Parecer da reforma administrativa, lei orçamentária, dados da China e mais assuntos que vão movimentar o mercado hoje

Confira no que ficar de olho na última sessão do mês de agosto

Equipe InfoMoney

O plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

Publicidade

SÃO PAULO – A última sessão do mês de agosto é de alta para as principais bolsas mundiais, em continuidade ao movimento positivo desde a última sexta-feira (27) com a sinalização de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, de que os juros seguirão em patamares baixos por muito tempo. A alta dos mercados continua apesar da aceleração da inflação na zona do euro e o PMI oficial da China mostrando desaceleração da indústria e contração dos serviços.

Por aqui, atenção para o noticiário político e econômico. O parecer da reforma administrativa pode ser divulgado nesta terça-feira. Já Luiz Fux, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco fazem reunião para debater solução para pagamento de precatórios. Ainda em destaque, está o projeto de lei orçamentária, que o governo precisa enviar hoje ao Congresso.

Entre os indicadores, será divulgada a taxa de desemprego de junho pelo IBGE.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira mais destaques:

1. Bolsas mundiais

As bolsas mundiais têm em sua maioria altas nesta terça, que marca o último dia de agosto.

Estados Unidos

Até o momento, o Nasdaq registra alta de 4% no mês, a caminho de seu terceiro mês de alta consecutiva; o S&P avança 3%; e o Dow sobe 1,3%.

Continua depois da publicidade

Na segunda, o S&P teve alta pela 53ª vez consecutiva. Assim, o índice acumula alta de mais de 20% em 2021. Os resultados divulgados até o momento indicam que as empresas listadas no índice têm alta de 95,4% em seu rendimento no segundo trimestre, no ritmo mais rápido desde o quarto trimestre de 2009.

Também na segunda, os papéis da empresa de compartilhamento de vídeos Zoom caíram 13%, após a companhia indicar desaceleração do crescimento de sua receita no segundo trimestre. A queda nos papéis ocorreu apesar de o rendimento da companhia ter superado as estimativas do mercado, e de a Zoom ter elevado a diretriz (guidance, em inglês) para o ano.

Além disso, na terça o Pentágono anunciou que os Estados Unidos terminaram a evacuação do aeroporto de Kabul, encerrando aquela que foi a guerra mais longa já travada pelo país.

Na agenda econômica, o principal anúncio da semana deve ocorrer na sexta-feira, a respeito de dados sobre emprego nos Estados Unidos.

Economistas ouvidos pela Dow Jones acreditam que 750 mil empregos tenham sido criados no mês, e que a taxa de desemprego tenha caído a 5,2%.

Ásia

As principais bolsas asiáticas registraram em sua maioria altas na terça, mesmo após dados divulgados pelo governo chinês indicarem desaceleração do crescimento da atividade fabril na China em agosto, em comparação com o mês anterior.

O índice oficial do gerente de compras (PMI na sigla em inglês) da indústria relativo a agosto marcou 50,1 pontos, frente ao patamar de julho, de 50,4 pontos.

O PMI oficial de serviços ficou em 47,5 em agosto, bem abaixo da marca de 53,3 de julho, mostraram os dados da agência.

O PMI Composto oficial, que inclui tanto a atividade industrial quanto a de serviços, caiu a 48,9 em agosto de 52,4 em julho.

Qualquer patamar acima de 50 pontos indica expansão, abaixo, contração.

Na segunda, a Imprensa Nacional da China e a Administração de Publicações apresentaram planos para limitar o tempo em que aqueles com menos de 18 anos poderão jogar videogames a apenas três horas por semana.

As ações da Tencent listadas em Hong Kong tiveram perdas pela manhã, mas subiram 3,31% antes do final do dia. Já as da Netease perderam 2,07%.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 1,33%, e fechou em 25.878,99 pontos; na China continental, o Shanghai composto avançou 0,45%; no Japão, o Nikkei teve alta de 1,08%; na Coreia do Sul, o Kospi teve alta de 1,75%.

Europa

As bolsas europeias têm leves altas nesta terça. O índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, tem alta de 0,02%. A maior parte dos setores tem altas, excetuando bancos, petróleo e gás, seguros, viagem e lazer.

No mês, o índice acumula alta de 2,37%, apesar de agosto ser um mês tradicionalmente mais lento, por conta do período das férias de verão.

Os papéis da farmacêutica britânica GSK recuaram 0,6% após a empresa e a SK Bioscience anunciarem que iniciaram testes de última fase de sua candidata a vacina contra a Covid.

