Petrobras (PETR4) tem lucro líquido de R$ 28,782 bilhões no segundo trimestre, baixa anual de 47%

Companhia estatal divulgou seus resultados para o período entre abril e junho na noite desta quinta-feira (3)

Equipe InfoMoney

Photo by Wagner Meier/Getty Images

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A Petrobras (PETR4;PETR4) lucrou R$ 28,782 bilhões de forma líquida no segundo trimestre de 2023%, acima do consenso da Refinitiv, que previa um lucro de R$ 27,3 bilhões. Na comparação trimestral houve queda de 24,6% e na anual, de 47%, já esperada por conta do recuo do petróleo frente aos dois períodos de comparação.

O preço médio do petróleo tipo Brent ficou em US$ 78,39 por barril entre abril e junho, queda de 31,1% versus um ano antes.

O resultado também sofreu impacto de uma baixa contábil de R$ 1,9 bilhão, diante de maiores despesas relativas à segunda unidade de refino da Rnest, com aumento do escopo do projeto, disse a petroleira, ponderando que o empreendimento é ainda resiliente e com valor presente líquido (VPL) positivo.

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A empresa também foi afetada por maiores despesas tributárias, diante do imposto temporário sobre a exportação de petróleo a partir do Brasil, que vigorou por quatro meses a partir de março e trouxe um impacto de R$ 1 bilhão para a empresa no segundo trimestre.

O conselho de administração da Petrobras, cabe ressaltar, aprovou remuneração aos acionistas no valor de R$ 1,149304 por ação ordinária e preferencial, o equivalente a R$ 15 bilhões.

Em nota, o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, declarou que a companhia “apresentou uma performance financeira e operacional consistente no segundo trimestre, mantendo sua rentabilidade de maneira sustentável e com total atenção às pessoas.

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“Vamos seguir trabalhando, focados no presente, mas também de olho no futuro, preparados para a transição energética justa e investindo no futuro da companhia e do Brasil.”

A companhia informou também que o resultado trimestral teve impacto positivo de ganhos da venda dos Polos Potiguar e Norte Capixaba, com R$ 3,4 bilhões.

A receita líquida da petroleira estatal ficou em R$ 113,840 bilhões, ante R$ 170,960 bilhões de um ano antes e de R$ 139,068 bilhões do trimestre imediatamente anterior. A queda na base anual foi de 33,4%, enquanto que, frente ao 1T23, foi 18,1% menor.

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De acordo com a estatal, o declínio da receita se deve em grande parte à desvalorização do Brent e a redução de mais de 40% nos crack spreads internacionais de diesel, além de menores receitas com exportações.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 56,690 bilhões, um recuo de 21,8% na base trimestral e de 42,3% na base anual.

O Fluxo de Caixa Livre (FCL) atingiu R$ 33,3 bilhões.

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A petroleira destacou ainda que as suas operações seguem contribuindo com a arrecadação de tributos no país. No segundo trimestre, foram pagos R$ 56,1 bilhões em tributos para União e entes estaduais e municipais.

Parte do resultado operacional da Petrobras já estava endereçada, uma vez que a companhia divulgou, há cerca de uma semana, sua prévia para o período. Analistas, então, destacaram como pontos de atenção os dividendos e o segmento de refino, ou downstream – uma vez que ambos estão enlaçados em questões políticas.

Entre abril e junho, a estatal brasileira registrou uma produção total, em média, de óleo, LGN e gás natural no segundo trimestre de 2023 de 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), uma redução de 0,6% em relação à produção do mesmo período do ano passado e de 1,5% abaixo da produção do primeiro deste ano. Só de petróleo foram 2,1 milhões de barris.

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O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 57,681 bilhões no segundo trimestre de 2023, um recuo de 39,8% na comparação com igual etapa de 2022. Na base trimestral, a queda foi de 21,3%.

As despesas operacionais somaram R$ 15,604 bilhões no 2T23, um crescimento de 17,4% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

O ROCE (Retorno sobre o Capital Empregado), por sua vez, atingiu 12,8% durante o segundo trimestre deste ano, mantendo-se estável em relação ao 2T22 e queda de 2,9 pontos percentuais (p.p.) na comparação com 1T23.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 269 milhões no segundo trimestre de 2023, uma redução de 98,3% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2022.

Em 30 de junho de 2023, a dívida líquida da companhia era de US$ 42,177 bilhões, um crescimento de 23,3% na comparação com a mesma etapa de 2022.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 0,74 vez em junho de 2023, alta de 0,14 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.

(com Reuters)