OGX, Petrobras e Vale derrubam o lucro das companhias nacionais

Essas três empresas viram seus números recuarem em R$ 5,65 bilhões no terceiro trimestre de 2012

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – As empresas listadas na BM&FBovespa lucraram, juntas, R$ 37,86 bilhões no terceiro trimestre de 2012, mostra um estudo da Economática – uma queda de 8,60% frente os R$ 41,42 bilhões do mesmo período do ano passado. A queda, porém, foi pressionada pelo recuo dos lucros das empresas do Ibovespa, de 9,10% – de acordo com as compilações realizadas pelo portal InfoMoney. 

De acordo com os dados da consultoria, as quatro principais empresas do índice foram as responsáveis por essas quedas: Petrobras (PETR3; PETR4), OGX Petróleo (OGXP3) e Vale (VALE3;VALE5). Enquanto a estatal lucrou R$ 770 milhões a menos, a petrolífera de Eike Batista viu suas perdas aumentarem em R$ 325,84 milhões. Enquanto isso, a Vale tornou-se a grande vilã do trimestre: queda de R$ 4,56 bilhões. 

Sem contar essa queda de R$ 5,65 bilhões provocada por essas três empresas as 324 empresas restantes teriam tudo lucro de R$ 29,30 bilhões – contra R$ 27,21 bilhões. Só o efeito da Vale é capaz de fazer com que essa conta passe do positivo para o negativo: contando com as duas petrolíferas, os lucros teriam crescido de R$ 33,53 bilhões para R$ 34,53 bilhões. 

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Outros setores também sofreram
Os lucros perderam força também em outros setores estratégicos, como o bancário, que viu os números recuarem R$ 12,31 bilhões para R$ 11,297 bilhões, e o de energia elétrica, que teve ganhos de R$ 4,51 bilhões entre julho e setembro, contra de R$ 5,74 bilhões no mesmo período do ano passado. 

Alguns setores pressionados conseguiram melhorar. É o caso de papel & celulose, cujas empresas haviam tido prejuízo de R$ 1,78 bilhão no terceiro trimestre de 2011, contra lucro de R$ 85 milhões neste. O setor de alimentos e bebidas também impressionou – foi um aumento de R$ 1,86 bilhão para R$ 3,53 bilhões.

Parcialmente, esse número foi puxado pela Ambev, que viu o lucro crescer 52,46% para R$ 2,50 bilhões. A companhia é muito bem vista pelo mercado, fato que a fez tornar-se a empresa mais valiosa do Brasil na semana passada – embora tenha perdido este posto um dia depois. Esse movimento é fruto tanto da melhora da companhia quanto da piora de sua rival pelo posto, a Petrobras. 

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Mesmo assim, dos 10 maiores lucros, todos eles foram capturados por empresas que estão no Ibovespa. A Petro, mesmo com a queda de R$ 770 milhões, é o maior lucro, seguido por Itaú Unibanco (ITUB4; R$ 3,37 bilhões), Vale (R$ 3,32 bilhões), Bradesco (BBDC4; R$ 2,86 bilhões), Banco do Brasil (BBAS3; R$ 2,72 bilhões), Ambev, Santander (SANB11; R$ 1,50 bilhão), Eletrobras (ELET6; R$ 1,00 bilhão) e Cemig (CMIG4; R$ 937 milhões) e Telefônica Brasil (VIVT4; R$ 936 milhões).

Com as desconfianças no setor elétricos, este se tornou o setor com o lucro “mais barato”. É válido também destacar destacar que essa lista não considera o lucro de holdings financeiras, cujos ganhos são condicionados à outras empresas – e por conta disso podem surgir em balanços de companhias diferentes. Isso, por exemplo, elimina os ganhos R$ 1,34 bilhão da Itaúsa (ITSA4), controladora do Itaú, que a faria ser a 8ª colocada na lista. 

De olho nas small caps
Muitos investidores acreditam que a chave do sucesso é investir em papéis do índice de small caps, que chamam a atenção pelo ritmo de crescimento acelerado do lucro, fruto de uma base de comparação mais baixa. Isso acaba se refletindo no preço das ações dessas companhias, que em média sobem mais de 20% no ano, contra um movimento lateral do Ibovespa. 

Mas é importante ter alta seletividade ao investir nesse tipo de empresas: são delas que também surgem alguns dos maiores prejuízos. É o caso da Celpa (CELP4), que perdeu R$ 233,26 milhões no trimestre, Panamericano (BPNM4), com perdas de R$ 197,97 milhões, Viver (VIVR3), com prejuízo de R$ 177 milhões e Cobrasma (CBMA4) que perdeu R$ 145,77 milhões. 

Essas quatro companhias se juntam a outras seis empresas nacionais entre os 10 maiores prejuízos: a OGX Petróleo liderou as perdas, mas foi seguida de perto pela Gol (GOLL4), que perdeu R$ 309,35 milhões. A Amil (AMIL3), que não compõe o Ibovespa mas está no IBrX-100, perdeu R$ 226,59 milhões e ficou logo acima da Fibria (FIBR3), com perdas de R$ 214,56 milhões. A Usiminas (USIM3; USIM5) completou o top 10 com prejuízo de R$ 143,25 milhões.