Dados divulgados na segunda indicaram que o sentimento econômico na zona do euro arrefeceu mais do que o esperado em agosto, após uma alta recorde em julho. Já a inflação de 12 meses bateu 3%, uma nova máxima em uma década e acima das estimativas de mercado de 2,7%.

Durante a manhã, foi divulgada a taxa de desemprego na Alemanha, que marcou 5,5% em agosto, abaixo da expectativa de 5,6% e do patamar de julho, de 5,6%.

Além disso, foi divulgado o avanço do PIB da Itália, que cresceu 17,3% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o país sofria efeitos mais severos da pandemia de Covid, e em linha com a expectativa de analistas.

Cabe destacar que os países da União Europeia votaram em submeter os EUA a novas restrições a viagens não essenciais em meio a um aumento de novos casos de coronavírus, desferindo um novo golpe para a indústria do turismo.

Veja os principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):

Estados Unidos

*Dow Jones Futuro (EUA), +0,18%
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,14%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,16%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,33%
*Dax (Alemanha), +0,39%
*CAC 40 (França), -0,08%
*FTSE MIB (Itália), +0,36%

Ásia

*Nikkei (Japão), +1,08% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,45% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +1,33% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +1,75% (fechado)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, -0,881%, a US$ 68,6 o barril
*Petróleo Brent, -0,64%, a US$ 72,94 o barril
*Bitcoin, -1,28%, a US$ 47.337,3
*Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian registram queda de 5%, cotados a 800 iuanes, equivalente hoje a US$ 123,84 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,46

2. Agenda

Brasil

Parecer da reforma administrativa pode ser divulgado nesta terça-feira
9h: Luiz Fux, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco fazem reunião para debater solução para pagamento de precatórios
9h: Pnad Contínua, com a divulgação da taxa de desemprego de junho, com previsão do consenso Refinitiv de taxa a 14,4%
9h30:  Dado do resultado primário de julho
9h30: Andreia Lima, CEO da VTC Operadora Logística, presta depoimento na CPI da Covid

Estados Unidos

10h45:  PMI de agosto/ISM de Chicago
11h: Índice de confiança do consumidor de agosto

Japão

21h30: Será divulgado o PMI industrial relativo a agosto
22h30: Masazumi Wakatabe, vice-governador do Banco do Japão, realiza um discurso

China

22h45: Será divulgado o PMI industrial Caixin, relativo a agosto

Por Dentro dos Resultados

InfoMoney entrevista às 15h executivos da AgroGalaxy (AGXY3) Welles Pascoal (CEO) e Mauricio Puliti (CFO). Às 17h, os executivos da JSL (JSLG3) são entrevistados; são eles, Ramon Alcaraz (CEO) e Guilherme Sampaio (CFO).

Quer fazer perguntas aos CEOs das empresas que se destacam na Bolsa? Acompanhe a série Por Dentro dos Resultados no YouTube do InfoMoney

3. Covid e CPI

Na segunda (30), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 671, patamar 19% abaixo daquele de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 313 mortes. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em 7 dias foi de 23.975, queda de 18% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 12.453 novos casos.

Chegou a 130.019.681 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 60,95% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 61.166.920 pessoas, ou 28,67% da população.

Cientistas da África do Sul detectaram uma nova variante do coronavírus com diversas mutações, mas ainda não determinaram se ela é mais contagiosa ou capaz de superar a imunidade fornecida por vacinas ou uma infecção anterior.

A nova variante, conhecida com C.1.2, foi detectada primeiramente em maio e já se disseminou na maioria das províncias sul-africanas e em sete outros países da África, Europa, Ásia e Oceania, de acordo com pesquisas ainda não submetidas à revisão da comunidade científica.

Ela contém muitas mutações associadas a outras variantes com uma transmissibilidade acentuada e uma sensibilidade reduzida a anticorpos neutralizadores, mas estas ocorrem em uma mistura diferente, e os cientistas ainda não têm certeza de como elas afetam o comportamento do vírus. Testes de laboratório estão em andamento para determinar o quão bem a variante é neutralizada por anticorpos.

Richard Lessells, especialista em doenças infecciosas e um dos autores da pesquisa sobre a C.1.2, disse que o surgimento desta nova variante mostra que “esta pandemia está longe do fim e que este vírus ainda está explorando maneiras de possivelmente ficar melhor em nos infectar”.

No domingo, a prefeitura de São Paulo afirmou que eventos com mais de 500 pessoas na cidade terão de exigir a comprovação de vacinação com ao menos uma dose de um imunizante contra a Covid-19 para todas as pessoas na entrada desses locais a partir de quarta-feira.

