Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Bolsas mundiais voltam a registrar ganhos; investidores monitoram chance de retomada de reformas após eleição municipal e mais destaques

Equipe InfoMoney

(Getty)

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As bolsas mundiais têm alta nesta segunda-feira (16), impulsionadas por dados que indicam a aceleração da economia na Ásia e pela assinatura de um acordo entre 15 países asiáticos importantes. Chamado de Parceria Econômica Regional Compreensiva, é o maior acordo comercial do mundo.

Em paralelo, o número de novas contaminações diárias de covid na Europa e nos Estados Unidos continua a crescer de forma acelerada.

No Brasil, o noticiário é marcado pelo resultado das Eleições para prefeitos e vereadores no domingo e a avaliação sobre a retomada da agenda de reformas após o pleito. Nesta segunda ocorre também a estreia do PIX, novo sistema de pagamentos instantâneos, que tem quase 30 milhões de cadastros.

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Também há o vencimento de opções sobre ações na B3, o que pode adicionar volatilidade ao índice.

1.Bolsas mundiais

Os principais índices mundiais têm alta nesta segunda-feira, impulsionados por dados que indicam a aceleração da economia na Ásia. Em paralelo, o número de novas contaminações diárias de covid na Europa e nos Estados Unidos continua a crescer de forma acelerada, gerando cautela entre os investidores.

Dados divulgados nesta segunda-feira indicam que a produção industrial na China subiu 6,9% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS). Economistas consultados pelo The Wall Street Journal previam uma alta anual de 6,5% para outubro. O dado foi acima do que o aumento de 6,5% previsto na pesquisa do “The Wall Street Journal” apurada com economistas. Além disso, as vendas no varejo cresceram, no mesmo período, 4,3%.

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E o PIB do Japão cresceu 5% no terceiro trimestre de 2020 ante o trimestre anterior, o primeiro crescimento em quatro trimestres e a maior expansão desde 1980, período em que há dados comparáveis. O resultado veio após contração recorde no segundo trimestre, e foi melhor do que a expectativa de economistas, que previam avanço de 4,4%.

China e Japão também estão entre os signatários da Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP), um acordo de livre comércio que envolve 15 economias asiáticas importantes, não incluindo a Índia. É o maior acordo comercial do mundo, cobrindo uma população de 2,2 bilhões de pessoas e uma produção no valor de US$ 26,2 trilhões. Ou seja, cerca de 30% da população e da economia do globo, superior à União Europeia em ambos os aspectos.

O índice Nikkei, do Japão, fechou em alta de 2,05%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, teve alta de 0,86%; o Kospi, da Coreia do Sul, teve alta de 1,97%; o Shanghai SE, da China, teve alta de 1,11%.

Além disso, na Espanha ações de bancos têm fortes altas, impulsionadas pelo anúncio de um acordo do banco BBVA para vender sua divisão nos Estados Unidos. As bolsas europeias têm altas apesar de economias importantes, como Reino Unido, França e Alemanha, terem voltado a implementar lockdowns, com diferentes níveis de abrangência.

O índice Eurostoxx tem alta de 0,69%; o Dax, da Alemanha, tem alta de 0,63%; o FTSE 100, do Reino Unido, sobe 0,79%; o CAC 40, da França, sobe 1,19%; o FTSE MIB, da Itália, sobe 1,21%.

Nos Estados Unidos, os mercados futuros têm alta, ainda influenciados pela semana anterior, marcada por ganhos após o anúncio de que a vacina desenvolvida em parceria entre as farmacêuticas Pfizer e BioNTech teve mais de 90% de eficácia em prevenir a Covid-19. O índice S&P 500 fechou a semana anterior com alta de 2,2%; o índice Dow Jones, com alta de mais de 4%. O Nasdaq Composite, no entanto, teve retração de 0,6%.

Nesta segunda-feira, o S&P 500 Futuro sobe 0,83%; o Nasdaq Futuro sobe 0,54%; o Dow Jones Futuro sobe 0,93%.

Apesar do otimismo quanto ao controle futuro do coronavírus, atualmente os Estados Unidos passam pelo seu pior momento, quando se levam em consideração o número de novas infecções diárias pelo coronavírus.

