Petrobras salta 3% com petróleo e só 2 ações do Ibovespa fecham em queda; Cesp avança com interesse em leilão

Confira os destaques do mercado na sessão desta quarta-feira (22)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – A eleição começou de vez para o mercado, que repercute a pesquisa Datafolha divulgada na manhã desta quarta-feira (22), que reforçou o cenário de liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Jair Bolsonaro (PSL) segue na frente em um cenário sem o petista e Geraldo Alckmin (PSDB) continua “patinando”. 

Ao longo do pregão, o Ibovespa passou a operar com ganhos e fechou com forte alta, uma vez que o índice já havia registrado forte queda na sessão anterior e o dólar disparado repercutindo as últimas pesquisas Ibope e MDA que apontavam para o mesmo cenário. O índice ainda foi impulsionado pela ata do Fomc mais “dovish”, sinalizando temores com o impacto da guerra comercial na economia americana, o que pode indicar uma menor frequência de alta de juros mais à frente. 

A ação da Petrobras, que caiu forte na véspera, registrou fortes ganhos em dia valorização do petróleo, enquanto a Vale (VALE3) também fechou em forte alta. No Ibovespa, apenas duas ações fecharam em queda: BB Seguridade (BBSE3) e Ambev (ABEV3). Confira os destaques da bolsa nesta sessão. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Petrobras (PETR3; PETR4)

Em um dia de alta de cerca de 3% do petróleo com a forte queda dos estoques americanos, a Petrobras abriu entre baixas e perdas de olho na política, mas voltou a subir mais forte repercutindo a alta da commodity.

No radar corporativo, a estatal informou que as operações na Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo, continuam paralisadas. Na madrugada de segunda-feira (20), ocorreram explosões seguidas de incêndio na Replan. A estatal informou que não há impacto imediato no abastecimento, uma vez que a empresa conta com estoque e produção das demais refinarias para garantir a oferta de combustíveis aos seus clientes.

Sobre a cessão onerosa, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia disse que se o leilão do petróleo excedente dessas áreas não ocorrer em 2018, ele poderá ser adiado para 2020. A razão para o atraso é que a partir de 2019, o TCU (Tribunal de Contas da União) adotará uma nova sistemática que amplia demasiadamente o período de análise para leilões de privatizações e concessões. 

Continua depois da publicidade

Segundo o secretário, o prazo limite para resolver os parâmetros do leilão é 15 de setembro, Cabe destacar que o principal obstáculo para o evento é a aprovação do Projeto de Lei da Cessão Onerosa no Senado. “Vemos a notícia como negativa para a Petrobras, dado que o governo planejava pagar o reembolso do contrato da Cessão Onerosa com recursos arrecadados do leilão do petróleo excedente”, avalia o time de análise da XP Research.

CESP (CESP6

De acordo com uma fonte ouvida pela Reuters, o fundo soberano de Cingapura (GIC) está interessado no leilão de privatização da elétrica paulista Cesp, agendado pelo governo de São Paulo para 2 de outubro, assim como a gestora de recursos Squadra Investimentos.

Suzano (SUZB3) e aéreas

Também em destaque, a Suzano subiu forte em meio à continuidade da alta do dólar, uma vez que boa parte da sua receita está atrelada à moeda americana. Enquanto isso, a alta do dólar levou à queda da Gol no início do pregão, já que a aérea tem boa parte dos seus custos atrelados à divisa. Contudo, a Gol (GOLL4) se recuperou durante o pregão e fechou em alta, o que não aconteceu com outra área: a Azul (AZUL4) fechou em fortes perdas, também sentindo o impacto da alta do petróleo. 

Vale (VALE3)

A Vale também registrou uma sessão de fortes ganhos em meio ao dia de alta do mercado nacional e a despeito da queda de cerca de 1% do minério de ferro nesta quarta-feira. 

Já no radar da mineradora, logo após fechar um acordo sobre o rompimento da barragem da Samarco, a coproprietária BHP Billiton acabou com qualquer esperança de reativar a mina de minério de ferro no próximo ano em entrevista à Bloomberg. A Samarco Mineração, joint-venture entre a BHP e a Vale, interrompeu a produção depois que o rompimento de uma barragem de rejeitos matou 19 pessoas e poluiu rios em dois estados.

A Vale disse que não é possível fornecer uma data de reativação, mas ambas as empresas estão trabalhando para que as operações sejam retomadas o mais rápido possível. A Samarco espera obter as licenças necessárias ao longo de 2019, mas a empresa ainda não começou a construir um sistema de filtragem para a cava de rejeitos, o que levaria de seis a nove meses.

