Petrobras acelera ganhos e sobe mais de 1%; Vale e siderúrgicas avançam com minério e varejistas sobem

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (20)

Lara Rizério

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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Petrobras (PETR3, R$ 16,67, +1,03%; PETR4, R$ 1,30%)
Após uma abertura morna, as ações da Petrobras aceleram os ganhos em meio à diminuição das quedas do petróleo no exterior. O WTI tem queda de cerca de 0,49%, enquanto o brent tem baixa de 0,19%, após chegarem a cair cerca de 1% mais cedo, em meio às informações de que o Iraque estaria reparando campos de produção.

No noticiário da estatal, a Petrobras elevou o preço da gasolina em 0,4% e cortou do diesel em 1,3%. Os preços são para as refinarias a partir de 21 de outubro. Vale destacar ainda que a Polícia Federal cumpriu durante a manhã 10 mandados em investigação de contratos com Petrobras. As ordens judiciais são decorrentes de investigação que tramita na 13ª Vara Federal de Curitiba, Paraná, “para apurar o pagamento de vantagens indevidas a executivos da Petrobras através do já conhecido Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, bem como em ação penal em curso que apura fatos semelhantes”, segundo comunicado.

Os investigados responderão pela prática dos crimes de associação criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro, diz a PF no comunicado. A PF cumpre 4 mandados de busca e apreensão, 1 mandado de condução coercitiva e 1 mandado de prisão temporária, além 3 intimações determinadas pelo Juízo Federal com a imposição de outras medidas cautelares.

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Vale (VALE3, R$ 33,76, +2,30%;VALE5, R$ 31,35, +2,18%)

Os futuros de minério de ferro avançaram 5,4% hoje em Dalian e 2,60% (US$ 62,46) em Qingdao, recuperando-se de perdas recentes, o que leva a uma sessão positiva para as ações da Vale. 

Na véspera, as ações da mineradora tiveram uma virada na bolsa, um dia após a companhia aprovar a conversão de ações VALE5 para VALE3. 

Veja mais: O que acontece com os acionistas da Vale que não aprovaram a conversão de ações?

Além do minério, outras commodities avançam. O cobre para três meses subia 0,80%, a US$ 7.028 a tonelada, na London Metal Exchange (LME), às 8h15 (de Brasília). Às 8h30, o cobre para dezembro tinha alta de 1,01%, a US$ 3,1995 a libra-peso, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Com isso, as siderúrgicas também avançam, caso de Usiminas (USIM5, R$ 10,35, +2,58%), CSN (CSNA3, R$ 10,04, +1,83%) e Gerdau (GGBR4, R$ 11,89, +1,45%).

No radar das siderúrgicas, a Fitch elevou a nota da siderúrgica Usiminas  de CCC para B, com perspectiva estável, citando melhora significativa no perfil de crédito da companhia apoiada em tendência de redução de endividamento e riscos de refinanciamento administráveis. A mudança na nota ocorreu após a conclusão de plano de reestruturação financeira que incluiu aporte de R$ 1 bilhão na Usiminas e injeção de R$ 700 milhões  em recursos da unidade de mineração do grupo.

Multiplus (MPLU3, R$ 41,02, -0,73%) e Smiles (SMLE3, R$ 90,66, +1,18%)

As duas ações do setor de fidelidade reagem a recomendações. A Multiplus foi rebaixada de compra para underperform (performance abaixo da média do mercado) pelo Santander, enquanto a Smiles é elevada de manutenção para compra pelo mesmo banco, com preço-alvo de R$ 104. 

Oi (OIBR3, R$ 5,58, +1,45%;OIBR4, R$ 4,42, +1,61%)

Bancos públicos e privados, além de parte dos credores internacionais da Oi, protocolaram, na quarta-feira (18) na 7.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, pedido de adiamento da assembleia dos credores da tele, originalmente marcada para o dia 23. Eles querem remarcar a reunião para o dia 27 de novembro para que possam avaliar o plano de reestruturação da operadora e ganhem tempo para apresentar uma proposta alternativa.

O pedido foi protocolado por Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Caixa, BNP Paribas, o fundo GoldenTree, as gestoras Capricorn e Syzygy (ambas ligadas ao fundo abutre Aurelius), além do Citadel Equity Fund e o Canyon Capital Finance.

