Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quarta-feira

Bolsas pelo mundo sobem à espera de encontro entre EUA e China; no Brasil destaque para IPCA e acordo sobre cessão onerosa, que deve destravar Previdência

Equipe InfoMoney

(Agência Senado)

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O Ibovespa encerrou a sessão da véspera com queda de 0,59%, aos 99.981 pontos, abaixo dos 100 mil pontos pela primeira vez desde 3 de setembro. A bolsa brasileira acompanhou o movimento dos índices de Nova York, que recuaram entre 1,2% e 1,7%, após as perspectivas de um acordo sino-americano terem ficado mais distantes, diante da restrição de vistos a funcionários chineses, envolvidos a conflitos étnicos em Xinjiang, por Washington.

Hoje, por volta das 6h30, os futuros de Nova York e os mercados europeus aceleraram o movimento de alta, após notícia da Bloomberg, citada pela CNBC, de que Pequim estaria disposto a discutir um acordo comercial parcial com Washington. A condição seria a de não sejam impostas mais tarifas pelo governo Trump este mês e em dezembro.

No Brasil, destaque para o acordo entre a Câmara e o Senado em relação à partilha, entre Estados e municípios, dos recursos originados do bônus de excedentes da cessão onerosa do pré-sal, que serão leiloados em novembro.

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Dessa forma, está aberto o caminho para que, finalmente, o segundo turno da votação da reforma da Previdência avance no Senado. A expectativa é de que o texto seja votado no dia 22 de outubro, para, em seguida, ser encaminhado para ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Destaque ainda para a insatisfação de Bolsonaro com seu partido, o PSL. Ontem, o presidente atacou a sigla pela qual foi eleito, indicando que poderá mudar de partido. Segundo o Estadão, ele tem conversado com a União Democrática Nacional (UDN), em fase final de registro no TSE.

Na agenda, o mercado monitora com atenção a divulgação do IPCA, que poderá atingir o menor patamar para setembro em 21 anos. Lá fora, as atenções se voltam à divulgação da Ata da última reunião do Fomc, às 15h00, e ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que volta a falar, às 12h00.

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Confira os destaques desta quarta-feira:

1. Bolsas Internacionais

Os futuros de Nova York e os principais índices acionários europeus amanheceram em alta, em meio às expectativas do desenvolvimento das conversas entre EUA e China, às vésperas das reuniões previstas para iniciarem amanhã. Caso não haja avanço nas negociações, o governo do presidente Donald Trump disse que elevará as tarifas sobre US$ 250 bilhões em mercadorias chinesas a partir de 15 de outubro.

Segundo a CNBC, citando informações da Bloomberg, mesmo que os negociadores chineses não estejam otimistas quanto a garantir um amplo acordo comercial com Washington, Pequim estaria disposta a tentar fechar um acerto parcial. De acordo com um funcionário não identificado, a China ofereceria concessões não essenciais, como compras de produtos agrícolas, mas não cederia em alguns pontos de discórdia entre os dois países.

Já o Financial Times informou que a China poderiam ampliar em até US$ 10 bilhões suas compras de produtos agrícolas, em meio à tentativa de chegada a um acordo com os EUA e tentativa de chegada a um acordo provisório. Segundo a publicação, o vice-primeiro-minsitro da China, Liu He, estaria vindo com ofertas reais, “não é uma visita vazia”, de acordo com uma fonte que acompanha as negociações.

Na Europa, as bolsas operavam em alta, mesmo com a cautela em relação ao desdobramentos comercias sino-americano e o Brexit. Segundo o jornal The Times, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, enfrenta um motim dentro do próprio gabinete por conta de temores de uma saída desordenada da União Europeia.

Adicionalmente, na Europa, a libra esterlina avançou frente ao dólar e ao euro após informações do jornal The Times de que a União Europeia estaria pronta para fazer uma grande concessão sobre a retirada do Reino Unido do bloco. A publicação cita que a UE poderia conceder aos legisladores da Irlanda do Norte o direito de escolher seguir com a união aduaneira por um período.

Na Ásia, os mercados fecharam predominantemente em queda, com exceção de Shanghai.

Entre as commodities, a Saudi Aramco, que teve suas instalações atacadas por drones em 14 de setembro, prevê que a capacidade total de produção na Arábia Saudita será recuperada apenas até o final de novembro, diz a CNBC, citando a Reuters. Após a informação, os preços viraram para alta, de quase 1%.

Já o minério em Dalian fechou com queda de 2,89%.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h25 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,77%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,89%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,68%

*DAX (Alemanha), +0,80%
*FTSE (Reino Unido), +0,33%
*CAC-40 (França), +0,58%
*FTSE MIB (Itália), +0,49%

*Hang Seng (Hong Kong), -0,81% (fechado)
*Xangai (China), +0,39% (fechado)
*Nikkei (Japão), -0,61% (fechado)

*Petróleo WTI, +0,99%, a US$ 53,15 o barril
*Petróleo Brent, +1,00%, a US$ 58,82 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com queda de 2,89%, cotados a 638,50 iuanes, equivalentes a US$ 89,51 (nas últimas 24 horas).

*Bitcoin, US$ 8.227,97, +0,15%
R$ 33.820, +1,18% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda Econômica

No Brasil, o IPC da Fipe, que mede a inflação em São Paulo, apontou alta de 0,2% na primeira quadrissemana de outubro, desacelerando em relação ao resultado do mês de setembro, que ficou em 0,33%.

Às 9h00, o IBGE informa o resultado do IPCA, inflação oficial do governo, referente ao mês de setembro. Às 12h30, o Banco Central publica a posição de câmbio dos bancos.

