Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quarta-feira

Em dia de funcionamento da B3 apesar de início de megaferiado em SP, aceleração dos casos de coronavírus no Brasil e noticiário político estão em destaque

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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Esta quarta-feira (20) é de funcionamento normal para a B3 mesmo em dia de feriado na cidade de São Paulo. Os investidores seguem com cautela, principalmente com relação ao Brasil, com a pandemia acelerando e quebrando recordes tanto em mortes, com mais de mil em um dia, quanto em casos. O presidente Jair Bolsonaro diz que cloroquina pode ser liberada hoje, enquanto Donald Trump fala em barrar voos do Brasil.

Na política, atenção para tendência de ministro do STF para liberar íntegra de vídeo da reunião ministerial citada por Sergio Moro, segundo o Estadão.

No exterior, após dúvida sobre vacina derrubar ações ontem, índices futuros nos EUA sobem. A busca por uma cura para a Covid-19 e a expectativa de reabertura da economia seguem no radar dos investidores nesta quarta-feira e, apesar da cautela, indicam a uma recuperação das Bolsa de Nova York. A divulgação dos estoques de petróleo nos Estados Unidos deve retratar parte dos efeitos do isolamento social na economia americana. A agenda também destaca ata do Fomc nos EUA.

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Confira no que ficar de olho:

1. Bolsas mundiais

Os futuros da Bolsa de Nova York operam em alta nesta quarta-feira apoiados na expectativa da reabertura gradual da economia e uma solução para a pandemia do coronavírus. O futuro do Dow Jones e do S&P 500 sobem mais de 1%.

Contudo, a cautela nos mercados persiste em um momento em que ainda não se tem uma solução para a Covid-19, apesar dos esforços para se desenvolver uma vacina ou um tratamento que se mostre eficaz. No final do pregão da véspera, as bolsas americanas passaram a registrar perdas após infectologistas ouvidos pela Stat News questionarem o quão relevantes foram os resultados da vacina contra o coronavírus testada em uma primeira fase recentemente pela biofarmacêutica Moderna Inc.

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No radar dos investidores, está ainda a divulgação dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, que pode influenciar o processo de recuperação do preço da commodity nos últimos pregões.

Às 15h, o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o bc americano) divulga a ata de sua última reunião.

Na Europa, o apetite por risco está menor, com os investidores refletindo o menor ânimo com a vacina, que não repercutiram na véspera nos mercados do Velho Continente. Contudo, os índices reverteram a queda registrada mais cedo.

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Os investidores avaliam quais serão os efeitos na economia da redução gradual das medidas de isolamento social nos principais países da Europa. Também aguardam a evolução do plano de estímulo fiscal de 500 bilhões de euros (cerca de US$ 550 bilhões) proposto pela Alemanha e França para a União Europeia e questionam se esse valor será suficiente para dar suporte às regiões mais afetadas.

Na Ásia, o pregão foi de perdas. O Nikkei, de Tóquio, registrou queda de 0,51%. O índice CSI recuou 0,53%. Já o Hang Sang, de Hong Kong, ficou perto da estabilidade, com pequena variação positiva de 0,05%.

Veja o desempenho dos mercados, às 7h50 (horário de Brasília):

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Nova York

*S&P 500 Futuro (EUA), +1,18%

*Nasdaq Futuro (EUA), +1,11%

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*Dow Jones Futuro (EUA), +1,20%

Europa

*Dax (Alemanha), +0,44%

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*FTSE (Reino Unido), +0,19%

*CAC 40 (França), -0,25%

*FTSE MIB (Itália), -0,09%

Ásia

*Nikkei (Japão), -0,51% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong), +0,05% (fechado)

*Xangai (China), -0,51% (fechado)

*Petróleo WTI, +0,47%, a US$ 32,11 o barril

*Petróleo Brent, +1,24%, a US$ 35,08 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 0,93%, cotados a 704.500 iuanes, equivalente hoje a US$ 99,13 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 7,1068 (+0,11%)

2. Agenda econômica

Dos dados que serão divulgados nesta quarta-feira, o principal destaque vem dos Estados Unidos. O Departamento de Energia revela, às 11h30 (horário de Brasília), o novo patamar dos estoques de petróleo no país.

O preço da commodity está em recuperação nos últimos pregões. Uma variação significativa nos estoques deverão influenciar as cotações do óleo.

Ainda nos Estados Unidos, o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o bc americano) divulga, às 15h, a ata da última reunião.

A agenda conta com a divulgação dos dados de inflação medida pelo IGP-M da Fundação Getulio Vargas (FGV) referente à segunda prévia de maio, que teve leve alta de 0,01%, ante estimativa do consenso Bloomberg de queda de 0,25%.

O Banco Central ainda oferta até 12 mil contratos de swap cambial para rolagem a partir das 11h30. Mais tarde, às 14h30, o Banco Central divulga o fluxo cambial semanal.