A comprovação poderá ser feita por um “passaporte de vacina” obtido por meio do aplicativo e-Saúde SP, da prefeitura, informou a gestão municipal. Não haverá a exigência para eventos com menos de 500 pessoas e outros estabelecimentos, mas sim uma “recomendação” das autoridades municipais para que esses locais também exijam a comprovação da vacinação.

Os eventos com mais de 500 pessoas que não adotarem o procedimento estarão sujeitos a penalidades, afirmou a prefeitura em nota.

Na semana passada, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou a anunciar que o passaporte de vacina seria exigido para todos os estabelecimentos, incluindo restaurantes, bares e shoppings. Após a crítica de associações que representam esses setores, no entanto, a prefeitura recuou e disse que as normas do passaporte de vacina ainda seriam definidas pela Vigilância Sanitária do município.

Segundo o secretário de Saúde da capital, Edson Aparecido, há um “pedido” da prefeitura para que todos os estabelecimentos adotem a exigência da comprovação de vacinação.

Também na semana passada, a prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que adotará a exigência da comprovação de vacinação para entrada em locais de uso coletivo a partir de setembro.

A exigência de um passaporte de vacina foi criticada na sexta pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que afirmou que a medida restringirá a liberdade das pessoas.

4. Radar político

Após se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou na segunda-feira que vai se encontrar até a terça com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Suprem Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, para conversar sobre uma saída para o pagamento dos precatórios do próximo ano que passaria pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo Pacheco, a conversa com Lira e Fux é para alinhar a solução. Fux propõe limitar o crescimento da conta dos precatórios à inflação, seguindo a mesma dinâmica da regra do teto de gastos.

A proposta formal é que a base de cálculo para o crescimento dos precatórios retroaja a 2016, quando passou a vigorar a regra do teto, com essa aplicação sendo orientada pelo CNJ.

Segundo fonte com conhecimento direto do assunto, isso levaria o pagamento máximo de precatórios em 2022 a cerca de R$ 40 bilhões, um corte de R$ 49,1 bilhões em relação aos R$ 89,1 bilhões apresentados para o exercício.

A PEC formulada pela equipe econômica abriria um espaço menor, de R$ 33,5 bilhões no Orçamento, ao propor duas regras para o pagamento: o parcelamento em dez vezes dos precatórios de mais de R$ 66 milhões (economia de R$ 22,7 bilhões) e uma limitação provisória dos pagamentos anuais de precatórios a 2,6% da receita corrente líquida, o que sujeitaria precatórios entre R$ 66 mil e R$ 66 milhões a eventual parcelamento (economia de R$ 10,8 bilhões). Os precatórios de até R$ 66 mil seriam integralmente quitados.

O presidente do Senado destacou que a solução do pagamento dos precatórios vai ajudar no incremento do programa social que vai substituir o Bolsa Família. Segundo ele, isso permitiria uma atualização no valor do benefício especialmente no momento em que há inflação.

Após a reunião com Pacheco, Guedes afirmou que a solução proposta por Fux para o tema dos precatórios é considerada “extremamente eficaz” e conta com apoio do Ministério da Economia.

De acordo com uma fonte do jornal Valor Econômico, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2022, que será enviado nesta terça ao Congresso, terá desenho provisório, e não trará definição sobre os R$ 89 bilhões em precatórios. A proposta deverá prever o pagamento total dessa conta, com forte compressão de outras contas. O Bolsa Família terá orçamento congelado, e emendas parlamentares serão enxugadas.

Pacheco disse também que espera que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprecie em setembro a proposta de privatização dos Correios, que já passou pela Câmara. Após passar pela CAE, ele disse que o plenário do Senado poderá votar a matéria.

Na segunda-feira, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) anunciou que a nota assinada por diversas entidades pedindo pacificação política terá sua publicação adiada. A Fiesp está capitaneando a investida, cujo teor havia sido divulgado na segunda em reportagens de capa dos jornais O Globo e O Estado de São Paulo. Ao anunciar o adiamento, a federação alegou que outras associações também teriam demonstrado interesse em participar da iniciativa.

A assessoria de imprensa da entidade afirmou que a decisão de adiar a divulgação foi tomada pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf. A nota, que pede pacificação política e estabilidade institucional, contava com o apoio da Febraban, associação que reúne os bancos no país e não cita nominalmente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Mas Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, controlados pela União, ameaçaram sair da entidade caso ela fosse publicada, pela avaliação de que marcava um posicionamento político contra o governo, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto.

