Petrobras (PETR4): Itaú BBA reitera recomendação de compra e diz que pressão sobre política de preços já “alcançou pico”

Companhia deve surfar ainda preço do petróleo mais altos mas recuo da commodity no médio prazo deve diminuir a pressão política

Vitor Azevedo

Photo by Wagner Meier/Getty Images

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O Itaú BBA reiniciou sua cobertura da Petrobras (PETR3;PETR4) em relatório divulgado no último domingo (26), com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, ou equivalente à compra) e preço-alvo em R$ 43 para os papéis preferenciais, upside de cerca de 53% em relação ao começo da tarde desta segunda-feira (27). As ações PETR4 da estatal eram negociadas a R$ 28,80, com alta de 5,78%, por volta das 13h (horário de Brasília).

A recomendação ocorre mesmo em meio ao cenário turbulento para a estatal, com investidores elevando os seus temores para os ativos em meio às ameaças políticas. Nomes como o Morgan Stanley e Eleven, por exemplo, possuem recomendação neutra para os papéis da Petrobras, com medo das possíveis interferências – o que também não é descartado pelo BBA.

“Acreditamos que uma possível mudança na política de preços pode ter impactos consideráveis. E, sim, ainda podemos ver uma volatilidade de curto prazo relacionada com a guerra [na Ucrânia, pressionando combustíveis para cima, assim como a política de preços] pode trazer alguma pressão adicional”, afirmam os analistas do banco.

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Apesar disso, o BBA vê que a Petrobras já passa por um momento positivo sem precedentes com a combinação dos altos preços do petróleo, dos crack spreads e da taxa de câmbio e que o recuo provável do petróleo no médio prazo, com a Rússia conseguindo redistribuir sua produção, deve diminuir a pressão sobre a política da política de preços. Assim, veem mudanças mais extremas na política de preços como bastante improváveis.

“É mais provável que o ruído relacionado aos preços esteja atualmente em seu nível mais alto, com a empresa ainda lutando para acompanhar os preços internacionais”, comentam.

Do outro lado, quanto ao risco da Petrobras voltar a investir em refinarias, o banco vê que a companhia dificilmente construirá uma nova planta. Isso porque a construção de novos parque traria muito mais riscos, que pesam na escolha de diretrizes para os próximos anos.

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No passado, a Petrobras, por exemplo, superestimou o crescimento da demanda brasileira de combustíveis e acabou aumentando a sua capacidade de produção sem que houvesse demanda para isso.

Ao invés de aumentar seus investimentos em refinarias, então, a estatal deve continuar investir no desenvolvimento de suas plantas maduras, buscando evitar excesso de oferta, e manter os desinvestimentos no setor, o que já é contemplado no plano que vai até 2026.

Por fim, o Itaú BBA afirma que a Petrobras tem em seu horizonte o desafio da transição energética, mas que deve crescer mesmo assim, com seu plano focado em maior eficiência, menores emissões e reinjeções de CO2 durante a extração de óleo e gás, no que a companhia é referência – estando, inclusive, bem a frente de seus pares.

“Cenários agressivos de transição energética trazem riscos para a demanda por combustíveis fósseis e combustíveis no longo prazo, dependendo da capacidade da Petrobras de adequar seus negócios para matriz energética”, explicam os analista do BBA. “Uma análise de sensibilidade do valor justo da Petrobras para diferentes cenários de crescimento da perpetuidade mostra que ainda vemos vantagens para a companhia mesmo em cenários de queda no crescimento da perpetuidade”, finalizam os analistas.

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