Nos Estados Unidos, saem, às 11h00, os dados de estoques no atacado e o relatório Jolts sobre o mercado de trabalho. Já às 11h30, o DoE informa os dados de estoques de petróleo, gasolina, destilados, produção e utilização das refinarias.

Destaques ainda para à divulgação da ata da última reunião do Fomc, às 15h00, e ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que volta a falar, às 12h00.

3. Congresso

O líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), chegaram a um acordo para acelerar a votação da partilha dos recursos do próximo leilão do petróleo do pré-sal entre estados e municípios. A proposta, segundo ele, irá à votação hoje na Câmara no Senado na semana seguinte, na terça-feira (15).

De acordo com Fernando Bezerra Coelho, a proposta de acordo mantém a distribuição dos 15% a serem destinados aos municípios de acordo com critérios do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Já os 15% dos estados seriam distribuídos da seguinte maneira: 2/3 pelos critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e 1/3 para compensar os estados exportadores pela Lei Kandir.

Ele disse ainda que os prefeitos poderão usar os recursos para investimentos. Já os estados poderão usá-los para equilibrar as contas da Previdência, para investimentos e para o pagamento de precatórios de pessoas físicas. “Tive uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e há um apoio expressivo dos líderes de diversos partidos”, disse Bezerra Coelho, que também conversou com governadores.

O líder do governo no Senado informou ainda que a proposta de acordo terá que passar ainda pelo crivo do ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelos ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo.

Com o encaminhamento da votação da cessão onerosa, está aberto o caminho para a votação, em segundo turno, da reforma da Previdência no Plenário do Senado, o que deverá ocorrer na semana do dia 22 de outubro. A previsão foi feita após reunião de líderes partidários conduzida pelo vice-presidente do Senado, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

“Confirmada a votação da Previdência, a princípio, para o dia 22. Tudo acordado, houve a aquiescência geral dos líderes para essa votação”, afirmou Anastasia. O vice-líder do DEM, senador Marcos Rogério (RO), disse que o segundo turno da reforma previdenciária “deve mesmo” ocorrer nessa data, já que muitos senadores estarão em viagem a Roma para a canonização da Irmã Dulce na semana que vem e a reforma precisa ser votada com “a Casa cheia”.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou que, mesmo ficando para ser concluída no dia 22, a reforma da Previdência deve passar sem mudanças em relação ao primeiro turno, já que “não cabem mais emendas de mérito”.

4. Bolsonaro e PSL

O presidente Jair Bolsonaro atacou ontem o PSL, indicando que poderá sair da legenda, por conta da insatisfação com a dificuldade para controlar a legenda e os seus diretórios. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, Bolsonaro avalia diversos cenários, entre os quais o ingresso na União Democrática Nacional (UDN), partido que está na fase final de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para a cúpula do PSL, a saída do presidente já é dada como certa, em um movimento que deverá gerar a perda de dois senadores e até 15 de seus 53 deputados federais. O conflito se tornou público após Bolsonaro falar a um apoiador para “esquecer” o PSL, completando que o presidente do partido, o deputado Luciano Bivar (PE), “está queimado para caramba”.

Enquanto isso, em São Paulo, o grupo do presidente tem enfrentado resistências em controlar os rumos do PSL foi à Justiça para reverter os atos do deputado Eduardo Bolsonaro que assumiu o comando da sigla em junho, diz o Estadão. No Rio, o senador Flavio Bolsonaro teve que recuar da decisão de expulsar filiados com cargos no governo de Wilson Witzel, que recentemente fez críticas ao governo federal.

5. Noticiário Corporativo

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, declarou que a venda de ativos da estatal petrolífera não representa o “desmonte” da empresa, conforme críticos da decisão apontam. Segundo o executivo, o “processo de desinvestimento” visa fortalecer a estatal, concentrando os recursos humanos e financeiros de que a empresa dispõe em atividades mais rentáveis e sustentáveis a longo prazo.

Ainda sobre a Petrobras, a companhia finalizou a venda da totalidade da sua participação nos campos de Pargo, Carapeba e Vermelho, localizados em águas rasas na Bacia de Campos (RJ) para a Perenco Petróleo e Gás do Brasil. A operação foi concluída com o pagamento de cerca de US$ 324 milhões para a Petrobras, com os ajustes previstos no contrato. Esse valor se soma a US$ 74 milhões pagos à Petrobras na assinatura dos contratos de venda.

O Estadão destaca também que três licitações de áreas de exploração e produção de petróleo e gás nas próximas semanas devem render R$ 237 bilhões à União e à Petrobras. Cerca de R$ 120 bilhões devem ser direcionados à petroleira por investimentos realizados nas áreas e R$ 117 bilhões virão do bônus de assinatura.

A JBS é alvo dos senadores Marco Rubio (Republicano) e Robert Menendez (Democrata), que enviaram uma carta ao secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, pedindo a abertura de investigação sobre aquisições feitas pela companhia no país, entre 2007 e 2015, por conta do suposto envolvimento da empresa em casos de corrupção no Brasil e na Venezuela. No período, a JBS comprou Swift, Smithfied Foods, Pilgrim’s Pride e o braço de suínos da Cargill.

O governo federal sancionou a lei que altera a legislação de telecomunicações no Brasil. Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, a regulamentação do novo Marco Legal das Telecomunicações do país deve levar cerca de um ano. “Já tem sido feito pela Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações]. Aproximadamente um ano para a gente ter isso completo”, projetou.

A joalheria Vivara estreia amanhã na B3, cotada a R$ 24, o que representou uma captação de R$ 2,3 bilhões. Do total, R$ 453 milhões vieram da oferta primária, que servirá para injetar recursos no caixa da companhia. A empresa deverá usar os recursos ainda para abertura de lojas e possíveis pequenas aquisições.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, Agência Câmara, Agência Senado e Bloomberg)

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