Nomes defensivos e altos dividendos: as escolhas do Credit Suisse no setor elétrico na Bolsa

Segundo o banco, parte das perdas na Bolsa deve-se à uma maior percepção de risco; valuations, contudo, estão atrativos, avaliam analistas

Mariana Zonta d'Ávila

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Com os investidores buscando maior diversificação do portfólio e nomes mais defensivos para surfar um 2022 mais volátil, companhias do setor elétrico podem ser uma boa escolha. A avaliação é do Credit Suisse, que tem recomendação de compra para as ações de CPFL Energia (CPFE3), Energias do Brasil (ENBR3) e Neoenergia (NEOE3).

De acordo com os analistas Carolina Carneiro e Rafael Nagano, que assinam o relatório, parte das perdas dessas companhias na Bolsa no ano – como a baixa da ordem de 7,2% de CPFL Energia no acumulado de 2021 até sexta (10) – deve-se a uma maior percepção de risco (incertezas na alocação de capital) e descontos das grandes holdings.

Contudo, dados os fatores de risco, o Credit Suisse avalia que as baixas abrem uma janela de oportunidade, uma vez que essas companhias estão sendo negociadas a valuations atrativos.

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O banco revisou suas projeções para as empresas do setor elétrico, embutindo questões como a pressão inflacionária, mudanças de portfólio, maior custo de capital, novas estimativas de capex (investimentos em capital), entre outros.

“Acreditamos que os investidores puniram excessivamente esses nomes, especialmente no caso da CPFL Energia”, escreve a dupla de analistas, que vê CPFE3 como um dos nomes mais defensivos para entrar posicionado em 2022.

O banco elevou o preço-alvo de Neoenergia, de R$ 24,10 para R$ 24,40, e de CPFL Energia, de R$ 40,30 para R$ 41,30. O time também revisou para cima as estimativas para EDP Brasil, com aumento de preço-alvo de R$ 24,60 para R$ 24,80.

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“Em termos de tendências do setor, essas empresas foram as primeiras a investir em energias renováveis e também na comercialização, bem como na oferta de serviços e soluções em energia para seus clientes”, escreve o Credit Suisse.

Ainda de acordo com os analistas, as três empresas já investiram em diferentes segmentos de forma que possuem portfólios equilibrados e diversificados, protegendo os investidores de possíveis mudanças regulatórias, maior concorrência em segmentos tradicionais e antecipando mudanças na tecnologia.

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CPFL Energia é “top pick”

Na avaliação dos analistas, CPFL é um dos melhores nomes para se estar posicionado em 2022.

“Além de ser uma boa opção pelo seu portfólio mais defensivo, também tem algum potencial adicional de upside no caso de um turnaround mais rápido (e mais investimentos) na unidade CEEE-T recentemente adquirida”, escrevem os analistas.

A dupla chama atenção para as unidades de distribuição em áreas de concessão de renda superior à média, bem como para o segmento de geração altamente contratado e protegido contra GSF (medida de risco hidrológico) e exposto a fontes renováveis.

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Segundo os analistas, em um cenário sem investimentos, a administração da companhia conseguiria entregar altos dividendos, dado que sua alavancagem se encontra abaixo da de pares.

O Credit Suisse estima um dividend yield (retorno com dividendos) de 11,6% para 2022 e afirma que a CPFL Energia entrega um fluxo de caixa estável tanto na geração quanto na distribuição de energia, com um dos maiores portfólios operacionais de renováveis no Brasil.

Neoenergia e EDP Brasil

Com relação à Neoenergia, o banco suíço escreve, no relatório, que a companhia está trabalhando com sucesso no controle de custos e implementando um plano de rápida recuperação em sua unidade de Brasília.

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Já para EDP Brasil, a avaliação é de que a estratégia positiva da companhia para reciclar seu portfólio (adicionando redes e energias renováveis), juntamente com uma política de dividendos “decente”, ajudou as perspectivas da empresa – e o desempenho das ações na Bolsa.

Segundo os analistas, a empresa poderia agregar mais geração distribuída (que tem alto retorno) e energias renováveis ao portfólio.

De acordo com o Credit Suisse, há oportunidades de crescimento no curto prazo tanto no setor de transmissão quanto de geração de energia. A dupla cita o leilão de transmissão de energia que deve acontecer no dia 17 deste mês e que pode oferecer quatro bloco, somando R$ 2,9 bilhões em capex, com ativos localizados no Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Amapá.

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Do lado da geração de energia, o próximo leilão de reserva de capacidade, em 21 de dezembro, oferecerá contratos para unidades térmicas a gás. Dos nomes contemplados, o Credit Suisse espera que a Neoenergia participe com a unidade TermoPernambuco.

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