Novo app blockchain leva tokens de crédito de carbono a pessoas físicas

O Ambify, do grupo Ambipar, foi lançado no final de 2021 na rede Binance Smart Chain

Lucas Gabriel Marins

Mercado Carbono

Publicidade

Do momento em que acorda até o horário que volta para cama o ser humano gera carbono. Na medida certa, a emissão é positiva, pois o átomo e as moléculas formadas pelo sexto elemento da tabela periódica são essenciais para os organismos, e ajudam na manutenção da vida na terra. Em excesso, no entanto, desequilibra tudo, deixa o planeta mais quente e afeta o meio ambiente de forma drástica.

Para ajudar a população a diminuir a pegada de carbono, a Ambipar (AMBP3) lançou no final de 2021 o Ambify, um aplicativo baseado em blockchain que dá a pessoas físicas a possibilidade de calcular quantos quilos de moléculas elas geram diariamente, e de compensar isso. No app, disponível na Apple Store e no Google Play, é possível comprar tokens “AMBIFY”, que correspondem a créditos de carbono.

O conceito de crédito de carbono surgiu em 1997 durante a assinatura do Protocolo de Quioto, tratado internacional que visa reduzir a emissão de gases do efeito estufa no planeta. O crédito é como uma “moeda verde”, e uma unidade dele equivale a redução de uma tonelada de dióxido carbono (CO2) da atmosfera.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Para gerá-los, uma empresa precisa ter projetos sustentáveis, como áreas para reflorestamento, parques de energia solar ou eólica etc. Há entidades que avaliam e certificam a qualidade e a seriedade das iniciativas. Quando um comprador adquire um crédito, na prática está apoiando esses projetos e compensando sua pegada.

Até então, apenas grandes empresas faziam parte desse setor bilionário – em 2020, segundo o Banco Mundial, o mercado de crédito de carbono movimentou US$ 53 bilhões no mundo.

Apps como o Ambify, no entanto, permitem a compra de créditos de carbono fragmentado, levando a economia verde também para o varejo. Os tokens do aplicativo são atrelados a projetos da própria Ambipar, que atua na área de gestão ambiental, e a iniciativas de outros fornecedores certificados.

Continua depois da publicidade

Blockchain

O app roda na Binance Smart Chain (BSC), a blockchain da corretora Binance. A rede foi escolhida porque gasta menos energia que as outras do mercado, como a do Bitcoin (BTC) e a do Ethereum (ETH), por exemplo.

“Para a Ambipar, não fazia sentido lançar o token AMBIFY em uma rede blockchain que utilizasse o já muitas vezes criticado mecanismo de consenso intitulado prova de trabalho (PoW, ou proof of work, em inglês)”, disse a empresa no whitepaper (guia) do projeto. O PoW é um protocolo de mineração (criação de criptomoedas) que exige alto poder computacional e gasto de energia.

Os créditos têm números rastreáveis, ficam registrados na rede e são imutáveis, o que dá transparência para o projeto, e impede que a mesma moeda seja vendida duas vezes. Assim que um token é negociado, é “aposentado”. A Ambify diz que destina um percentual do valor para projetos sociais de parceiros, como Instituto Jô Clemente, Médicos sem Fronteiras ou Instituto Luz Alliance.

Continua depois da publicidade

O Ambify é mais um passo da Ambipar no mercado de economia verde. Em julho do ano passado, a empresa adquiriu o controle da Biofílica, pioneira no Brasil no desenvolvimento de projetos florestais para geração de créditos de carbono.

Até onde as criptomoedas vão chegar? Qual a melhor forma de comprá-las? Nós preparamos uma aula gratuita com o passo a passo. Clique aqui para assistir e receber a newsletter de criptoativos do InfoMoney

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney