Petróleo e minério em alta; inflação nos EUA, desemprego no Brasil e mais assuntos que vão movimentar o mercado hoje

O noticiário político doméstico também é destaque, com os jornais destacando mudanças na PEC dos combustíveis

Equipe InfoMoney

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As bolsas mundiais operam sem sentido muito definido nesta sexta-feira (28), com os índices futuros dos EUA em leve queda, com exceção do Nasdaq após a divulgação de resultados melhores que o esperado da Apple, enquanto a Europa vê os seus principais índices em baixa, com os investidores de olho nos dados do PIB da região. A Ásia teve um desempenho misto, com destaque positivo para o japonês Nikkei.

Já o petróleo segue em alta em Londres e Nova York, caminhando para a sexta semana consecutiva de ganhos, em meio a temores de menor oferta. O minério também tem um dia de ganhos, com atenção às políticas de estímulo da China que podem elevar a demanda pelo metal.

Nos EUA, após a decisão do Federal Reserve na quarta-feira e a fala de Jerome Powell levarem a um reajuste nas projeções para mais altas de juros em 2022, as atenções se voltam nesta manhã para o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de dezembro, medida preferida de inflação do Fed.

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Na agenda doméstica, atenção para os dados da PNAD Contínua apresentados pelo IBGE, trazendo os números da taxa de desemprego de novembro.

Já os jornais destacam que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu descartar a proposta de criação de um fundo de estabilização para interferir diretamente no preço de combustíveis. O ministro Paulo Guedes (Economia) quer agora tentar limitar o corte de tributos e desonerar apenas o diesel. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

EUA

Os índices futuros americanos têm desempenhos variados entre si.

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A semana vem sendo volátil, marcada pela declaração do Fed na quarta-feira indicando que pode elevar as taxas referenciais de juros pela primeira vez em mais de três anos como parte de um enrijecimento mais amplo de sua política monetária.

Na quinta-feira foi divulgado que o PIB dos Estados Unidos avançou 6,9% no quarto trimestre de 2021 em termos anualizados, superando a expectativa de analistas. As ações da Apple (AAPL34) operam em alta de cerca de 4% no pré-market após a empresa divulgar resultados acima da expectativa, impulsionando o futuro do Nasdaq, enquanto que o Dow futuro e o S&P futuro  têm perdas.

Na semana, o Dow recua 0,3%, após nove sessões negativas dentre as últimas dez, caminhando assim para sua quarta semana negativa consecutiva; o S&P recua 1,62% na semana, enquanto que o Nasdaq perde 1,4% e caminha para sua quinta semana consecutiva negativa. O S&P está 10,2% abaixo de seu recorde, e o Nasdaq, 17,6% abaixo.

Os papéis da Apple avançaram no after market  logo após a empresa divulgar resultados do quarto trimestre que indicaram a maior receita para três meses de sua história. As vendas avançaram mais de 11%, mesmo em meio a desafios quanto à oferta e aos efeitos persistentes da pandemia. A Apple superou as estimativas de analistas para vendas de todas as categorias de produtos, exceto iPads.

Até o momento, das 145 empresas componentes do índice S&P 500 que já divulgaram seus resultados, 79,3% superaram as expectativas de analistas, segundo a Refinitiv. A Chevron deve divulgar seus resultados nesta sexta-feira antes da abertura dos mercados.

Veja os futuros americanos às 7h20 (horário de Brasília):

Dow Jones Futuro (EUA), -0,21%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,08%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,35%

Ásia

As bolsas asiáticas tiveram desempenhos variados entre si na sexta-feira, com destaque positivo dos índices japoneses. Os papéis do SoftBank Group avançaram 2,2% após o conglomerado japonês anunciar uma transição de gestão.

Já o mercado acionário da China fechou em mínimas de 16 meses nesta sexta-feira, ampliando as perdas mesmo depois que jornais estatais e mutual funds tentaram acalmar os investidores após forte liquidação na sessão anterior devido a preocupações com um aperto monetário mais rápido nos Estados Unidos.

