Petrobras faz “Plano de Resiliência”, impacto do acidente com Boeing para a Gol, Credit revisa Vale e CSN e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (11)

Lara Rizério

(Agência Petrobras)

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SÃO PAULO – A segunda-feira começa com a volta da divulgação de resultados, além de um noticiário movimentado para a Petrobras com o anúncio do Plano de Resiliência. O mercado também monitora os efeitos do acidente na Etiópia com o avião da Boeing para ativos brasileiros. Confira os destaques do noticiário corporativo: 

Petrobras (PETR3;PETR4

O noticiário sobre a Petrobras é bastante movimentado. A estatal aprovou o que chamou de Plano de Resiliência, que é uma adição ao Plano de Negócios e Gestão 2019-2023. Segundo a companhia, esse novo plano foi estruturado em três alavancas de geração de valor. E a primeira delas é a ampliação do programa de desinvestimentos.

Nesse aspecto, a Petrobras prevê a inclusão de mais campos maduros de petróleo e gás localizados em terra e águas rasas, além de ativos de refino e logística. Segundo a companhia, esse novo plano não contempla ainda a revisão do pacote de desinvestimento de refinarias, que ainda está em estudo.

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“Os desinvestimentos de ativos em que não somos donos naturais contribuem para melhorar a alocação do capital aumentando consequentemente a geração de valor. Simultaneamente, viabilizam a redução do endividamento e do custo de capital”, diz a Petrobras em Fato Relevante.

A segunda parte do plano diz respeito aos gastos operacionais gerenciáveis, que a companhia pretende diminuir em US$ 8,1 bilhões, um acréscimo de 6,6% ao valor de R$ 122,6 bilhões previstos no PNG. 

A Petrobras cita cortes de gastos com pessoal, com anúncio de programa de demissão voluntária, e de despesas discricionárias, como publicidade e patrocínios, além de otimização do uso de prédios administrativos.

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A estatal diz que está trabalhando também para liberar o excesso de capital que consta nas disponibilidade de caixa, realocando para usos mais produtivos.

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A companhia ressalta que não há previsão de mudanças no PNG 2019-2023. O cronograma referente aos novos sistemas de produção de óleo e gás está mantido, com exceção de Búzios 5, que terá início de operação postergado de 2021 para 2022, tendo em vista atraso no processo de contratação de afretamento de plataforma, com impacto na produção estimado em 60 mil boed no período 2022-2023″, destacou. 

A empresa ainda assinou na sexta-feira  com a empresa BW Offshore (BWO) contrato para a cessão da sua participação total no campo de Maromba.

O valor da transação é de US$ 90 milhões, a ser pago em três parcelas: US$ 20 milhões na data de fechamento da operação; US$ 20 milhões em até 15 dias úteis após o início das atividades de perfuração de poços para o desenvolvimento do campo; e US$ 50 milhões em até três meses após o primeiro óleo ou três anos após o início das atividades de perfuração de poços para o desenvolvimento do campo, o que ocorrer primeiro.

Descoberto em junho de 2003, o campo está localizado em águas rasas ao sul da Bacia de Campos, a cerca de 100 km da costa do Estado do Rio de Janeiro. A Petrobras é operadora com 70% de participação e a transação inclui a transferência da operação.

Vale (VALE3)

De olho no preço do minério de ferro mais alto, o preço-alvo do ADR da Vale foi elevado pelo Credit Suisse de US$ 15,50 para US$ 16,50, com recomendação outperform. 

Além disso, a Vale, responsável pela barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho, a 57 quilômetros de Belo Horizonte (MG), tem até 4 de abril para apresentar em juízo um relatório parcial sobre os repasses de pagamentos para os atingidos pela tragédia, causada pelo rompimento em 25 de janeiro. Mas, antes, terá de apresentar informações detalhadas sobre pedidos de urgência e abastecimento da região.

A ordem foi definida durante audiência de conciliação na 6ª Vara da Fazenda Estadual de Belo Horizonte há cinco dias. No próximo dia 4 haverá outra audiência de conciliação, às 14h As informações são do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

No último dia 7, a audiência contou com a participação de representantes do MPMG, Ministério Público Federal, das defensorias públicas da União e do Estado, da Advocacia-Geral do Estado e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), além dos representantes da mineradora.