Na sexta-feira, foram contabilizados 181.196 novos casos, o maior patamar da série de dados mantida pelo jornal americano The New York Times. No dia seguinte, foram contabilizados 159.121 novos casos, o maior patamar para um sábado.

O noticiário continua a ser marcado pela eleição do democrata Joe Biden como próximo presidente dos Estados Unidos. Desde os primeiros anúncios, os resultados são questionados publicamente pelo atual presidente, o republicano Donald Trump.

No domingo, milhares de apoiadores de Trump se reuniram em protestos na capital americana Washington. Mais de 20 pessoas foram presas após choques entre grupos pró-Trump e pessoas que protestam contra eles.

Também no domingo, Trump reconheceu, pela primeira vez, que seu opositor havia vencido. Ele manteve, no entanto questionamentos sobre a idoneidade da disputa.

Em um tuíte, escreveu “ele [Biden] venceu porque a Eleição foi roubada” -uma acusação rebatida por autoridades americanas. Em seguida, voltou atrás, em uma nova série de tuítes, afirmando que Biden não venceu “NADA”. “Ele só venceu aos olhos da MÍDIA FAKE NEWS”, afirmou.

No mercado de commodities, o petróleo sobe com dados chineses e EUA descartando lockdown; já os metais sobem em Londres e minério de ferro avança com números fortes de produção de aço na China.

Confira o desempenho dos principais índices mundiais às 7h20 (horário de Brasília):

Estados Unidos
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,83%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,54%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,93%

Europa
*Dax (Alemanha), +0,63%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,79%
*CAC 40 (França), +1,19%
*FTSE MIB (Itália), +1,21%

Ásia
*Nikkei (Japão), +2,05% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong) +0,86% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +1,97% (fechado)
*Shanghai SE (China), +1,11% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,69%, a US$ 40,82 o barril
*Petróleo Brent, +1,36%, US$ 43,36 o barril
*Bitcoin, US$ 16.192,51, +0,45%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 1,26%, cotados a 841 iuanes, equivalente hoje a US$ 127,86 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,58

2. Agenda

A CNI divulga nesta segunda feira o índice de confiança industrial; já a FGV divulga o índice de inflação IPC. No mesmo horário, divulga o IGP-10, relativo a novembro.

A segunda-feira também é marcada pela divulgação do Boletim Focus pelo Banco Central, trazendo a previsão de economistas para indicadores importantes, como PIB, inflação e taxa de câmbio. Com relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção do mercado para este ano passou de 3,20% para 3,25%. Para 2021, a expectativa subiu de 3,17% para 3,22%.

A estimativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 4,80% para 4,66% na semana passada.

Esta segunda-feira também marca a estreia do PIX, o novo sistema de pagamentos simultâneos, que tem início com quase 30 milhões de cadastros.

Às 15h são divulgados dados da balança comercial semanal no Brasil. A sessão também marca o vencimento de opções sobre ações na B3.

Nos Estados Unidos, às 10h30 é divulgado o índice Empire State, de manufatura em Nova York, relativo a novembro.

Já a presidente do BCE, Christine Lagarde, fala em summit do Fórum Econômico Mundial, às 10h.

3. Eleições municipais

A eleição municipal de domingo foi marcada por um grande número de abstenções. Segundo o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, o índice de abstenção no primeiro turno atingiu a marca de 23,1%. Em 2016, a abstenção fora de 17,58%. Em 2012, de 16,41%. Em 14 capitais, a abstenção chegou a 25%. Na disputa presidencial de 2018, a abstenção no primeiro turno foram de 20,33%. Barroso acredita que o índice foi impulsionado pelo temor de contaminação pela covid.

Sete capitais já escolheram seus prefeitos no primeiro turno. Alexandre Kalil (Belo Horizonte, PSD), Marquinhos Trad (Campo Grande, PSD), Rafael Greca (Curitiba, DEM), Gean Loureiro (Florianópolis, DEM), Álvaro Dias (Natal, PSDB), Cinthia Ribeiro (Palma, PSDB), se reelegeram; em Salvador, Bruno Reis (DEM), foi eleito.

No Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), atual prefeito, vai disputará o segundo turno com Eduardo Paes (DEM); em São Paulo, a disputa é entre Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL); Em Porto Alegre, a disputa será entre Sebastião Melo (MDB) e Manuela d’Ávila (PCdoB). Veja a lista completa de resultados aqui.

