Petrobras celebra retirada de artigo de MP que afetava escoamento de gás natural

Diretora de Transição Energética da estatal destacou impacto positivo para investimentos, mas alerta que aumento do preço de referência do gás pode inviabilizar projetos futuros

Estadão Conteúdo

Sede da Petrobras - 
16/10/2019 (Foto: 
REUTERS/Sergio Moraes)
Sede da Petrobras - 16/10/2019 (Foto: REUTERS/Sergio Moraes)

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A diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Angélica Laureano, comemorou há pouco a retirada do artigo da Medida Provisória do Setor Elétrico (MP 1.304), aprovada há pouco no Congresso Nacional, que impactava o escoamento e o processamento de gás natural. O texto foi votado a toque de caixa no Congresso nesta quinta-feira, 30, e segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Graças a Deus saiu o 45a. Essa não entrou. Dizia que o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) tinha o direito de definir qual era o valor do escoamento e do processamento”, explicou a diretora, após participar de painel na OTC 2025, feira de petróleo que termina hoje no Rio de Janeiro. “Isso estava impactando muito a questão dos futuros investimentos”, acrescentou.

Segundo ela, “infelizmente as alterações no preço de referência permaneceram”, lamentou, ressaltando que como a nova lei vai aumentar o valor dos royalties, poderá afetar projetos que ainda não foram aprovados pela estatal.

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“O preço de referência do gás pode vir a impactar o VPL (Valor Presente Líquido) dos projetos. Torna o projeto mais caro e pode inviabilizar”, disse a executiva, destacando o projeto Sergipe Águas Profundas (Seap), que ainda não teve a aprovação final pela estatal.

“Ele (Seap) não tem decisão final de investimento, ele pode ser inviabilizado. O risco que existe é o risco da inviabilização por essas questões extras que surgem e que não estavam planejadas”, explicou Laureano.

Sobre a questão da reinjeção de gás natural dos campos, que passa a ser deliberado pelo CNPE, a diretora avaliou que não é positivo, mas valerá apenas para projetos futuros e já estava nos planos do governo por meio de regulação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).