Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Mercados sobem com dados da China e Europa; no Brasil, Guedes diz que Bolsonaro deu apoio às reformas, mas avanço depende de ‘timing’ político

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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Os mercados internacionais operam em alta nesta manhã após uma sequência de divulgações de dados de manufatura industrial com resultados acima das expectativas. Além disso, o JP Morgan revisou de 1,25% para 2% sua expectativa de crescimento do PIB americano no quarto trimestre.

A prioridade de Pequim para a assinatura da fase um do acordo comercial com os EUA é a remoção das tarifas existentes sobre os seus produtos, reportou o jornal chinês Global Times. Uma nova rodada de tarifas adicionais de 15% a mais de US$ 150 bilhões em produtos da China poderá vir a partir de 15 de dezembro, caso as partes não cheguem a um acordo.

Entre as commodities, destaque para o petróleo, que avança fortemente, acima dos 2%, com sinais de aumento da atividade manufatureira na China e possibilidade de aprofundamento nos cortes de produção por parte da Opep. Já os futuros do minério de ferro fecharam com valorização acima de 1%.

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No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ressaltou ao O Globo o apoio do presidente Jair Bolsonaro às suas pautas na área econômica, porém disse que o avanço das demais dependem da questão do “timing” político.

Confira os destaques desta segunda-feira:

1. Bolsas Internacionais

As bolsas da Ásia fecharam em alta refletindo dados da manufatura chinesa. O Índice de Gerente de Compras (PMI) da Caixin / Markit encerrou o mês de novembro acima do esperado, atingindo 51,8 e superando as estimativas de economistas consultados pela Reuters, de uma leitura de 51,4. O dado é superior ao reportado em outubro, de 51,7.

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Em outro indicador, o PMI medido pelo Bureau Nacional de Estatísticas da China terminou novembro em 50,2, acima das expectativas do mercado (de 49,5) e superando a leitura do mês anterior, de 49,3.

Sobre a guerra comercial, a China tem a expectativa de que os Estados Unidos revertam algumas das tarifas impostas sobre seus produtos, como parte do acordo comercial que as duas maiores potências econômicas seguem negociando.

O jornal Global Times, do Partido Comunista da China, publicou diversos textos que enfatizam que não haverá acordo sem uma promessa, por parte de Washington, de retirada das tarifas.

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Nesta segunda-feira, o jornal oficial chinês reiterou o desejo de Pequim de que a gestão de Donald Trump atue de maneira “flexível” e “razoável”.

Autoridades chinesas disseram à publicação que o país irá comprar produtos agrícolas americanos, em um montante “substancial”.

Os mesmos artigos dizem, no entanto, que o governo chinês não pode prometer “um número específico no acordo porque as quantidades seriam baseadas em demandas de mercado”.

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“Reverter tarifas é primordial. A guerra comercial China-EUA (foi) instigada pelos EUA com tarifas, então as tarifas devem ser cortadas primeiro”, disse Wi Jianguo, um ex-ministro do Comércio chinês, segundo o jornal.

A publicação também afirma que a China está encaminhando soluções para questões como a proteção da propriedade intelectual, a regulação de investimentos estrangeiros e a abertura do mercado financeiro, independentemente das negociações comerciais.

Segundo a CNBC, é amplamente esperada que essas tarifas sejam evitadas se um acordo for alcançado, mas a China está pressionando por revisões nas tarifas anteriores.

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Já a Reuters informou, citando o site de notícias Axios, que o fechamento do acordo está “parado por causa da legislação de Hong Kong”, de acordo com uma fonte próxima à equipe de negociação americana.

Na Europa, as ações subiam nesta manhã com investidores digerindo dados econômicos em paralelo ao acompanhamento das conversas entre EUA e China.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da zona do euro subiu de 45,9 em outubro para 46,9 em novembro, atingindo o maior patamar em três meses, segundo pesquisa final divulgada hoje pela IHS Markit.

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O resultado final, no entanto, ficou acima da prévia de novembro e da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de 46,6 em ambos os casos.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h45 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,40%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,37%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,42%

*DAX (Alemanha), +0,71%
*FTSE (Reino Unido), +0,45%
*CAC-40 (França), +0,43%
*FTSE MIB (Itália), +0,14%

*Hang Seng (Hong Kong), +0,37% (fechado)
*Xangai (China), +0,13 (fechado)
*Nikkei (Japão), +1,01% (fechado)

*Petróleo WTI, +2,37%, a US$ 56,21 o barril
*Petróleo Brent, +2,35%, a US$ 61,49 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 1,16%, cotados a 653,00 iuanes, equivalentes a US$ 92,74 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0411 (+0,15%)

*Bitcoin, US$ 7.318,02, -0,44%

Leia também:
• Trump diz que retomará tarifas sobre aço e alumínio do Brasil e Argentina após desvalorização das moedas

2. Agenda de indicadores

Nesta segunda-feira, além do tradicional relatório Focus do Banco Central às 8h25, que traz as expectativas de economistas para indicadores como PIB, câmbio, inflação e juros, saem os dados do IPC-S de novembro às 8h e os dados da Fenabrave, este último sem horário definido.

