ETF brasileiro EWZ cai mais de 9%, ADR da Petrobras desaba 16% com petróleo e mais destaques desta segunda-feira

Petróleo chega a cair mais de 30% e já dá sinais de forte impacto na bolsa brasileira

Equipe InfoMoney

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A semana começa com o crash dos preços do petróleo e os futuros da matéria-prima em queda livre na Nymex. No sábado, a Arábia Saudita declarou que praticará descontos de 20% no preço do barril. As bolsas de valores dos países do Golfo Pérsico desabaram, junto com as ações da estatal petrolífera saudita Aramco, que caíram 9% na Bolsa de Valores de Riad. Futuros de Nova York recuaram na madrugada de hoje. Além do coronavírus, o mundo se vê com um novo fenômeno – a guerra dos preços do petróleo – de consequências imprevisíveis.

A forma como isso irá se refletir no mercado brasileiro já pode ser observada nesta manhã. O ETF (Exchange Traded Fund) EWZ, que representa os papéis com maior peso no Ibovespa, desaba mais de 9% no pré-market da bolsa de Nova York, enquanto os ADRs da Petrobras PBR caem 16% (o equivalente ao ordinário), enquanto os PBR-A (equivalente ao preferencial) caem 14%. Os ADRs da Vale também registram forte baixa, de cerca de 10%. Outras blue chips acompanham esse movimento de forte aversão ao risco do mercado, caso de bancos como o Itaú, cujos ADRs caem mais de 5%, enquanto os do Bradesco caem 6% e Santander tem queda de mais de 8%. O CDS de 5 anos dispara 28%, para 183,5 pontos.

Vale destacar que, a partir desta segunda-feira a B3 volta a fechar às 17h (horário de Brasília). O horário também traz de volta o after market, com as negociações entre 17h30 e 18h.

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Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

Nesta segunda-feira, o grande destaque fica para a forte queda dos preços do petróleo, que derruba as bolsas mundiais. O petróleo brent chegou a cair 31%, reduzindo a queda depois para cerca de 20%, após a desintegração da Opep+ levar a uma guerra total de preços entre a Arábia Saudita e Rússia, dois dos três maiores produtores mundiais.

Com a maior queda da cotação desde a Guerra do Golfo de 1991, uma nova fonte de risco se instaura em uma economia mundial já abatida pelo coronavírus, que já tem perto de 110 mil infectados em todo o mundo.

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No fim de semana, a Arábia Saudita cortou os preços de seu petróleo, numa sinalização de que ampliará significativamente a produção em abril. A decisão dos sauditas, que foi interpretada como uma guerra de preços, veio após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os aliados da Opep+ não conseguirem fechar um acordo, na última sexta-feira (06), para cortar ainda mais a produção do grupo, como parte de uma estratégia para lidar com o impacto econômico do coronavírus. A Rússia, líder informal da Opep+, não aceitou uma proposta da Opep de reduzir a oferta coletiva em mais 1,5 milhão de barris por dia.

As bolsas da Ásia e do Pacífico encerraram os negócios desta segunda-feira em forte queda generalizada. Liderando as perdas na Ásia, o índice acionário japonês Nikkei sofreu um tombo de 5,07% hoje, a 19.698,76 pontos. O mau humor em Tóquio veio também após revisão do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão, que sofreu contração anualizada de 7,1% entre outubro e dezembro, maior do que a inicialmente estimada.

Na China continental, o Xangai Composto recuou 3,01% nesta segunda, a 2.943,29 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 3,79%, a 1.842,66. Também no fim de semana, dados oficiais mostraram que as exportações chinesas tiveram uma redução anual de 17,2% no primeiro bimestre do ano, um pouco maior do que o declínio de 17% previsto por analistas consultados pelo The Wall Street Journal.

As bolsas europeias operam em queda bastante acentuada desde a abertura do pregão desta segunda-feira. Às 7h47 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 6,08%, a 344,70 pontos, entrando em “bear market”, ao acumular perdas de mais de 20% desde que atingiu seu pico mais recente.

