, mas tem certeza que o tucano chegará no segundo turno e sairá vitorioso, independentemente de quem enfrentar.

Ele topou conversar com o InfoMoney para explicar o que sustenta essa convicção, mas pediu anonimato. Ele permitiu apenas dizer que gere uma carteira de R$ 150 milhões e que está no mercado de gestão de recursos há 10 anos e boa parte das suas posições de investimentos em Brasil estão alinhadas com essa tese eleitoral (ou seja: não é apenas uma opinião sem peso, ele está “comprado” nela).

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A seguir, confira seu relato.

“Historicamente, as pesquisas eleitorais no Brasil erram muito em relação ao resultado final, especialmente com o PSDB. Nas eleições de 2010, em que José Serra perdeu para Dilma Rousseff, a diferença entre o resultado do primeiro turno em relação a pesquisa realizada um dia antes da eleição foi da ordem de cinco pontos percentuais. Em 2014, outro erro: Aécio Neves foi para o segundo turno com 7% a 8% a mais de votos do que disseram que ele teria. Nas eleições para a prefeitura de São Paulo, em 2016, João Doria ganhou no primeiro turno com diferença de 14 pontos percentuais aos dados das pesquisas. Por algum motivo, as pesquisas nunca refletem bem os votos que o PSDB tem no final das eleições.

Outro ponto me leva a ter convicção de que Alckmin sairá vitorioso: o crescimento de Haddad nas pesquisas. Não é algo que me surpreende, pelo contrário, mas o fato é que as pesquisas recentes já mostram que o substituto de Lula já tem grande chance de ganhar de Bolsonaro no segundo turno. Isto traz grande vantagem para Alckmin por um simples motivo: ninguém [do mercado financeiro] quer que o PT ganhe. Isso levará os eleitores a buscar uma alternativa ao candidato petista. Geraldo Alckmin seria esse plano B.

Considerando que hoje o tucano tem 8% das intenções de voto, se uma parte dos eleitores do Bolsonaro mudarem seu voto para 45 ao invés de 17 para evitar a vitória do PT – eu chuto ser algo de 30% dos eleitores do “mito” – e tendo em vista que pesquisas eleitorais sempre erram para baixo no número final de votos que vão para o PSDB, digo que é, sim, possível que Alckmin vá para o segundo turno. Uma vez que isso aconteça, acho muito difícil que perca para qualquer um dos candidatos que têm chance de disputar com ele.

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“Mas já estamos próximos do primeiro turno, dá tempo de ter essa virada para o Alckmin?”, alguém pode perguntar. Sim, é verdade. Também é verdade que esse comportamento de migração dos votos acontece já quando as eleições estão próximas porque os eleitores ainda estão decidindo o que fazer. Se analisar bem as pesquisas, entre 50% e 55% dos eleitores já estão convictos sobre em quem vão votar, mas todo o resto está no grupo dos que podem mudar de ideia.

Minha expectativa é de que no dia das eleições, a gente Haddad com menos votos do que hoje parece que temos. De modo que não descarto, apesar de achar absurdo, Bolsonaro e Alckmin no segundo turno, especialmente porque a migração de votos nos últimos dias pré eleição será grande.

Me parece que estamos em uma eleição “hiper tranquila”, em que o Haddad leva com facilidade e tudo fica bem. Não acredito nesse equilíbrio: dado o nível de antipetismo na sociedade, principalmente entre o empresariado, as pessoas que têm alguma condição de formar opinião e influenciar eleição se movimentariam contra isso.

Acredito em uma tendência do eleitorado de olhar para o candidato que tem um cerne econômico melhor estruturado do que Bolsonaro ou Haddad — e isso cai sobre Alckmin.

No mais, tenho certeza de que o jogo eleitoral mudará até o domingo de votação do 1º turno. Isso porque algumas questões importantes para a decisão do eleitor ainda estão em aberto, como o inquérito de investigação da facada de Bolsonaro e a delação de Palocci, que ainda hoje não foi divulgada. Essas verdades podem muito bem vir à tona dias antes do domingo, basta ver o histórico de eleições brasileiras. Se isso acontecer, nenhum candidato terá tempo para reverter a situação”.

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