Os mercados da China ficarão fechados a partir de 31 de janeiro para o feriado de uma semana do Ano Novo Lunar.

Jornais estatais escreveram em editorais, citando especialistas, que os riscos internacionais só podem ter um impacto limitado sobre a China.

Ao mesmo tempo, uma série de mutual fundos chineses comprou seus próprios produtos, em esforços para aliviar o nervosismo do investidor após as ações atingirem mínimas em quase 16 meses na quinta-feira.

O mercado asiático também está de olho nas notícias de que a China irá implementar novas regras em seu mercado de capitais, com foco, principalmente, em empresas que desejam fazer IPOs fora do país, motivado por casos como o da Didi e do Ant Group, braço financeiro da Alibaba (BABA34).

Shanghai SE (China), -0,97% (fechado)
Nikkei (Japão), +2,09% (fechado)
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,08% (fechado)
Kospi (Coreia do Sul), +1,87% (fechado)

Europa

As bolsas europeias têm em sua maioria quedas nesta sexta-feira. O índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, tem perdas, com destaque negativo para o setor automotivo e avanço do setor de varejo. Na quinta-feira, os papéis tiveram alta após os dados fortes de PIB nos Estados Unidos.

Já nesta sexta, atenção para os dados do PIB na Europa. O destaque fica para a Alemanha, que divulgou queda de 0,7% no PIB do quarto trimestre, pior que as projeções de queda de 0,3%. Na comparação anual, o PIB alemão caiu de 2,8% para 1,4% frente estimativa de recuo para 1,8%.

FTSE 100 (Reino Unido), -1,09%
DAX (Alemanha), -1,74%
CAC 40 (França), -1,42%
FTSE MIB (Itália), -1,35%

Commodities

Os preços do petróleo continuam a avançar após o Kremlin afirmar que o ponto de vista da Rússia não teria sido levado em consideração pelos Estados Unidos em suas propostas quanto à segurança na região da Ucrânia. A tensão entre ambos os lados vem aumentando com a crescente presença militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia.

Os preços do minério de ferro continuam a ter fortes altas em meio a temores quanto a possíveis problemas de oferta na Austrália por conta da falta de trabalhadores com o avanço da Covid. Outro fator é a perspectiva de retomada do setor de construção da China.

Petróleo WTI, +0,57%, a US$ 87,1 o barril
Petróleo Brent, +0,75%, a US$ 90,01 o barril
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian registra alta de 7,59%, a 829 iuanes, o equivalente a US$ 130,32

Bitcoin

Os preços do Bitcoin oscilam positivamente em 0,03%, a US$ 36.603,42

2. Agenda

Brasil

8h: Inflação de janeiro medida pelo IGP-M, com expectativa de alta de 2%, segundo analistas ouvidos pela agência internacional de notícias Reuters
8h: Confiança de serviços
9h: Taxa de desemprego em novembro divulgada pelo IBGE
9h30: Dados de Juros/spread em empréstimos bancários em dezembro divulgados pelo Banco Central
14h30: Resultado do primário do Governo Central, com entrevista de Paulo Guedes às 15h

Estados Unidos

10h30: Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE na sigla em inglês) relativo a dezembro, com expectativa de que o núcleo do indicador tenha alta de 0,5% na comparação mensal, e 4,8% na comparação anual

Onde Investir 2022

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Depoimento de Bolsonaro

Na quinta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal tome o depoimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira à tarde como parte do inquérito que apura o vazamento de uma investigação sigilosa da própria PF a respeito de um ataque hacker sofrido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Moraes havia dado prazo de 60 dias para que Bolsonaro depusesse, mas o presidente não agendou depoimento. Por isso, o ministro marcou a colheita do depoimento para a tarde desta sexta-feira, na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, em Brasília. Moraes negou pedido da Advocacia-Geral da União para que o presidente abrisse mão de depor, e determinou o levantamento do sigilo desse inquérito no STF.