Neste cenário de aversão a risco, dados positivos da indústria alemã ficaram em segundo plano. Em janeiro, a produção industrial da maior economia europeia cresceu 3% em janeiro ante dezembro, superando a previsão de analistas, de acréscimo de 1,8%. Já as exportações da Alemanha ficaram estáveis no mesmo período, contrariando expectativa de alta de 0,6%.

Veja o desempenho dos mercados, às 7h49 (horário de Brasília):

Nova York
*S&P 500 Futuro (EUA), -4,90%
*Nasdaq Futuro (EUA), -4,82%
*Dow Jones Futuro (EUA), -4,87%

Europa
*Dax (Alemanha), -5,85%
*FTSE (Reino Unido), -6,59%
*CAC 40 (França), -6,78%
*FTSE MIB (Itália), -9,52%

Ásia
*Nikkei (Japão), -5,07% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -4,19% (fechado)
*Hang Seng (Hong Kong), -4,23% (fechado)
*Xangai (China), -3,01% (fechado)

*Petróleo WTI, -21,24%, a US$ 32,44 o barril
*Petróleo Brent, -21,22%, a US$ 35,63 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com queda de -2,74%, cotados a 640,000 iuanes, equivalentes a US$ 92,09 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 6,9493 (-0,26%)
*Bitcoin, US$ 7.911,04 -3,71%

2. Indicadores econômicos

A FGV publicou na manhã de hoje o IGP-DI relativo a fevereiro e o IPC-S da primeira semana de março: o IGP-DI teve alta de 0,01% em fevereiro, ante estimativa de queda de 0,10%, enquanto o IPC-S caiu 0,01% no mês até 7 de março.

O Banco Central divulga pela manhã a pesquisa Focus com o mercado. Na União Europeia, a Sentix divulga o índice de confiança do investidor em março.

3. Dólar em alta

O Banco Central faz leilão de venda à vista de até US$ 1 bilhão, das 9h10 às 9h15 após dólar subir nas últimas cinco sessões e passar de R$ 4,60, em uma sessão que promete ser mais uma vez de forte pressão sobre o câmbio. O BC segue atuando apenas de forma pontual, seguindo um discurso feito desde o início do ano de que só iria intervir no mercado quando enxergasse uma problema de liquidez.

Mas este posicionamento da autoridade monetária já começa a incomodar analistas e investidores, que aguardam por uma atuação mais forte para tentar conter a desvalorização do real. Veja mais clicando aqui.

4. Política 

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender protestos de 15 de março e pede que população participe do ato, que, segundo ele, não é contra o Congresso ou Judiciário, segundo postagem do presidente no Twitter e Facebook sobre ato em Roraima no dia 7.

Vale destacar que o presidente brasileiro se reuniu no sábado com Donald Trump, presidente dos EUA. Interessados em intensificar a parceria econômica entre Brasil e Estados Unidos, os presidentes instruíram seus negociadores a aprofundar as discussões prévias à possível assinatura de um pacote bilateral de comércio. A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores. Segundo a pasta, a intenção é que um acordo seja assinado ainda neste ano.

Em nota divulgada na madrugada de hoje (8), o Itamaraty trata o aprofundamento da parceria como uma “aliança estratégica” entre os dois países. De acordo com o ministério, Trump reiterou o apoio norte-americano ao início do processo de entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

5. Noticiário corporativo

A Eneva Energia (ENEV3) publicou uma carta na noite de ontem na CVM, na qual reafirmou seu desejo de realizar uma fusão com a AES Tietê (TIET11). Segundo a Eneva, a publicação foi feita porque a AES Tietê não se manifestou até agora. Mas a empresa paulista respondeu ontem mesmo pela CVM, informando que seus assessores jurídicos e financeiros analisam a proposta. A AES Tietê também detalhou que a proposta será discutida em Assembleia no dia 13. Já a farmacêutica Hypera (HYPE3) publicou balanço na noite da sexta-feira e anunciou um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão em 2019.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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