O que os resultados do primeiro trimestre mostram sobre os impactos do coronavírus no Brasil

Companhias brasileiras sofreram nos três primeiros meses deste ano, mesmo que a pandemia de Covid-19 tenha chegado só em meados de março

Rodrigo Tolotti

SÃO PAULO – A temporada de resultados do primeiro trimestre mostrou que a pandemia do novo coronavírus já teve grande impacto nos números das empresas brasileiras, mesmo com apenas 15 dias de quarentena entrando no balanço, uma vez que o isolamento teve início na segunda quinzena de março.

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Confira no vídeo acima como algumas das principais empresas da Bolsa foram prejudicadas por este cenário de crise com a pandemia, além de entender melhor como isso irá continuar afetando os negócios, principalmente a partir do segundo trimestre, quando os impactos da paralisação irão afetar um período maior de negócios.

O setor de aviação foi um dos primeiros a sentir o impacto da paralisação. Com cerca de 90% das viagens suspensas, a Gol (GOLL4) teve um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões, enquanto a Azul (AZUL4) perdeu R$ 6,13 bilhões.

A quarentena também impactou setores como o varejo e o de alimentos. Empresas como B2W (BTOW3) e Lojas Americanas (LAME4) tiveram resultados melhores que o ano passado por conta dos gastos online das pessoas.

Já companhias como a BRF (BRFS3) e a M.Dias Branco (MDIA3) se beneficiaram do consumo dos brasileiros em casa: o prejuízo da primeira caiu e o lucro da segunda saltou 140%.

Um dos maiores destaques negativos ficou com a Petrobras (PETR3 ; PETR4), que por conta da derrocada do petróleo, com um impairment de R$ 65,3 bilhões, terminou o primeiro trimestre com um prejuízo de R$ 48,5 bilhões.

Segundo o analista da Rico Investimentos, Matheus Soares, este primeiro trimestre foi apenas um “aperitivo” e os reais impactos da pandemia devem ser mais sentidos a partir de abril.

Ele cita também os efeitos da disparada do dólar, que deve pesar para empresas com custos na moeda americana, como as aéreas, e também algumas companhias que se beneficiam do dólar, mas que têm um impacto contábil grande, como aconteceu com a Suzano (SUZB3).

Para ele, esses são apenas alguns impactos vistos até agora e a tendência é de uma piora nos balanços das companhias brasileiras a partir do segundo trimestre.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.