Skaf havia estabelecido o prazo de adesão até a última sexta-feira, mas decidiu prolongá-lo para ao longo desta semana. Não há previsão de nova data para publicação da nota, que anteriormente era esperada para esta semana, acrescentou a assessoria.

Na segunda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a informação que recebeu é que teria sido uma sugestão da Febraban transformar o que seria um texto de defesa da democracia em um ataque ao governo. “Aí a própria Fiesp teria dito ‘então eu não vou fazer esse manifesto’, e o manifesto parece que está até suspenso por causa disso, não estão chegando a um acordo”, disse Guedes.

Em nota, a entidade dos bancos negou ter participado da elaboração de texto com ataques ao governo e afirmou que o manifesto submetido pela Fiesp pedia colaboração entre os Poderes da República e alertava para os efeitos do clima institucional sobre as expectativas e a atividade. O texto, segundo a Febraban, é fruto de elaboração conjunta de representantes de vários setores, inclusive o financeiro.

Segundo a assessoria da Fiesp, a nota foi debatida entre o presidente da entidade, Paulo Skaf, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Em condição de anonimato, duas fontes da equipe econômica disseram que o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ficou especialmente incomodado com a nota e entrou em contato com Bolsonaro para expressar sua contrariedade.

A partir da conversa, o tema foi debatido dentro do governo no fim de semana e ficou acordado que tanto a Caixa quanto o Banco do Brasil sairiam da Febraban caso o manifesto fosse publicado com a assinatura da entidade.

A Febraban afirmou em sua nota que não comenta sobre posições atribuídas a seus associados. A entidade disse ter submetido o texto da Fiesp a sua própria governança, que aprovou ter sua assinatura no material.

Uma das fontes da equipe econômica afirmou que, em função da discordância, o governo queria que cada banco assinasse por si.

Em meio ao adiamento da nota com participação de Fiesp e Febraban, sete associações do agronegócio do Brasil, incluindo Abag e Abiove, divulgaram na segunda-feira um manifesto em que demonstraram preocupação com os “atuais desafios à harmonia político-institucional” local. Em nota que foi destacada em reportagem de capa de O Globo e do Estadão nesta terça, as empresas afirmaram que as tensões estão custando caro ao país e lavarão tempo para ser revertidas.

As entidades disseram que o Brasil não pode se apresentar à comunidade global como uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou sob risco de retrocessos e rupturas institucionais, e defenderam o Estado de Direito estabelecido pela Constituição de 1988.

Em entrevista na segunda ao programa Fábio Sousa, veiculado nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a preocupação do governo do democrata Joe Biden nos Estados Unidos com questões ambientais atrapalha “um pouquinho” o Brasil.

“Obviamente o governo Biden é um governo mais de esquerda, um governo que tem quase uma obsessão para a questão ambiental. Então isso atrapalha um pouquinho a gente, porque o Brasil é o país que mais preserva o seu meio ambiente”, disse Bolsonaro. O presidente também afirmou que sofre ataque o tempo todo de países europeus por conta de questões ambientais, e que está disposto a conversar.

Além disso, em entrevista publicada na segunda o ministro de Minas e Energia, almirante de esquadra Bento Albuquerque, afirmou à agência Reuters que o governo federal pretende definir em até dois dias o valor dos descontos que serão dados a consumidores residenciais e estabelecimentos comerciais e industriais de menor porte que reduzirem voluntariamente o consumo de energia.

Os descontos beneficiariam consumidores do mercado regulado, atendidos por distribuidoras. O almirante de esquadra afirmou que cálculos estão sendo feitos por técnicos do governo para se chegar a um valor compatível com a realidade fiscal e econômica.

Também na segunda, a Secretaria-Geral da Presidência da República informou que o presidente Jair Bolsonaro assinou uma medida provisória que institui um novo marco legal para o transporte ferroviário.

Segundo o documento, a MP permite a exploração de trechos sem operação, devolvidos, desativados ou ociosos pela iniciativa privada por meio do regime de autorização, como já acontece na exploração de infraestrutura no setor deo telecomunicações.

O novo marco também prevê que administradoras ferroviárias se associem para criar uma entidade autorregulatória para definir padrões técnico-operacionais sem ingerência do Estado.

5. Radar corporativo

Petrobras (PETR3; PETR4) e Braskem (BRKM5)

A Petrobras  reafirmou na segunda-feira que mantém seu posicionamento em buscar a venda integral de sua participação na Braskem e monitora o processo de alienação da participação detida pela Novonor, disse a petroleira em comunicado. A Petrobras ainda disse que não há qualquer definição ou decisão sobre o assunto.