Eletrobras (ELET3; ELET6)

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou na terça-feira (21) a desverticalização da Amazonas Distribuidora de Energia (Amazonas D), umas das distribuidoras da Eletrobras previstas para ser leiloada. A medida, na prática, determina que os empreendimentos de geração e transmissão (Amazonas GT) serão separados dos empreendimentos de distribuição, viabilizando o processo de venda da distribuidora. O leilão da Amazonas Distribuidora está marcado para o dia 26 de setembro

A decisão resolve uma disputa entre a Eletrobras e a Petrobras em torno da quitação de dívidas de R$ 17 bilhões, envolvendo a compra de combustível para o acionamento de usinas termelétricas. “Vemos essa notícia como positiva para a ação, pois essa etapa é um passo essencial para a privatização dos ativos de distribuição da empresa”, avaliam os analistas do Brasil Plural. 

Segundo a Reuters, a petroleira Royal Dutch Shell está avaliando os ativos que a Eletrobras pretende colocar à venda no leilão agendado para setembro, em meio a um plano da elétrica de desinvestimentos para reduzir dívidas.

Bradesco (BBDC4)

A sexta turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) optou por não reabrir a ação penal contra o ex-presidente do Bradesco e atual presidente do Conselho de Administração Luiz Carlos Trabuco Cappi. Decidiram por unanimidade negar o pedido do Ministério Público Federal, que queria continuar com a acusação. O STJ originalmente decidiu parar a acusação contra Trabuco em maio de 2017, pois eles entenderam que não havia provas da participação dele na Operação Zelotes que justificasse tal acusação.

Copel (CPLE6)

A Copel teve a recomendação reduzida para neutra pelo Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 29. No curto prazo, os analistas avaliam que a unidade hidrelétrica da Copel será prejudicada pelas compras no mercado de energia à vista, o que levará o resultado perto de alcançar no break even no terceiro trimestre. A partir de 2019/20, os pagamentos de dividendos poderão aumentar à medida que o ciclo maciço de investimentos dos últimos 5 anos terminar – supondo que nenhum novo projeto seja realizado, ponderam.

“A política não é um grande risco: com Roberto Requião não concorrendo ao cargo e depois de encontrar os principais candidatos, não achamos que as tarifas enfrentarão interferência política”, avalia o Bradesco BBI, que prefere “esperar para comprar a Copel”. “Talvez após o terceiro trimestre e as eleições”, afirmam.

Elétricas

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou na terça-feira (21) aumento médio entre 10% e 30% nas contas de luz para consumidores do Maranhão, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraíba, Paraná e Santa Catarina.

B2W (BTOW3)

A B2W vai oferecer empréstimos aos vendedores ligados ao seu marketplace, ampliando os serviços financeiros voltados a fomentar capital de giro de empreendedores e empresas parceiras para elevar as vendas na plataforma, informou a Reuters. O financiamento será feito por meio de uma parceria com a fintech de crédito Money Plus. O produto, chamado Credit Seller, soma-se à antecipação de recebíveis e amplia a oferta de serviços financeiros aos vendedores da plataforma da B2W.

Azul (AZUL4)

A United Airlines disse que estuda a formação de joint ventures com três companhias latino-americanas em um futuro próximo, sem detalhes sobre o timing disso. Entre elas, está a Azul, da qual já é acionista. Vale relembrar que a intenção de realizar esse acordo já havia sido anunciada pela Azul após a assinatura pelo presidente Michel Temer do acordo de “Céus Abertos” com o país, que põe fim na regra que estabelece limite de frequência semanal de vôos entre os países. 

Burger King Brasil (BKBR3)

O Burger King Brasil foi elevado a overweight (acima da média do mercado, o equivalente a compra) pelo JPMorgan. O preço-alvo subiu de R$ 17 para R$ 18, o que implica potencial de alta de 24% em relação ao último fechamento. 

TIM (TIMP3)

O time de análise do Itaú BBA reiterou a recomendação overweight (acima da média do mercado, o equivalente a compra) para as ações da Tim, mas reduziu o valor justo da ação de R$ 19 ao fim de 2018 para R$ 17 ao fim de 2019.

Guararapes (GUAR3)

O ex-pré-candidato do PRB à presidência da República, Flavio Rocha, foi eleito pelo conselho de administração da Guararapes como novo conselheiro e presidente do colegiado após a renúncia de Nevaldo Rocha.

“Nossa opinião é que as ações da Guararapes devem subir com essa notícias já que o filho de Nevaldo, Flavio Rocha, é visto como mais favorável ao mercado e pode eventualmente destravar hidden values, aprimorando os padrões de governança corporativa e vendendo alguns ativos”, avalia o time de análise do Brasil Plural.

Magnesita (MAGG3)

Os acionistas da Magnesita Refratários aprovaram a saída da empresa do Novo Mercado da B3, condicionada ao lançamento de OPA (oferta pública de aquisição das ações) em circulação no mercado.

Quer investir pagando apenas R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.