Na audiência ficou acordado que cada núcleo familiar do Córrego do Feijão e do Parque da Cachoeira receberá uma cesta básica por mês, durante 12 meses. A Vale e o estado de Minas Gerais fecharam um acordo para que a contratação de produtos ou serviços necessários, bem como as despesas emergenciais relacionadas ao rompimento, sejam feitas extrajudicialmente.

O valor de R$ 1 bilhão continua como garantia, dos quais R$ 500 milhões foram depositados em juízo. Os outros R$ 500 milhões poderão ser substituídos por garantias com liquidez corrente, fiança bancária ou seguros.

CSN (CSNA3)

Além da Vale, a CSN também passou por uma revisão pelo Credit Suisse em função da mudança de visão global. A estimativa de Ebitda para 2019-2022 subiu em media 11% e agora eles possuem um número cerca de 8% acima do consenso da Reuters. O preço-alvo saiu de R$ 11,00 para R$ 15,00 por ação.

“Continuamos otimistas com o caminho da CSN em relação a desalavancagem e que o mesmo deve ser beneficiado por uma solida geração de caixa e desinvestimento em minério. O nosso neutro pode ser justificado por acreditarmos que o rally recente já incorporou boa parte destas noticias positivas”, afirmam os analistas. 

Gol (GOLL4) e Embraer (EMBR3)

O acidente sofrido pelo Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines que levou a 157 vítimas fatais após sofrer acidente no último domingo impacta as ações da americana no pré-market da NYSE, com queda de cerca de 10%, e também pode impactar os papéis da Gol e da Embraer (que está em processo para realizar uma joint venture com a empresa) nesta sessão. 

A aeronave caiu minutos depois de decolar de Addis Abeba, capital da Etiópia. O voo ET 302 caiu perto da cidade de Bishoftu, ou Debre Zeit, cerca de 50 quilômetros ao sul da capital. É o segundo acidente em cinco meses com esse modelo de aeronave. 

De acordo com a Folha de S. Paulo, o Boeing 737 MAX é também a espinha dorsal da recente expansão internacional da Gol. Com 135 encomendas —dos modelos MAX 8 e 10—, a companhia é a única brasileira a operar essa nova versão, cuja primeira unidade foi recebida pela Gol em junho de 2018. 

Procurada pelo jornal, a companhia afirmou que tem a segurança em primeiro lugar, disse que acompanha a investigação do acidente na Etiópia e ressaltou que cada companhia aérea tem uma operação diferente.

Cesp (CESP6), AES Tietê (TIET11) e Engie (EGIE3)

Os analistas do Credit Suisse atualizaram os modelos das geradoras (Cesp, Tietê e Engie) considerando  as novas estimativas de GSF, preço spot e novas taxas de desconto. Baseado nesse cenário, revisaram a preferência no setor, dando downgrade em Engie para underperform e upgrade em Cesp para outperform, baseado nas expectativas de virada das companhias.

Educacionais

Conforme destaca o jornal ZeroHora, do Rio Grande do Sul, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) já começaram a rastrear convênios e verbas para dar impulso ao que o presidente Jair Bolsonaro anunciou como Lava-Jato da Educação.

Entre os alvos estão importantes iniciativas do governo federal no setor: o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), destaca a publicação. 

Klabin (KLBN11)

A Klabin anunciou que Cristiano Teixeira será diretor-financeiro interino e de relações com investidores da companhia. 

Ele acumulará tais atribuições até a eleição do novo diretor, informa a companhia em comunicado. A posição era ocupada por Gustavo Henrique Santos de Sousa, que renunciou ao cargo declarando motivos estritamente pessoais.

Azul (AZUL4)

A Azul informou hoje que assinou uma proposta não vinculante no valor de US$ 105 milhões para a aquisição de certos ativos da Avianca Brasil por meio de uma Unidade Produtiva Isolada (UPI).

Eternit (ETER3)

A Eternit, em recuperação judicial, informou que foi cancelada a retomada da Assembleia Geral de Credores que ocorreria no dia 13 de março de 2019 com a determinação de sua continuidade em outra data.

“A Companhia manterá os seus acionistas e o mercado em geral informados, na forma e nos prazos estabelecidos pela legislação aplicável, sobre o desenvolvimento dos assuntos objeto deste Fato Relevante, inclusive sobre a nova data para continuidade dos trabalhos em Assembleia Geral de Credores”, disse em comunicado. 

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.