Petrobras (PETR3;PETR4) reverte prejuízo e lucra R$ 31,1 bilhões no 3º trimestre de 2021

Resultado veio acima do projetado pela média dos analistas, compilada pela Refinitiv, que era de lucro de cerca de R$ 20 bilhões no 3º trimestre

Rodrigo Petry

Petrobras (Foto: Mario Tama/Getty Images)

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SÃO PAULO – A Petrobras (PETR3PETR4) registrou lucro líquido de R$ 31,142 bilhões no terceiro trimestre de 2021, revertendo prejuízo líquido de R$ 1,546 bilhão registrado entre julho e setembro de 2020.

Em relação ao segundo trimestre deste ano, quando a empresa lucrou R$ 42,855 bilhões, houve uma redução 27,3% nos ganhos, informou a companhia nesta quinta-feira (28).

A projeção, de acordo com estimativa média dos analistas compilada pela Refinitiv, era de lucro de cerca de R$ 20 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Ou seja, o resultado veio acima do projetado.

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Lucro da Petrobras

Conforme a empresa, em relação à queda do lucro na comparação frente ao segundo trimestre, isso se deve, principalmente, ao efeito da variação cambial sobre a dívida.

Além disso, a companhia aponta que ocorreram efeitos não recorrentes relativos a plano de saúde e ICMS, e a ausência de ganhos com reversão de impairment sobre investimento pela venda da BR Distribuidora – atual Vibra Energia, que ocorreu no segundo trimestre de 2021.

No mais, a Petrobras ressaltou que teve, em contrapartida, resultados positivos no terceiro trimestre deste ano, com reversão de impairment devido à revisão da curva de Brent de curto prazo.

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Também contribuíram positivamente o recebimento pelo acordo de coparticipação referente ao excedente da Cessão Onerosa do campo de Búzios e os efeitos da não incidência do IRPJ/CSLL sobre atualização pela SELIC de indébitos tributários.

Ebitda da Petrobras

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, por sua vez, foi de R$ 60,744 bilhões, alta de 81,7% na comparação anual, mas queda de 1,9% frente o 2º trimestre.

A projeção era R$ 56,1 bilhões. A receita para o período totalizou R$ 121,5 bilhões, ante expectativa de R$ 118,93 bilhões.

Enquanto isso o Ebitda ajustado recorrente somou R$ 63,873 bilhões, alta de 71,4% no ano e de 6,4% na comparação trimestral.

O fluxo de caixa livre somou R$ 47,223 bilhões, expansão 17,7% na comparação anual, mas recuo de 2,9% frente o segundo trimestre.

Receita

A receita líquida de vendas avançou 71,9% em um ano, atingindo R$ 121,594 bilhões, ao passo que frente ao 2º trimestre avançou 9,8%.

Frente ao trimestre imediatamente anterior, a empresa informou que alta ocorreu, principalmente, por conta da valorização do Brent, ao aumento dos volume e preços de derivados.

No total das receitas, na comparação anual, destacam-se as altas no faturamento de Querosene de Aviação (+227%), Diesel (+82,3%) e gasolina (+92,8%).

Segundo a empresa, em termos da composição da receita no mercado interno, o diesel e a gasolina continuaram sendo os principais produtos, respondendo juntos por 71% da receita nacional de vendas de derivados de petróleo.

Exportação

De acordo com a Petrobras, as exportações somaram R$ 29,308 bilhões, uma alta de 40,1% na comparação anual, mas retração de 12,7% ante 2º trimestre.

Sobre as exportações, a empresa informou que, por conta do maior volume de óleo nacional na carga das refinarias, houve uma redução do volume das exportações, levando à retração da receita com as vendas ao exterior.

Dívida da Petrobras

A empresa informou que encerrou o terceiro trimestre com uma dívida líquida de US$ 48,132 bilhões, uma retração de 27,3% sobre o mesmo período do ano passado, e 9,6% inferior à reportada no encerramento do 2º trimestre.

Assim, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado ficou em 1,17 vez, ante 1,49 vez (2º trimestre) e 2,33 vezes (3º trimestre de 2020).

Segundo a empresa, a geração de caixa e a contínua gestão da dívida permitiram à companhia atingir sua meta de dívida bruta de US$ 60 bilhões estabelecida para 2022 com um ano de antecedência.

Dessa forma, a dívida bruta totalizou US$ 59,6 bilhões, 6,4% abaixo da posição do final do segundo trimestre, principalmente em função de pré-pagamentos de dívidas.

Dívida reduzida antes da meta

Em mensagem que acompanha o relatório de desempenho, o CEO Joaquim Silva e Luna, diz que a empresa atingiu “a meta de endividamento muito antes do planejado”.

Acrescentou Silva e Luna ainda que a administração seguirá “investindo responsavelmente nos ativos mais rentáveis para gerar assim cada vez mais prosperidade.”

O CFO da Petrobras, Rodrigo Araujo Alves, ressaltou que a dívida foi “finalmente equacionada”, ressaltando que ainda há “muito valor a entregar, construído a partir do nosso fluxo de caixa, da gestão de portfólio e dos investimentos em ativos resilientes e de classe mundial”.

Brent dispara

Em termos de cotações, a empresa informou que o dólar médio de venda no 3º trimestre deste ano foi de R$ 5,23, com o barril do Brent em US$ 73,47, levando o preço dos derivados básicos no mercado interno a R$ 421,97.

Dessa forma, o dólar médio no período recuou 2,8% no ano e caiu 1,3% no trimestre. Entretanto, o custo dos preços dos derivados saltou 63,5% no ano e 5,2% no trimestre, ao passo que o preço do barril disparou 70,9% em um ano e 6,7% na comparação trimestral.

Investimentos

No terceiro trimestre, os investimentos totalizaram US$ 1,9 bilhão, 21,2% abaixo segundo trimestre e 13,7% acima dos aplicados no mesmo período do ano passado, dos quais mais de 53% correspondem foram aportados em crescimento (growth).

Em exploração e produção, foram aplicados US$ 1,456 bilhão, representando alta de 12,9% no ano, mas 25,3% abaixo do 2º trimestre. Já em refino, transporte e comercialização foram aportados US$ 226 milhões, alta de 24,1% em um ano, mas retração de 10,9% no trimestre.

Dividendos

A Petrobras informou nesta quinta-feira (28) ainda que o seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de nova antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2021, no valor total de R$ 31,8 bilhões (cerca de US$ 6 bilhões).

O valor é equivalente a R$ 2,437865 bruto por ação preferencial e ordinária em circulação.

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