Não é só Copa do Mundo: veja as 18 ações que têm dado o que falar nesta 2ª feira

Apesar da Copa do Mundo e uma semana com feriado, noticiário agitado se reflete nas ações de diversas companhias

Leonardo Silva

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SÃO PAULO – O investidor que imaginou uma semana fraca para Bolsa, já que o mercado terá vida curta nesta terça-feira com o jogo do Brasil e permanecerá fechado na quinta-feira, se surpreendeu neste pregão: muitas ações seguem no radar e novas medidas para o mercado de capitais foram anunciadas pelo ministro da fazenda, Guido Mantega, para estimular as empresas na Bolsa.

Apesar disso, o fraco volume contribuiu para que o Ibovespa mostrasse fraca oscilação mesmo com o noticiário agitado e fechou este primeiro pregão da semana com queda de 0,32%, a 54.629 pontos. A queda de mais de 1% de três das maiores empresas dentro da composição do Ibovespa colaborou para o dia negativo – Ambev (ABEV3, R$ 15,65, -1,26%), Petrobras (PETR3, R$ 17,63, -1,23%; PETR4, R$ 18,74, -1,32%) e Vale (VALE3; R$ 28,42, -0,63%VALE5, R$ 25,47, -1,09%).

Sobre a mineradora, é importante ressaltar que o minério de ferro atingir seu menor valor em 21 meses, pressionando assim a expectativa de resultados da empresa. Já a petrolífera não repetiu o movimento positivo mesmo com uma nova pesquisa eleitoral divulgada no sábado. A distribuidora de bebidas, por fim, segue sofrendo na Bovespa com as expectativas negativas de vendas mesmo com a Copa do Mundo, além da possibilidade de novas tributações do governo.

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Confira mais 15 ações que roubaram a cena na Bovespa nesta segunda-feira:

OSX Brasil (OSXB3, R$ 0,58, +13,73%)
Se o dia foi de marasmo no Ibovespa, fora do índice muitas ações deram o que falar. Uma delas foi a OSX Brasil, de Eike Batista, que ganhou impulso com a notícia de que o fundo Mubadala, que está negociando reduzir parte da dívida de US$ 2 bilhões que o megaempresário possui com eles. Destaque ainda para o volume financeiro movimentado pelos papéis, que chegaram a R$ 4,0 milhões, bem acima da média diária dos últimos 21 pregões (R$ 759 mil).

Tegma (TGMA3, R$ 219,90, +10,43%)
Outra a se destacar foi a Tegma, que subiu até 14% na máxima do dia na Bolsa e teve um volume financeiro 10 vezes acima da média (R$ 40,69 milhões). A alta reflete a venda da Direct Express Logística para a 8M, empresa 100% controlada pela varejista online B2W (BTOW3, R$ 31,11, -2,69%). O valor da compra foi de R$ 127 milhões e tem como objetivo elevar o nível de serviço logístico da companhia. 

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O anúncio ocorre pouco tempo depois dos acionistas da empresa terem aprovado aumento de capital de R$ 2,38 bilhões, elaborado para melhorar a estrutura de capital da companhia. Fundada em 2003, a Direct realiza serviços logísticos para cargas e encomendas expressas, que vão da armazenagem até a execução e informação de entregas. A empresa possui uma estrutura de 21 mil metros quadrados de triagem em São Paulo, com cerca de 2.000 colaboradores, 1.500 veículos, e rede de 64 unidades de entrega em todo o país.

Gradiente: (IGBR3; R$ 6,03, -5,93%)
Ainda fora do Ibovespa, aparece a IGB Eletrônica, que cai forte pelo 2º dia seguido. Na sexta-feira, ela caiu 9% após a Apple derrotar a Gradiente em julgamento de segunda instância pelo direito da marca iPhone. A decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) do Rio de Janeiro dá aval à companhia americana usar a marca em seus aparelhos vendidos no Brasil sem ter que pagar nada à rival, que já disse que vai recorrer da nova decisão.

