“Para este ano devemos conseguir um parceiro estratégico para comprar um pedaço da AHS”, diz CFO da MRV

Ricardo Paixão disse que potencial negócio não é, ainda, um IPO da subsidiária nos EUA: "seria um passo intermediário para eventual IPO nos próximos anos"

Renan Crema

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Com o mercado brasileiro bastante pressionado pelo aumento de custos, diante da inflação dos materiais de construção, além da subida da Selic e a menor capacidade de compra dos consumidores, a MRV (MRVE3) amplia seu foco na AHS, sua subsidiária nos Estados Unidos no ramo de incorporação, construção e aluguel de residências para posterior venda dos empreendimentos a investidores.

Em live do InfoMoney, Ricardo Paixão, CFO da companhia, afirmou que em 2022 a empresa vai “conseguir trazer um parceiro estratégico para comprar um pedaço da AHS”. Segundo ele, “ainda” não será um IPO, mas sim “um passo intermediário para um eventual IPO nos próximos anos”.

A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do quarto trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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Para Paixão, o cenário desafiador no Brasil para o setor de construção não vai fazer a MRV desistir de ter empreendimentos que se enquadram no programa Casa Verde e Amarela, do governo federal, mas cria a necessidade de a companhia redistribuir seu landbank (banco de terrenos) entre as diversas frentes que atua.

Na americana AHS, na Urba, braço da MRV voltado a loteamentos, e na Luggo, que constrói empreendimentos para locação, os resultados, no momento, têm sido promissores. “Temos conseguido fazer vendas com margens maiores do que havíamos previsto e numa velocidade maior também”, disse o executivo.

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Ele destacou que a MRV fechou para a Luggo um contrato com o Brookfield Asset, um fundo de investimentos canadense, para construção de 5.100 unidades nos próximos três anos, com um valor geral de vendas (VGV) de aproximadamente R$ 1,2 bilhão.

Quanto ao momento atual do Brasil, o CFO disse que a margem bruta da companhia vai continuar pressionada no médio prazo, pois há uma limitação de repasse do aumento de custos aos consumidores, uma vez que o poder de compra deles está em queda.

“Vimos uma pressão inflacionária bem alta, que tem efeitos sobre a nossa margem bruta, o que fez com que, mesmo com uma receita maior, o lucro líquido da empresa caísse em 2021 em relação a 2020”, explicou.

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Para ele, não se trata de um problema de demanda, porque o país tem um déficit habitacional enorme, mas sim de renda. A inflação da construção civil acumulou alta de 24% desde 2020 e, caso supere as projeções da empresa, que estão na casa dos 4% a 5% ao ano, pode impactar a velocidade das vendas e o ritmo de lançamentos.

O diretor financeiro da MRV citou que a CSN reajustou em 20% o preço do aço já a partir de abril. “Se por um lado temos a pressão por commodities lá fora, aqui dentro está despencando a procura por material de construção num ritmo muito forte, assim como as contratações via FGTS.”

Paixão falou ainda sobre remuneração ao acionista via dividendos, sobre as iniciativas ESG da MRV, sobre os planos de expansão da companhia em todas as áreas e sobre como a guerra na Ucrânia adicionou ainda mais pressão num mercado já pressionado aqui no Brasil que é o setor de construção e incorporação. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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