3. Reajuste para professores

Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro anunciou reajuste de 33,24% para o piso salarial de professores. A decisão desagrada prefeitos e governadores por conta do temor de que pressione as contas públicas e crie um efeito de bola de neve entre as demais categorias.

Pelas redes sociais, Bolsonaro escreveu: “É com satisfação que anunciamos para os professores, da educação básica, um reajuste de 33,24% no piso salarial (…) Esse é o maior aumento já concedido, pelo governo federal, desde o surgimento da Lei do Piso”.

Com o reajuste, o piso salarial da categoria passa de R$ 2.888,24 para R$ 3.848,29 para professores com carga de 40 horas semanais.

Aprovado em 2008, o piso dos professores é calculado com base na arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), de competência dos estados. Mas a lei do Fundo da Educação Básica (Fundeb), modificada no ano passado, prevê que, com as novas regras que ampliariam o fundo o cálculo para reajuste seria modificado posteriormente. Segundo a agência Reuters, Isso levou a equipe econômica a propor um valor mais baixo. Mas Bolsonaro optou pelo percentual mais alto.

Desoneração da folha

Reportagem de bastidores do jornal Folha de S. Paulo afirma que o governo pretende acabar com a cobrança de de 0,2% sobre a folha de salários das empresas, empregada para bancar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O tributo é responsável por gerar até R$ 2 bilhões por ano para o órgão, o que corresponde a dois terços do orçamento previsto para 2022. Segundo o jornal, a proposta está em gestação no Ministério da Economia, e faz parte dos planos de desonerar a folha de pagamento das empresas, visando reduzir o custo da contratação. O plano é que a medida seja apresentada ao Congresso por meio de um projeto de lei.

PEC dos combustíveis

Segundo informações do jornal O Globo e da Folha de S. Paulo, o governo decidiu descartar a ideia de criar um fundo para reduzir o preço dos combustíveis na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e que prevê reduzir impostos sobre esses produtos.

Em reunião nesta quinta-feira no Palácio do Planalto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu ainda zerar apenas os impostos federais sobre o diesel e o gás de cozinha.

Essa proposta, portanto, deixaria a gasolina fora da desoneração que será objeto da PEC que o governo negocia com parlamentares.

4. Novo recorde de casos de Covid

Na quinta-feira (27), foram registrados 228.972 novos casos de Covid no Brasil. A média móvel em sete dias foi de 170.572, alta de 150% em relação ao patamar de 14 dias antes e o décimo recorde consecutivo, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa divulgadas às 20h.

Em um dia, o Brasil registrou 662 mortes por Covid. Assim, a média móvel de mortes em 7 dias ficou em 417, alta de 201% em comparação com o patamar de 14 dias antes.

O número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 164.090.251, ou 76,38% da população. A segunda dose ou vacina de dose única foi aplicada em 149.253.875, ou 69,48% da população. E a dose de reforço foi aplicada em 42.977.254, ou 20,01% da população.

Sinais de desaceleração da Covid em São Paulo

Na quarta-feira (26), a cidade de São Paulo registrou média móvel de 1.265 novos casos de Covid. Em 10 de janeiro, a média móvel fora de 7.534. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo diz que os dados podem ser um sinal de desaceleração no ritmo de propagação do vírus no município. No estado como um todo, no entanto, o número de casos continua a aumentar. 

Mortalidade por Covid menor

Dados oficiais reproduzidos nesta sexta-feira pelo portal UOL indicam que o recorde da taxa de mortalidade de pacientes internados no SUS por Covid em 2021 ocorreu em março, quando a taxa ficou em 26%, e atingiu em novembro 16,3%, o último mês do levantamento e o patamar mais baixo desde o início da pandemia, em março de 2020. 

As informações são as mais recentes disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares do SUS, do Ministério da Saúde. Especialistas ouvidos pelo site creditam a melhora ao avanço da vacinação. 

