Bolsonaro diz que nunca cogitou volta da CPMF: “menos impostos é o meu lema”

Paulo Guedes fez uma apresentação a uma plateia restrita e teria citado a intenção de implementar um novo imposto aos moldes do antigo imposto

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O candidato Jair Bolsonaro (PSL) voltou a se posicionar sobre a polêmica da recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) que ronda sua campanha desde o início da semana. 

“Votei pela revogação da CPMF na Câmara dos Deputados e nunca cogitei sua volta. Nossa equipe econômica sempre descartou qualquer aumento de impostos. Quem espalha isso é mentiroso e irresponsável. Livre mercado e menos impostos é o meu lema na economia!”, escreveu o candidato em seu perfil no Twitter. 

A polêmica da CPMF

No início da semana, o “posto Ipiranga” de Bolsonaro, Paulo Guedes, fez uma apresentação a uma plateia restrita reunida pela gestora independente GPS Investimentos e teria citado a intenção de implementar um novo imposto aos moldes da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), segundo informações publicadas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

A situação gerou mal estar e ruído sobre a campanha de Bolsonaro, que telefonou para seu guru econômico para cobrar explicações sobre o assunto. Conforme o coordenador da campanha em São Paulo, deputado Major Olimpio, informou à Reuters, Bolsonaro não tinha sido consultado pelo economista sobre o assunto. 

Segundo Olimpio, o candidato conversou logo cedo com Guedes sobre a proposta, assim que tomou conhecimento dela pela imprensa. Vale lembrar que o candidato segue internado da unidade de terapia semi-intensiva do Hospital Albert Einstein após receber uma facada em evento de campanha. 

Vale destacar que, segundo o Broadcast, diante dos ruídos, Bolsonaro pediu tanto para que Guedes quanto para que o seu vice, Hamilton Mourão, reduzam suas atividades eleitorais. 

Em entrevista ao jornal O Globo, Guedes admitiu que a criação de um imposto sobre transações financeiras está em análise pela campanha, mas a medida não significaria aumento de carga tributária. De acordo com Guedes, a ideia seria substituir impostos federais por um novo tributo, um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) e não criar uma nova tributação. A informação teria sido deturpada, segundo Olimpio. 

“Isso acabou levando um susto a todos nós”, admitiu o coordenador da campanha. “Nada disso foi submetido à consideração do presidente [Bolsonaro]”, completou. 

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Ainda ontem Bolsonaro usou seu perfil no Twitter para negar planos de aumentar impostos. “Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendemos recriar a CPMF. Não procede. Querem criar pânico pois estão em pânico com nossa chance de vitória. Ninguém aguenta mais impostos, temos consciência disso”, escreveu.

Guedes é conhecido como o “posto Ipiranga” de Bolsonaro, para quem todas as questões sobre economia são direcionadas, e comandará o Ministério da Fazenda caso o candidato do PSL seja eleito.

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