PF deflagra operação que investiga crimes com criptomoedas e cumpre mandados em 6 exchanges

São 101 mandados, sendo duas ordens de prisão preventiva e 37 de busca e apreensão

Equipe InfoMoney

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A Polícia Federal, com apoio da Receita Federal, deflagrou na manhã desta quinta-feira (22) a Operação Colossus, que combate crimes de associação criminosa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro usando um sistema de compra e venda de criptoativos.

Ao todo, estão sendo cumpridos 101 determinações judiciais expedidas pela 6ª Vara Criminal de São Paulo. São duas ordens de prisão preventiva e 37 de busca e apreensão, sendo 22 pessoas físicas e 15 pessoas jurídicas.

Segundo nota da PF, entre esses mandados estão buscas em seis exchanges de criptomoedas, quatro instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio e três escritórios de contabilidade.

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Além dos mandados de busca e apreensão, foi determinado o bloqueio de bens e valores dos investigados no valor aproximado de R$ 1.247.770.199,05. Também foi determinado o sequestro de ativos virtuais titularizados pelos investigados de 28 exchanges com atuação no Brasil e no exterior.

As investigações tiveram início a partir de Relatório de Inteligência Financeira, com comunicações de movimentações bancárias suspeitas envolvendo a negociação de criptoativos. Diante da complexidade das operações, foram divididos três grupos de investigação. Os crimes ocorreram entre 2017 e 2021, mas segundo a PF eles ainda persistem.

O primeiro grupo é o de arbitradores, responsável pela aquisição de grandes quantias de ativos virtuais no exterior, em países como Estados Unidos, Cingapura e Hong Kong, e a sua venda no Brasil. Segundo as apurações da Polícia, foram realizadas remessas de valores para o exterior de mais de R$ 18 bilhões.

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Depois tem o grupo das exchanges, que comprava os criptoativos dos arbitradores e a revendia para pessoas físicas e jurídicas, com fortes indícios de envolvimento em atos ilícitos, segundo a PF.

Já o terceiro grupo era formado por empresas de fachada que adquiriam os ativos virtuais das exchanges para realizar a lavagem de dinheiro. As investigações apontam que entre os clientes estão pessoas mortas, beneficiários de programas assistenciais, idosos com mais de 90 anos de idade, doleiros, contrabandistas e comerciantes de bairros de comércio popular, como o Brás e 25 de Março em São Paulo.

Segundo a Polícia, em um período de quatro anos de investigação, foram movimentados mais de R$ 61 bilhões através do sistema bancário formal. As investigações apontam também que a movimentação desses recursos só foi possível porque várias instituições financeiras que negociaram os ativos dos investigados apresentaram falhas em seus sistemas de compliance.