Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Bolsas mundiais têm leve alta com investidores monitorando casos de coronavírus e estímulos nos EUA; ata do Copom, dados americanos e mais

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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SÃO PAULO – O noticiário desta terça-feira tem como destaque a ata do Copom que manteve os juros em 2% ao ano, após comunicado da decisão do Banco Central ter indicado que o “forward guidance”, com a sinalização de manutenção de juros por um longo tempo, pode estar com dias contados. Ainda no radar, em meio ao ceticismo com reformas, receio fiscal volta à cena. Na véspera, vale destacar, o Ibovespa foi impactado com a notícia de que um projeto no Senado propõe estender o auxílio emergencial.

Agenda externa traz dados da indústria nos EUA após produção e varejo cumprirem expectativa de aceleração na China. Confira os destaques:

1.Bolsas mundiais

As bolsas europeias e os índices futuros americanos sobem nesta terça (15). Nos Estados Unidos, há certo otimismo com a perspectiva de aprovação de um novo pacote de estímulos à economia, afetada pela pandemia.

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Um grupo bipartidário de senadores apresentou na segunda-feira uma proposta em um esforço para aprová-la ainda neste ano. A proposta é no valor de US$ 748 bilhões, abaixo dos US$ 908 bilhões que vinham sido defendidos por congressistas de ambos os lados. Ainda assim, fica acima dos US$ 500 bilhões que vêm sendo defendido pelo líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnel.

A proposta inclui auxílio a pequenos negócios e financiamento a benefícios voltados para desempregados. Sem a aprovação de um novo pacote, milhões de americanos sem emprego perdem o acesso a benefícios logo após o Natal Ainda há, no entanto, forte preocupação com a propagação do coronavírus, apesar do início da vacinação no país, com produtos desenvolvidos pela parceria entre Pfizer e BioNTech.

O país registrou o recorde de novos casos no dia 11, com 280.514 no total. O recorde de mortes ocorreu no dia 9 (3.157).
A primeira dose da vacina foi aplicada na cidade de Nova York na segunda-feira. Mas, no mesmo dia, o prefeito, Bill de Blasio, afirmou que a cidade pode passar por um “shutdown” total em breve, pressionando os índices Dow e S&P 500. Ainda no campo da imunização, espera-se que a Food and Drug Administration publique ainda nesta semana sua avaliação sobre o produto desenvolvido pela Moderna.

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Na Europa, o vírus continua a preocupar. No domingo (13), a Alemanha anunciou um lockdown total durante o período do Natal, em resposta ao aumento de novos casos de covid e mortes pela doença, que bateram recordes na semana passada. O lockdown entra em vigor na quarta (16).

O governo determinou que alemães poderão se reunir em, no máximo, cinco pessoas, vindas de até dois lares. A exceção será apenas para os feriados de Natal, entre 24 e 26 de dezembro, mas não durante a véspera do Ano Novo ou durante o dia do Ano Novo.

O mercado também acompanha as negociações em torno do acordo comercial pós-Brexit. Na segunda, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que houve algum “movimento” em torno de pontos centrais.

Além disso, na segunda-feira o governo do Reino Unido anunciou que Londres também deve ser incluída no grupo de cidades britânicas com o nível mais alto de restrições. O governo afirmou que o aumento da taxa de infecções pode estar ligado a uma nova variante do coronavírus, especialmente no sul da Inglaterra.

Entre os dias 8 e 11 de dezembro, o número de novas infecções saltou de 12.281 para 21.672 no Reino Unido.

Na Ásia, as ações fecharam em baixas na terça, também devido a preocupações com o aumento de casos de novos coronavírus em vários países.

Na China, os mercados tiveram baixas: na agenda econômica do país, a produção industrial cresceu 7% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, em linha com expectativas da agência internacional de notícias Reuters. As vendas no atacado cresceram 5% na mesma comparação, abaixo da expectativa de 5,2%.

O índice Nikkei, do Japão, teve queda de 0,17%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, caiu 0,69%; o Kospi, da Coreia do Sul, recuou 0,19%; o índice Shanghai SE, da China, caiu 0,06%.

Confira o desempenho dos principais índices às 7h40 (horário de Brasília):

Estados Unidos
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,58%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,40%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,53%

Europa
*Dax (Alemanha), +0,64%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,15%
*CAC 40 (França), +0,4%
*FTSE MIB (Itália), +0,08%

Ásia
*Nikkei (Japão), -0,17% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong) -0,69% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,19% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,06% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,32%, a US$ 47,14 o barril
*Petróleo Brent, +0,32%, US$ 50,45 o barril
*Bitcoin, US$ 19.254,33, +0,46%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 1,48%, cotados a 994,0 iuanes, equivalente hoje a US$ 151,88 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,54

2. Agenda de indicadores

O Banco Central divulgou nesta terça a minuta de sua reunião. Na semana passada, o BC manteve a Selic em 2% pela terceira vez consecutiva e destacou que, em função do quadro inflacionário, as condições para seu compromisso de não subir os juros básicos –através do chamado forward guidance– podem em breve não estar mais satisfeitas, ainda que isso não signifique que a taxa básica será mecanicamente elevada. Na ata, o BC reiterou a mensagem e ponderou, quanto à atividade econômica no país, que os riscos associados à evolução da pandemia podem implicar um cenário doméstico caracterizado por uma retomada ainda mais gradual.

Às 10h30, é divulgado o índice Empire State de atividade industrial nos Estados Unidos, relativo a dezembro. Às 10h30, são divulgados os índices de preços de importação e exportação relativos a novembro, nos Estados Unidos.

Às 11h15, são divulgados dados sobre atividade industrial no país, relativos a novembro. Às 18h são divulgados dados sobre o fluxo de compra e venda de ativos nos Estados Unidos, relativos a outubro.