De 13 candidatos a prefeito apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nove já estão fora do pleito, outros dois foram eleitos, e mais dois disputam o segundo turno.

Seu filho, Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi reeleito como vereador no Rio de Janeiro, mas com 35 mil votos a menos do que na eleição de 2016, quando foi campeão do estado. Ele ficou em segundo lugar, atrás de Tarcisio Motta (PSOL). Wal do Açai, suspeita de ser funcionária fantasma de seu gabinete da Câmara dos Deputados, não conseguiu se eleger vereadora em Angra dos Reis (RJ), mesmo com apoio da família presidencial. Rogéria Bolsonaro, mãe dos três filhos mais velhos do presidente, não conseguiu se eleger vereadora no Rio.

Para comentar o resultado das eleições municipais, o InfoMoney realiza live no Instagram às 9h com Paulo Gama, analista político da XP Investimentos, e Carlos Eduardo Borenstein, da Arko Advice. Investidores acompanham com atenção as chances de retomada da agenda do governo após o 1º turno das eleições municipais.

4. Sinais de aceleração da Covid no Brasil

Segundo dados da Info Tracker, uma ferramenta desenvolvida por pesquisadores de Unesp e USP que monitora o avanço da pandemia em São Paulo, entre 7 e 13 de novembro houve alta de 9% nas internações em hospitais de São Paulo. Na Baixada Santista, a alta foi de 23%. Na região norte da Grande SP, a alta foi de 37%. Os dados são obtidos em boletins epidemiológicos municipais, e processados por meio de modelagem matemática e inteligência artificial.

Na semana passada, o noticiário acompanhou informações de que o número de contaminações vinha crescendo em hospitais particulares, em diferentes proporções.

Os dados divulgados pelo Info Tracker podem ser um sinal de aceleração do número de novos casos de covid. “Não é uma pequena oscilação. É uma alta consolidada, que envolve uma análise desde agosto. Pode ser um indício de que vamos acabar emendando [uma onda da Covid com a outra]”, afirmou no domingo (15) à Folha Wallace Casaca, professor da Unesp e pesquisador do CeMEAI-USP (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria).

Segundo dados coletados pelo consórcio de veículos de imprensa, o Brasil registrou entre sábado e domingo 138 novas mortes relacionadas à covid-19, totalizando 165.811. Treze estados e o Distrito Federal apresentaram tendência de aceleração na média de mortes. Cinco tiveram tendência de queda, e outros oito permaneceram estáveis.

Foram contabilizados 12.489 novos casos no período. Esses dados não incluem Minas Gerais, que não atualizou as informações da pandemia até as 20h de domingo.

5. Radar corporativo

Na sexta-feira, o colegiado da Comissão de Valores Mobiliários decidiu que fundadores da empresa de software Linx SA poderão votar na assembleia de acionistas que decidirá, na terça (17), sobre uma oferta de aquisição feita pela StoneCo Ltd.

A decisão do colegiado reverteu uma decisão anterior tomada em outubro pela superintendência de relações com empresas da CVM que determinava que os três fundadores da Linx, incluindo o presidente Alberto Menache, não poderiam votar.

O grupo de energia e infraestrutura Cosan informou na sexta que o líquido somou R$ 303,8 milhões no terceiro trimestre, recuo de 62,9% em base anual. O lucro ajustado, que desconsidera efeitos não recorrentes, foi de R$ 272,8 milhões, recuo de 43,7% na mesma comparação.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da companhia (Ebidta) em base ajustada foi de R$ 1,7 bilhão, aumento de 6,2% frente ao mesmo trimestre de 2019.

A elétrica estatal mineira Cemig registrou um lucro líquido de R$ 545,4 no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de quase R$ 282 milhões do mesmo período do ano anterior.

Segundo a concessionária CCR, o tráfego de veículos em estradas sob sua concessão entre 6 e 12 de novembro foi 2,3% maior do que em igual período de 2019, em bases comparáveis. A CCR administra o Sistema Anhanguera/Bandeirantes, que liga a capital paulista ao interior do Estado, e a Via Dutra, principal ligação terrestre entre Rio de Janeiro e São Paulo.

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