Bancos de Wall Street cortam projeções para petróleo e abandonam crença de rali da commodity em 2023

JPMorgan cortou as projeções para a commodity em 11%, juntando-se a outros grandes bancos mais pessimistas com preços do petróleo

Bloomberg

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Os especialistas em petróleo de Wall Street abandonaram a crença de uma alta da commodity ainda este ano.

Hoje, o JPMorgan tornou-se o último dos grandes bancos a reduzir as previsões de preços do petróleo bruto, cortando suas metas para o Brent no segundo semestre em 11%, para US$ 82 o barril.

Embora a demanda continue crescendo, a oferta está confortavelmente acompanhando graças a um grande volume de investimentos, disse a analista Natasha Kaneva. O banco também está perdendo confiança na aliança Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), liderada pela Arábia Saudita, que anunciou outro corte de oferta este mês, mas que teve pouco efeito no mercado.

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O JPMorgan sempre foi cético quanto a um petróleo a três dígitos (o barril, na casa dos US$ 100), mas até mesmo os bancos mais otimistas mudaram o tom recentemente.

O Morgan Stanley liderou o caminho para encerrar as expectativas de uma potencial alta, afirmando no início do mês passado que o aperto na oferta, amplamente esperado pelo mercado para o segundo semestre, provavelmente não se concretizará.

No início desta semana, o Goldman Sachs – talvez o mais otimista com petróleo em Wall Street – reduziu as previsões, já que as ofertas de produtores problemáticos como Rússia e Irã provam ser surpreendentemente resilientes. No mês passado, o Bank of America também rebaixou sua perspectiva, à medida que a política monetária mais restritiva diminui o consumo de combustível.

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Enquanto isso, alguns outros analistas continuam prevendo que os mercados da commodity ficarão mais apertados próximos meses. A Agência Internacional de Energia ainda projeta que os estoques mundiais de petróleo se esgotarão rapidamente no segundo semestre, a uma taxa de 2 milhões de barris por dia, à medida que a demanda aumentar (ainda que veja queda no consumo mais à frente).

O recuo do mercado, por sua vez, é uma vitória para o veterano analista do Citigroup Ed Morse. No final do ano passado ele alertou que a saída instável da China da pandemia e a oferta abundante colocariam um limite no petróleo – e estabeleceu uma meta de preço para 2023 em US$ 80 o barril.

“As chances de um ‘superciclo de commodities’ em 2023 continuam diminuindo”, disseram analistas do Citigroup em nota esta semana.

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