Se o pedido de adiamento for confirmado pela Justiça do Rio, vai desagradar a direção da Oi e parte dos acionistas, que, segundo fontes, defendiam a realização da assembleia como forma de reunir todos os credores em um único local e de fomentar a discussão dos possíveis ajustes que tornarão viável o plano de recuperação da companhia. Além disso, dizem essas fontes, o adiamento contribuiria para prolongar ainda mais a insegurança sobre o desfecho do longo processo de recuperação judicial, que se arrasta desde junho de 2016, com dívidas de R$ 64,5 bilhões.

Além disso, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) marcou para 11h da segunda-feira (23), uma reunião em que o conselho diretor vai decidir que destino dará aos termos de ajustamento de conduta (TAC) propostos pela Oi.

Randon (RAPT4, R$ 7,89, +2,73%)
A Randon sobe na bolsa após a divulgação dos dados operacionais. A receita líquida da companhia aumentou 4,1% na comparação anual no acumulado janeiro a setembro, para R$ 2,1 bilhões, segundo comunicado ao mercado. A receita bruta total aumentou 45,6% na base anual em setembro, para R$ 363,9 milhões; atingiu R$ 3 bilhões no acumulado do ano, alta de 6,4% na base anual.

Os resultados da Fras-le, controlada da Randon, são:  A receita líquida consolidada de setembro foi de R$ 72 milhões, alta de 16,4% na base anual. Já a receita líquida consolidada no acumulado de janeiro a setembro foi de R$ 611,3 milhões, queda de 1,1% na base anual. A receita bruta total de setembro foi de R$ 104,7 milhões, a 21,5% na base de comparação anual. 

Azul (AZUL4, R$ 28,72, +0,77%)

A Azul confirmou a captação de US$ 400 milhões com vencimento em 2024. A emissão da Azul Investments com cupom de 5,875% por ano e  acredita que emitirá os títulos em 26 de outubro.

Rumo (RAIL3, R$ 13,17, +0,53%)

O capex da Rumo foi estimado para 2020 entre R$ 1 bilhão a R$ 1,3 bilhão. O montante é menor que o estimado para 2017, de R$ 2 bilhões a R$ 2,2 bilhões, disse a companhia em fato relevante ao mercado. A empresa estima crescimento médio de 19% ao ano no Ebitda de 2017 a 2020, chegando em 2020 entre R$ 4,4 bilhões e R$ 4,6 bilhões. A Rumo reafirmou guidance de Ebitda 2017 entre R$ 2,6 bilhões e R$ 2,8 bilhões. O capex de 2017 deve ficar entre R$ 2 bilhões e R$ 2,2 bilhões. 

JBS (JBSS3, R$ 7,99, -0,75%)

As ações do JBS têm leve queda nesta sessão. A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou os ratings da companhia para B3, com perspectiva negativa, em meio aos riscos relacionados aos processos judiciais envolvendo os acionistas e executivos da empresa. “O downgrade incorpora a opinião da Moody\’s de que os riscos relacionados a processos judiciais e investigações envolvendo os acionistas da JBS e seus executivos permanecem elevados”, diz a agência.

Varejistas

As varejistas registram alta nesta sessão após um dia divergente na véspera e em uma semana bastante agitada para o setor com a expansão da Amazon no Brasil. Magazine Luiza (MGLU3, R$ 71,22, +1,76%), B2W (BTOW3, R$ 22,22, +4,03%) e Via Varejo (VVAR11, R$ 24,26, +1,30%) sobem nesta sexta. 

Muitas análises sobre a Amazon foram destaque nos últimos dias. Os analistas do JP Morgan apontaram que a Amazon não é uma ameaça completa, pois tem um longo passo para percorrer, que passa desde reforçar sua marca entre os brasileiros como questões de logística. Sobre esse último assunto, o presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, resume bem o desafio: “a Amazon não vai ter moleza no Brasil. Lá fora ela tem Fedex, Sedex, DHL, entre outras. Então, ela não precisa ter sequer um caminhão ou um motoboy. Aqui, a gente depende de uma única empresa, o Correios, que ainda por cima é estatal”, afirmou durante evento realizado na Casa do Saber.

Na avaliação dos analistas Stephen Duvignau, da Fama Investimentos, Rodrigo Furtado, da XP Gestão, e Giovanna Scottini, da Eleven Financial, a queda dos papéis desde a divulgação da notícia da entrada da Amazon foi exagerada e isso acabou gerando uma oportunidade de compra para as ações: e o mais interessante, uma entrada que atende desde os investidores mais conservadores até os mais arrojados. Para ler a íntegra das análises, clique aqui.

(Com Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.