Disque-denúncia para antivacinas

Chefiado por Damares Alves, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos produziu uma nota técnica, encaminhada a outras pastas, em que se opõe ao passaporte vacinal e à obrigatoriedade da vacinação de crianças contra a Covid.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, no documento a ministra coloca o Disque 100, que é o principal canal do governo para denúncias de direitos humanos, à disposição de pessoas antivacinas que passem por “discriminação”. Segundo a pasta, a obrigatoriedade de vacinação poderia afetar a liberdade de ir e vir, de reunião e de exercício profissional. Procurado, o ministério afirmou que o Disque 100 “não faz juízo de valor”. 

5. Radar corporativo

Oi (OIBR3; OIBR4)

Acionistas da Oi (OIBR3; OIBR4) aprovaram proposta de incorporação da Oi Móvel em assembleia geral extraordinária (AGE).

O conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) analisa hoje (28) a venda dos ativos móveis da Oi para as suas concorrentes TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro, podendo representar mais um passo para a alienação do ativo.

O parecer de análise da transação será apresentado pelo relator Emmanoel Campelo, sendo submetido em seguida à votação. Há a possibilidade de adiamento da decisão com pedido de vista de outro integrante da diretoria da agência reguladora.

A operação também precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Méliuz (CASH3)

A Méliuz (CASH3) registrou um volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) de R$ 1,7 bilhão no quarto trimestre de 2021, alta de 77% na comparação anual.

A companhia encerrou o quarto trimestre de 2021 com um total de 22,4 milhões de contas. O valor é 1,6 milhão maior do que o 3TRI21.

E em relação ao mesmo período de 2020 houve crescimento de 8,4 milhões de contas. Ou seja, alta de 60%. A média é de 27 mil contas abertas por dia útil.

Os dados foram divulgados em prévia operacional nesta quinta-feira (27). O número de usuários ativos ficou em 9,4 milhões até o fim de 2021, em linha com os 9,5 milhões do trimestre anterior.

Braskem (BRKM5)

A Petrobras (PETR3;PETR4) informou hoje (28) que, em conjunto com a Novonor (ex-Odebrecht), comunicou à Braskem (BRKM5)  a decisão de cancelar a oferta pública de distribuição secundária de ações de titularidade de ambas, que seria realizada simultaneamente no Brasil e no exterior, sob a forma de American Depositary Shares, representadas por American Depositary Receipts.

O motivo é a instabilidade das condições do mercado de capitais, que resultaram, neste momento, em níveis de demanda e preço não apropriados para a conclusão da transação, informou a companhia.

A Petrobras informa, ainda, que permanece em vigor o Term Sheet celebrado com a Novonor, o qual estabelece compromisso de ambas as empresas realizarem a venda de suas respectivas participações societárias na Braskem, além de estabelecer diretrizes com o objetivo de migração da Braskem para o Novo Mercado.

“A Petrobras ratifica seu interesse na venda da participação na petroquímica, com a maior brevidade possível e na medida em que as condições de mercado se mostrem favoráveis”, apontou em comunicado.

A Renova (RNEW11) informou que formalizou a aceitação da proposta apresentada pela AES GF1 Holding S.A., mediante a celebração de um contrato de compra e venda, para a alienação de determinados ativos e direitos do Complexo Cordilheira dos Ventos, constituído dos projetos Facheiro II, Facheiro III e Labocó, localizados no Estado do Rio Grande do Norte, com capacidade de desenvolvimento eólico de 305MW.

A companhia fará jus ainda a um earn out, caso a AES venha a implantar uma capacidade superior a 305MW nas áreas compreendidas no Projeto.

A transação está sujeita ao cumprimento de determinadas condições precedentes, incluindo a realização de um processo competitivo para a alienação da UPI Cordilheira dos Ventos, no âmbito do Processo de Recuperação Judicial em trâmite perante a 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo.

Dexco (DXCO3)

A Dexco adquiriu participação de 13% na Brasil ao Cubo, especializada em construção modular off-site em estrutura metálica. O investimento foi da ordem de R$ 74 milhões, a companhia passou a ser a terceira maior acionista da construtech, atrás do bloco de fundadores e da Gerdau.

(com Reuters)

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