Atenção ainda para os dados da balança comercial de novembro, divulgado às 15h, que deve mostrar superávit de US$ 3,38 bilhões, segundo estimativa mediana de economistas ouvidos pela Bloomberg, após o superávit de US$ 1,2 bilhão na medição anterior. Às 10h, saem os dados do PMI de manufatura no Brasil.

Roberto Campos Neto, em São Paulo, profere palestra em almoço promovido pela Febraban, às 12h30. Vale ressaltar que o BC oferta até US$ 500 milhões em leilão de dólar à vista junto com reverso a partir das 9h30.

Já nos EUA, às 11h45, sai nos EUA o PMI Manufatura Markit de novembro (final), com estimativa de manter os 52,2; já às 12h, sai o ISM Manufatura do mesmo mês, com estimativa de passar de 48,3 para 49,2. Já os investimentos em construção, também a serem divulgados no mesmo horário, devem registrar manutenção.

3. Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou em entrevista ao jornal O Globo ter feito a “aposta” certa ao embarcar no projeto do presidente Jair Bolsonaro e que suas “expectativas” estão se confirmando.

Segundo Guedes, o presidente o apoiou até agora em todas as suas propostas na área econômica – como a da reforma da Previdência –, mas pontuou que o avanço das demais iniciativas é uma questão “timing” político.

Para Guedes, o Congresso é “reformista” e a governabilidade se formou em torno da agenda econômica. “O que está acontecendo é o seguinte: já existe a nova política. Ela já está acontecendo. Temos um Congresso reformista sem que o governo tenha tomado a frente. Há um clima de total cooperação”, disse.

Especialmente sobre a reforma administrativa, ele afirmou também ter o apoio do presidente, mas que “não quer dar um pretexto” para quebra-quebra nas ruas. “Quando você bota quatro reformas, pelo menos uma começa a fazer bagunça”, disse.

Ele também reconheceu que, inicialmente, achou uma “esculhambação” o projeto do Banco Central de limitar juro do cheque especial, mas terminou convencido de que isso não fere preceitos liberais. Segundo ele, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, estudou por cinco meses o problema do “descalabro dos juros do cheque especial”.

“É um negócio completamente absurdo. Os juros estavam em torno de 400% ao ano. Quem recorre ao cheque especial é quem não tem dinheiro. A classe média também usa muito, mas o pobre recém-bancarizado é o usuário intensivo”, afirmou.

Guedes respondeu também sobre a promessa de campanha de zerar o déficit público, o que, segundo ele, “deu tudo errado”, porém ficou no menor patamar em seus anos. “O previsto era R$ 139 bilhões e vai ser R$ 80 bilhões. Então você tem de trabalhar com a meta ousada”, afirmou.

“Tem economista que trabalha diferente: ‘vamos baixar de R$ 139 bilhões pra R$ 122 bilhões e aí você cumpre a meta’. O meu é big, bold target. Todo ano eu vou tentar. Vai ser possível? Não sei. Mas vou tentar. E privatização? Vou vender tudo. Essa é a meta. Tem uma particularmente que pode ser de R$ 250 bilhões”, enfatizou.

4. Bolsonaro

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse acreditar que o preço da carne vai diminuir “daqui a um tempo” e descartou qualquer tipo de intervenção. Segundo ele, o valor do produto, que sofreu forte reajuste nas últimas semanas, é definido pelo mercado.

“Quero deixar bem claro que esse negócio da carne é a lei da oferta e da procura. Não posso tabelar, inventar. Isso não vai dar certo”, disse o presidente no final de semana, a turistas que o aguardavam na chegada ao Palácio do Alvorada, após viagem a Resende (RJ).

“Tivemos uma pequena crise agora [no preço da carne] mas vai melhorar. A carne aqui, internamente, daqui a algum tempo, acho que vai diminuir o preço”, completou, dirigindo-se a um dos populares que o aguardavam no local.

Bolsonaro citou que, ao abater matrizes de gado, a tendência era faltar carne e o preço aumentar. Na última quinta-feira, 28, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o preço da arroba do boi gordo, que em São Paulo teve aumento real de 35% em um mês, não vai mais retornar ao patamar anterior.

5. Noticiário corporativo

No noticiário corporativo, a Vale retomou as operações em usina de concentração de Viga, enquanto a Minerva confirmou a liberação da Rússia para unidade Araguaina. A Usiminas pretende reajustar preços em 5% para distribuição no quarto trimestre de 2019.

A BR Distribuidora aprova juros sobre capital próprio antecipado de R$ 540,3 milhões sobre 2019. A Gol espera faturamento de R$ 140 milhões para Aerotech em 2020. Já o Valor Econômico informa que o Magazine Luiza tem interesse na Estante Virtual.

A Notre Dame Intermédica aprovou oferta primária de 65 milhões de ações e o BMG acertou a venda de 30% da BMG Seguros à Assicurazioni Generali. Já a Oi divulga balanço do terceiro trimestre, hoje, antes da abertura do mercado.

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