3. Operações normais no “megaferiado”

A B3 (B3SA3), operadora da Bolsa brasileira, afirmou em ofício que manterá todas as suas atividades de registro, negociações, custódia, compensação e liquidação de operações, em horários regulares, nos dias 20, 21, 22 e 25 de maio, durante o “megaferiado” na cidade de São Paulo.

Um decreto da prefeitura de São Paulo “antecipou” o feriado de Corpus Christi na cidade para 20 de maio. Já o feriado municipal do dia da Consciência Negra, originalmente marcado para 20 de novembro, ocorrerá no dia 21 deste mês. Dia 22 é considerado ponto facultativo.

Existe ainda a possibilidade de a Assembleia Legislativa do estado também aprovar a proposta do governador João Doria de antecipar o feriado estadual de 9 de julho para o dia 25 de maio, próxima segunda-feira.

Assim como a Bolsa, os bancos também funcionarão normalmente nos dias do “megaferiado” em São Paulo. Em nota divulgada na tarde de terça-feira (19), a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que as agências estarão abertas nos dias 20 e 21 de maio.

4. Destaques políticos

De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, considerado peça-chave no processo que pode caracterizar que Jair Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao tentar interferir na Polícia Federal para obter informações sigilosas a fim de proteger seu clã, poderá ser divulgado na íntegra. Esta é a tendência do decano do STF, ministro Celso de Mello. Ele deve decidir a respeito do sigilo do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, parcial ou total, até o final desta semana. O presidente Bolsonaro e a PGR querem divulgação parcial.

A tensão em Brasília também aumenta após o depoimento de Carlos Henrique Oliveira, diretor-executivo da Polícia Federal, que mostrou contradição entre as versões apresentadas por Alexandre Ramagem e o presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura as acusações de interferência política na PF. O depoimento aponta que Ramagen já sabia que a troca de comando na superintendência da PF no Rio já estava definida. Esse era um desejo do presidente, que é acusado por Moro de tentativa de interferência política no órgão.

O Estadão também destaca que, diante do aumento da pressão nas redes sociais para a abertura de um processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, o Palácio do Planalto faz investidas para ter ao seu lado o apoio irrestrito do MDB. Bolsonaro, ao se aproximar do Centrão, já considera ter 172 votos na Câmara, número suficiente para evitar a abertura de um processo de impedimento. O governo busca agora conquistar os 34 emedebistas para ter folga nas votações.

O aumento do número de casos e mortes por coronavírus no Brasil também ganha destaque no noticiário. Bolsonaro afirmou ontem que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, assinará na manhã desta quarta novo protocolo que permitirá a utilização da cloroquina em pacientes em estágio inicial de contágio do coronavírus.

“O que é a democracia? Você não quer? Você não faz. Você não é obrigado a tomar cloroquina”, disse. “Quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína”, ironizou. No dia seguinte após a piada, Bolsonaro lamentou as mortes causadas pelo novo coronavírus. “Dias difíceis. Lamentamos os que nos deixaram”, escreveu no Twitter.

5. Noticiário corporativo

Assim como os bancos de grande porte, o Inter precisou elevar suas despesas com provisões para lidar com os efeitos da crise econômica. No primeiro trimestre do ano, elas totalizaram R$ 50,4 milhões, alta de 125,9% na comparação com igual período do ano passado. “Os maiores níveis de provisão observados no primeiro trimestre de 2020 refletem a alteração do cenário macroeconômico a partir da segunda quinzena de março de 2020 por conta da pandemia de Covid-19”, explicou a empresa na divulgação de seu balanço, na terça-feira à noite.

O banco digital registrou um prejuízo líquido de R$ 8,4 milhões. Nos primeiros três meses de 2019, a instituição financeira apresentou lucro de R$ 12,1 milhões. A inadimplência (atrasos acima de 90 dias) ficou em 4,6%, alta de 0,3 ponto percentual em 12 meses.

Já a Alliar registrou um prejuízo de R$ 20,03 milhões no primeiro trimestre, ante lucro de R$ 11,50 milhões entre janeiro e março de 2019. A Receita líquida recuou 9,9%, para R$ 235,7 milhões, e o Ebitda (ajustado) foi de R$ 36,3 milhões, com margem de 15,4% – no primeiro trimestre de 2019, foi de 27,7%. Devido aos impactos da Covid-19, a empresa suspendeu a divulgação de projeções para o ano.

Ainda na temporada de balanços, estão previstos para após o fechamento dos mercados a divulgaçaõ dos balanços da administradora de shoppings Aliansce Sonae, da empresa do ramo de saúde Hapvida e da locadora de veículos Unidas.

A Hering anunciou, na terça-feira à noite, que conseguiu garantir um crédito tributário de R$ 279,396 milhões. O valor é referente à exclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do cálculo da PIS/Cofins no período de dezembro de 2002 a março de 2017. O uso do crédito depende de habilitação da Receita Federal.

A BRF informou que passará a fazer tester de coronavírus em todos os seus trabalhadores de Concórdia (SC). Ainda sobre o setor pecuário, a pandemia também deverá fazer com que a recuperação na produção de carne bovina nos Estados Unidos seja lenta, o que pode favorecer exportadores brasileiros.

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