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SÃO PAULO – De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) com 8 cursos de 4 universidades de São Paulo e Rio de Janeiro, caso os alunos do primeiro ano fossem comprar todos os livros da bibliografia básica, gastariam R$ 5.549,26.
Isso porque, em média, cada publicação custa R$ 67,37, sendo que a quantidade exigida pelas faculdades é de 82,37 obras, o que é bastante alto em relação ao poder aquisitivo dos estudantes.
Gastos variam
Dependendo do curso e da faculdade, o número de livros pedidos varia. Em Direito, por exemplo, foram detectados os maiores valores, como é possível observar na tabela abaixo:
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| Curso/Faculdade | Nº livros recomendados | Média de gasto |
| Administração FGV-RJ | 11 | R$ 783,68 |
| Economia Ibmec-RJ | 11 | R$ 1.071,91 |
| Administração Ibmec-RJ | 11 | R$ 832,18 |
| Administração Mackenzie | 51 | R$ 2.543,55 |
| Economia Mackenzie | 58 | R$ 2.628,18 |
| Direito Ibmec-RJ | 114 | R$ 5.838,04 |
| Direito PUC-SP | 118 | R$ 5.292,12 |
| Direito FGV-RJ | 285 | R$ 12.255,18 |
Fonte: Idec
Bibliotecas não têm exemplares para todos
Ainda segundo o levantamento, o número de livros disponíveis nas bibliotecas por aluno nos 8 cursos fica muito abaixo dos padrões internacionais (um livro a cada cinco pessoas) considerados razoáveis. Para se ter uma idéia, o curso de Direito da PUC-SP chega a disponibilizar um livro a cada 100 alunos.
Além disso, a quantidade de obras não encontradas nas faculdades é considerável em alguns casos: 20 para Direito na PUC-SP, 46 para Direito Ibmec-RJ e 120 para Direito FGV-RJ.
Possibilidade de reprodução
Cabe lembrar que a intenção do Idec ao realizar este estudo não é criticar as instituições de ensino ou mesmo as editoras de livro, uma vez que os custos são altos para ambas.
Na verdade, a idéia é reacender a discussão a respeito da possibilidade de os alunos fazerem cópias dos livros, que é negada pela lei dos direitos autorais.
Segundo a assessoria de imprensa da entidade, as reproduções com fins acadêmicos devem ser liberadas, não como uma forma de apologia à pirataria, mas, sim, porque os cidadãos têm direito à informação.