O segredo do modelo “asset light” da Sequoia Logística; novas aquisições à frente?

CEO e CFO do grupo participaram de live do InfoMoney e comentaram sobre o aumento do desemprego e a perda de renda no país: isso pode afetar o e-commerce?

Anderson Figo

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SÃO PAULO — A disparada do e-commerce na pandemia de coronavírus beneficiou empresas de logística como a Sequoia (SEQL3). Com clientes como Magazine Luiza e Mercado Livre, a companhia conseguiu ampliar seu lucro líquido no quarto trimestre de 2020 em 196%, para R$ 17,7 milhões.

A estratégia, segundo o CEO Armando Marchesan Neto, é ser uma empresa “asset light” — sem muitos ativos, como imóveis —, fazer investimentos em melhoria operacional e continuar sendo uma consolidadora no setor. No ano passado, por exemplo, a Sequoia anunciou a compra da Direcional e da Prime e, neste ano, adquiriu a gaúcha Plimor.

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“Estamos esticando esse cenário de baixa atividade econômica e maior desemprego. (…) Então, a gente não vislumbra para este ano uma nova curva muito parecida [com o boom do e-commerce visto no ano passado], mas sim com um pouco menos de euforia”, disse o executivo em live do InfoMoney na terça-feira (23).

“E também uma diferença nessa migração do online para o offline. As pessoas já estão acostumadas e não vai ter aquela demanda para preparar um escritório dentro de casa ou para preparar a ginástica dentro de casa. Os hábitos vão sofrer algum tipo de alteração, mas nossa empresa tem uma multicanalidade no nosso DNA”, completou.

A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas. Para não perder as próximas lives, que acontecem até o início de abril, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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Sobre o modelo “asset light”, Fernando Stucchi, CFO do grupo, explica que a Sequoia é uma empresa de gente: “temos 6.000 pessoas trabalhando para nós, mas nossa frota é terceirizada, assim como centros de distribuição”. O maquinário, no entanto, é investimento da companhia e pertence a ela. Recentemente, por exemplo, o grupo adquiriu 22 novos equipamentos de sorter, que faz a separação automatizada das encomendas.

Mais de 50% da receita da Sequoia vem das vendas online, e a companhia entrou recentemente, após a aquisição da Direcional, no ramo de entregas de produtos pesados. “Era algo que a gente não fazia no primeiro pico da pandemia, em março do ano passado, então agora a gente tem uma amplitude maior de serviços. Por conta disso a gente ainda vai observar um aumento da demanda, até por conta dessa nova linha de negócios que a gente tem, além do lançamento da oferta do SFx [plataforma de coleta e entrega rápida de produtos]”, disse Marchesan Neto.

Os executivos falaram ainda sobre a empresa ter um caixa maior do que a dívida, por isso segue de olho em novas aquisições, comentaram sobre o cross selling, quando o cliente tem à disposição serviços oferecidos em diferentes empresas do grupo para serem usados ao mesmo tempo. O dinheiro em caixa vem das operações e também do IPO — a empresa também renegociou dívidas e alongou prazos.

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Sobre investimentos, Marchesan Neto e Stucchi disseram que cerca 3% a 3,5% da receita geralmente é gasto por ano com tecnologia. Eles falaram ainda sobre ESG e iniciativas como testes de entregas com carros elétricos, além da vantagem de atuação em território nacional, especialmente no interior.

O CEO do grupo voltou a dizer que a Sequoia pode ter interesse em participar do leilão de privatização dos Correios, quando ele acontecer, mas desde que o leilão dividisse as operações da empresa à venda, não haveria interesse em comprar os Correios com operações totais — e levando junto as dívidas. Assista à live completa acima.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.