Fleury (FLRY3), Alliar (AALR3) e Rede D’Or (RDOR3)

A Rede D’Or São Luiz informou na noite da última segunda que o seu Conselho de Administração se reuniu e deliberou não proceder ao lançamento de uma oferta pública voluntária da Companhia (OPA) visando à aquisição de até a totalidade das ações de emissão da Centro de Imagem Diagnósticos, Alliar.

Na véspera, o grupo de medicina diagnóstica Fleury afirmou que iniciou estudos preliminares para avaliar uma potencial transação envolvendo a empresa de diagnósticos médicos Alliar.

BR Properties (BRPR3)

A empresa de imóveis comerciais BR Properties anunciou na segunda-feira que vendeu 55% de uma da torres do Complexo JK, em São Paulo, para a JFL Must, por R$ 555,9 milhões.

Segundo a BR Properties, a conclusão do negócio e o pagamento serão realizados após a superação de determinadas condições precedentes. A JFL Must é um dos negócios do empresário Jorge Felipe Lemann, filho do bilionário Jorge Paulo Lemann.

Lojas Renner (LREN3)

A Lojas Renner afirmou nesta segunda-feira que não há até o momento evidência de vazamento de informações ou dados pessoais, em nenhum dos seus negócios, após ataque cibernético sofrido pela companhia no último dia 19.

A varejista disse que as operações dos centros de distribuição e backoffice foram restabelecidas na última semana. As operações de e-commerce nos sites e aplicativos tinham sido retomadas nos dias 21 e 22. A empresa acrescentou que mantém o trabalho de apuração, documentação e investigação sobre o ocorrido.

CSN (CSNA3)

A agência de classificação Fitch elevou nesta segunda-feira o rating de longo prazo em moedas estrangeira e local atribuídos à CSN de BB- para BB, com perspectiva positiva. Segundo a Fitch, os ratings refletem seus sólidos negócios de minério de ferro e sua forte posição no mercado brasileiro de aços planos, bem como a competitividade de custos dos negócios.

“As elevações acompanham os esforços contínuos da CSN para fortalecer substancialmente sua estrutura de capital, incluindo pagamento de dívidas, refinanciamentos e vendas de ativos”, afirmou a agência do relatório, citando ainda os elevados preços do minério de ferro e a flexibilidade operacional da CSN, que sustenta seu fluxo de caixa por mais de dois anos.

Vibra (BRDT3)

Nova joint venture criada por Vibra Energia e Copersucar deverá transacionar em seu primeiro ano de atuação 9 bilhões de litros de etanol, com R$ 30 bilhões de faturamento, tornando-se a maior comercializadora do biocombustível no Brasil, conforme explicaram executivos de ambas sócias nessa segunda-feira.

Inicialmente, a previsão é que cerca de 90% do volume anual da nova companhia –que ainda será nomeada– seja originado e vendido no mercado doméstico, mas a expectativa é que transações internacionais ganhem mais peso ao longo do tempo, apontaram eles, sem prever montantes.

“Na medida em que o etanol se transforma em commodity global, e a gente acredita que isso vai acontecer ao longo dos próximos anos nessa transição energética que estamos vivendo, os fluxos de exportação e importação serão cada vez maiores”, disse o diretor Comercial e de Operações da Copersucar, Pedro Paranhos.

Engie Brasil (EGIE3)

A elétrica Engie Brasil Energia assinou na segunda-feira contrato para a venda do complexo termelétrico Jorge Lacerda, movido a carvão mineral em Capivari (SC), à Diamante Holding, controlada da Fram Capital, por até R$ 325 milhões, informou a empresa em fato relevante. Segundo a Engie, R$ 210 milhões serão pagos no fechamento da operação e até R$ 115 milhões estão sujeitos ao cumprimento de determinadas condições previstas contratualmente.

Stone (STNE)

A empresa de meios de pagamentos StoneCo teve prejuízo no segundo trimestre, com uma provisão extra, após admitir ter sido surpreendida com falhas em seu negócio de crédito.

A companhia anunciou nesta segunda-feira que teve prejuízo ajustado de R$ 150,5 milhões no período, ante lucro de R$ 150,3 milhões um ano antes. Em termos líquidos, a companhia teve lucro de R$ 526 milhões, mas devido a um ganho contábil de R$ 715 milhões com a marcação a mercado de alguns investimentos.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

Para entender como operar na bolsa através da análise técnica, inscreva-se no curso gratuito A Hora da Ação, com André Moraes.