“Estão subalocados os investimentos das assets no setor farmacêutico”, diz CFO da Pague Menos

Luiz Novais participou de live do InfoMoney e contou sobre planos de expansão de lojas no Norte e Nordeste, além de falar sobre investimento e concorrência

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Há poucos meses listada na Bolsa brasileira, a rede farmacêutica Pague Menos (PGMN3) tem uma palavra de ordem dentro da empresa: crescimento. Segundo o CFO, Luiz Novais, ainda há um espaço muito grande de consolidação e de investimentos em tecnologia e estrutura de margem de distribuição. Ele acredita também que “estão subalocados os investimentos das assets no setor farmacêutico” e que “tem bastante espaço para aumentar”.

“Eu acho que o investidor brasileiro prestou mais atenção [no setor]. Na verdade, o varejo farmacêutico brasileiro tinha até pouco tempo atrás praticamente uma opção só de investimento no mercado de capitais, e algumas outras companhias, assim como a Pague Menos, incorporaram essa lista de opções”, disse o executivo, em live do InfoMoney na segunda-feira (23).

“As nossas histórias ainda são recentes. A Pague Menos fez IPO em setembro de 2020, temos seis meses de companhia aberta e felizmente a gente vem entregando excelentes resultados, mesmo antes da oferta de ações. O investidor vem tomando conhecimento mais profundo sobre essas novas companhias, e eu acredito que ainda não fizeram todo investimento que poderiam fazer”, completou.

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A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas. Para não perder as próximas lives, que acontecem até o início de abril, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

“Se tem algum setor resiliente no Brasil, este setor é sem dúvida o de medicamentos, junto talvez com o de alimentos. Mesmo em momentos de crise, lá em 2016, por exemplo, (…) o varejo farma cresceu 8% em média ao ano e a tendência é ser ainda maior com o ambiente que a gente tem vivido de preocupação com saúde”, disse o executivo.

Novais citou o esforço que a Pague Menos tem feito para que os investidores notem o potencial das novas companhias do setor na Bolsa. “É um excelente canal de crescimento não só por questões macro, como o envelhecimento da população e novas drogas surgindo, mas também pela qualidade das companhias. As companhias se profissionalizaram bastante nos últimos anos, como é o caso da Pague Menos, que reforçou seu quadro de executivos, tem boa governança”, afirmou.

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Novais comentou ainda sobre o plano de expansão da Pague Menos, que prevê utilizar 63% dos recursos levantados no IPO ano passado com abertura de novas lojas, especialmente no Norte e Nordeste do país. Ele respondeu sobre canibalização com abertura de lojas em lugares onde a marca já tem presença, falou sobre vendas digitais, que hoje representam 5,2% do faturamento, e destacou o perfil da companhia focado em atender a baixa renda (pessoas com renda familiar de até R$ 4,4 mil).

“A Pague Menos é a companhia do setor mais bem preparada para crescer atendendo a baixa renda. Nascemos voltados a este público”, disse ao ser perguntado sobre os esforços de redes concorrentes em abrir unidades populares enquanto mantêm seu foco no segmento premium (para média e média alta renda).

O executivo comentou ainda sobre a estratégia de ampliar os serviços oferecidos nas farmácias do grupo — hoje já são 31 opções com as novas liberações da Anvisa, que incluem aplicação de testes de Covid, exames de sangue e telemedicina, por exemplo. “Temos 809 unidades com clínicas farmacêuticas. Metade das clínicas farmacêuticas do país estão dentro da nossa marca”, afirmou.

Ele citou que a rede se empenha para melhorar e agilizar as entregas dos pedidos online — 52% do total de pedidos são entregues em menos de 24 horas. Novais falou ainda que a empresa se empenha também em aumentar a assertividade na abertura de lojas para um índice acima dos 90%. Hoje, está pouco abaixo disso, após o fechamento de cerca de 80 lojas e abertura em torno de 500 no período entre 2016 e 2019.

“A pandemia aumentou a preocupação dos brasileiros com a saúde”, disse. “Se você controla as patologias crônicas, você consegue controlar melhor outras patologias. Temos visto um consumo maior por exemplo de oxímetros, vitaminas etc”, completou. Assista à live completa acima.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.