3. Auxílio emergencial e reformas no radar

Na segunda-feira, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou projeto de lei que propõe a extensão do auxílio emergencial e a prorrogação do estado de calamidade pública até 31 de março de 2021, o que afetou os mercados na véspera. Tanto o auxílio emergencial residual de R$ 300 quanto o estado de calamidade estão previstos para terminar em 31 de dezembro deste ano.

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, defendeu ontem votar PEC emergencial em janeiro e disse que calamidade não será prorrogada. Presidente da Câmara comentou postagem de Renan Calheiros no Twiter e disse que concorda com fala do senador de que não deve haver recesso. Com o fim do auxílio emergencial no horizonte, o governo estuda antecipar 13º salário para aposentados, destaca o Estadão.

Ainda no noticiário econômico, atenção ainda para as informações sobre a agenda de reformas. Conforme aponta o jornal O Globo, para a equipe de Paulo Guedes, ministro da Economia, o Brasil tem o primeiro semestre de 2021 para retomar reformas. Por outro lado, destaca a Bloomberg, o mercado já descarta que grandes reformas prometidas pelo governo Jair Bolsonaro saiam do papel em 2021, em meio à necessidade de medidas mais urgentes e Guedes cada vez mais isolado e sem apoio para sua agenda liberal (veja mais clicando aqui).

Ainda no radar, segundo dados do consórcio de imprensa que coleta e sistematiza dados sobre a pandemia no Brasil, o país registrou 526 mortes em 24 horas. Assim, a média móvel de mortes chegou a 651, o número mais alto desde 6 de outubro.

Na segunda à noite, o presidente Jair Bolsonaro confirmou a liberação de R$ 20 bilhões para a compra de vacinas, mas afirmou que as pessoas terão que assinar um termo de responsabilidade para usar o imunizante contra a covid.

“Devo assinar nesta terça-feira a Medida Provisória de R$ 20 bilhões para comprar vacinas. Talvez, terça-feira. E detalhe, vocês vão ter que assinar um termo de responsabilidade, porque a Pfizer, por exemplo, é bem clara no contrato: ‘nós não nos responsabilizamos por efeitos colaterais’. Tem gente que quer tomar, então tome. A responsabilidade é sua. Quer tomar, toma. Se der algum problema por aí… Espero que não dê”, afirmou o presidente.

4. Suspeita de uso de órgãos públicos para defender família presidencial

Na segunda-feira, a ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, determinou que Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República) forneçam, em 24 horas, informações sobre a suposta mobilização das agências com o intuito de orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no caso das rachadinhas.

O caso foi revelado pela revista Época na sexta-feira (11). De acordo com a reportagem, em 25 de agosto Jair Bolsonaro teria se reunido com as advogadas de Flávio, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, além do general da reserva Augusto Heleno, chefe do GSI, e Alexandre Ramagem, diretor-geral da Abin. O encontro não constou na agenda oficial do presidente, mas foi confirmado à Época pelas advogadas.

A reportagem afirma que, na conversa, as advogadas teriam afirmado que viam indícios de que uma organização na Receita Federal estaria levantando irregularmente informações que resultaram em relatórios de inteligência do antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), atualmente Unidade de Inteligência Financeiras.

Esses relatórios indicaram movimentações financeiras atípicas que embasam a denúncia do Ministério Público de que Flávio Bolsonaro teria desviado dinheiro público na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) ao recolher parte dos salários de seus funcionários, uma prática ilegal chamada de “rachadinha”. Segundo o Ministério Público, o esquema seria administrado por Fabricio Queiroz.

De acordo com a reportagem, Ramagem e Augusto Heleno teriam saído da reunião com o presidente com a missão de checar se a tese narrada pelas advogadas se sustentava. E de conseguir documentos que comprovassem que o senador havia sido alvo de uma devassa ilegal. Eles não conseguiram as provas, afirma a reportagem de Época.

Cármen Lúcia afirmou que, se comprovado, o uso das agências para proteger a família presidencial é grave, à medida que o STF tem entendimentos consolidados que proíbem o uso de órgãos públicos para fins pessoais.

Além disso, o ministro do STF Edson Fachin suspendeu na segunda a resolução que zerou a importação de revólveres e pistolas, atendendo a pedido do PSB. Definida na semana passada pela Camex, a medida passaria a valer em primeiro de janeiro, e o Supremo deve tomar uma decisão final em fevereiro. Segundo Fachin, a facilitação das importações teria impacto à segurança pública e ao direito à vida dos cidadãos.

5. Radar corporativo

Em destaque no noticiário corporativo, a Vale informou incêndio em Nova Caledônia em meio a protestos; planta segue protegida.

Ainda no radar, mais detalhes sobre a venda dos ativos móveis da Oi. A TIM e a Telefônica pagaram mais pelos ativos e dividirão espectro: a TIM desembolsará R$ 7,3 bilhões, ou 44% do total de R$ 16,5 bilhões ofertado pela unidade móvel da Oi, enquanto Telefônica Brasil pagará R$ 5,5 bilhões e Claro os demais R$ 3,7 bilhões, disseram as três operadoras em comunicados enviados separadamente. Sob os termos do acordo, TIM ficará com 54% das radiofrequências da Oi, enquanto Telefônica Brasil assumirá os demais 46%.

O Conselho da Transmissão Paulista aprovou dividendos intermediários de R$ 116 milhões, a Eztec lançou empreendimento em SP com VGV de R$ 97,3 milhões. A Vasta vê 2021 robusto com alta de 21% em valor do contrato anual, enquanto a Tecnisa lançou 2 empreendimentos residenciais em São Paulo.

(com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

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