A Gradiente havia feito pedido de registro da marca em 2000, mas só recebeu o reconhecimento sobre o iPhone do Inpi em fevereiro do ano passado. Neste meio tempo, mais precisamente em 2007, a Apple empreendeu o lançamento mundial de sua marca de mesmo nome. Quando o pedido de sua rival brasileira foi aprovada pelo próprio Inpi, a companhia americana entrou com um processo na justiça contra o instituto e a Gradiente contra a decisão. Em primeira instância, a Justiça carioca concluiu em favor da Apple.

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BM&FBovespa: (BVMF3, R$ 11,90, +0,85%)
Em evento realizado na BM&FBovespa na manhã desta segunda-feira (16), o ministro da Fazenda Guido Mantega destacou as medidas para incentivar a entrada de empresas pequenas e médias na Bolsa bem como a maior participação do investidor pessoa física nas movimentações do mercado de capitais nacional, como já era amplamente esperado pelo mercado ao menos desde a semana passada.

O plano anunciado por Mantega foi uma parceria entre Governo Federal, ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e FINEP (Agência Brasileira de Inovação), e inclui cinco mecanismos gerais.

Mangels (MGEL4, R$ 1,01, +1,00%)
A Mangels, que está em recuperação judicial desde novembro, viu suas ações subirem até 180% na última semana, saltando de R$ 0,42 para até R$ 1,18 após o novo acordo automotivo entre Brasil e Argentina. Além disso, a empresa comunicou ao mercado na sexta-feira (13) após o pregão que Antonio Farina adquiriu 400 mil ações preferenciais da companhia, totalizando 800 mil papéis – o que representa 7,18% das ações PN. Segundo comunicado, a compra foi feita “por motivo de investimento a longo prazo”. Vale mencionar que Farina foi eleito novo membro do Conselho de Administração da empresa na assembleia realizada no último dia 29 de maio. 

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Marfrig (MRFG3, R$ 6,10, -0,81%):
Maior alta do Ibovespa em maio e nesta primeira primeira metade de junho, as ações da Marfrig apresentam queda neste pregão após o Citi rebaixar as ações da empresa de “compra” para “neutro”. Com ganhos de 52,75% no ano, a redução da recomendação sinaliza que o banco não espera novas altas nas ações da empresa neste ano. O preço-alvo dos ativos foi mantido em R$ 6,75. 

Duratex (DTEX3, R$ 9,06, -1,63%):
Outro corte de recomendação dentro do Ibovespa, a Duratex foi rebaixada para underweight (exposição abaixo da média) pelo JPMorgan. As ações da empresa reagem a notícia, atingindo seu menor valor desde julho de 2012, quando chegaram a valer R$ 9,01. Com isso, os papéis da companhia registram queda de 24% em 2014.

Oi (OIBR4; R$ 2,12, 0,00%):
O Banco Espírito Santo reiniciou cobertura no setor de telecomunicações e, além de recomendar compra para as ações da Oi, ainda as colocou como “top pick” no segmento. No ano, os papéis da empresa já acumulam queda de 40,95%, mas estão bem distantes da mínima alcançada na metade de maio, de R$ 1,75.

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Fertilizantes Heringer (FHER3, R$ 9,10, +4,84%)
Ainda refletindo a injeção milionária de capital que a marroquina OCP International Coöperative fará na empresa, as ações da empresa sobem neste pregão. Porém na última sexta-feira, os papéis da companhia tinham atingindo, na máxima do dia, R$ 9,80. Segundo comunicado, a OCP se obrigou a subscrever entre 5.385.712 e 5.686.316 novas ações ordinárias da empresa brasileira, pagando R$ 27 por cada uma delas – valor 252% maior que a cotação ante o anúncio.

A subscrição resultará em uma injeção entre R$ 145,41 e R$ 226,6 milhões, incluindo ações que possam ser subscritas por outros investidores, além da OCP. Se o aumento de capital for implementado, nos termos do contrato de subscrição, a OCP deverá deter uma participação entre 9,5% e 10,5% do capital social da companhia.

Para a analista do Itaú BBA, Giovana Araújo, o acordo é estrategicamente positivo para ambas as empresas. “Para a OCP, implica a alocação garantida de seus produtos em um dos mercados que mais crescem no mundo, num movimento já realizado por outras gigantes de fertilizantes. Já a Heringer terá o apoio de um investidor de peso, pois a OCP é a maior produtora mundial de rocha de fosfato e ácido fosfórico e uma líder no mercado global de fertilizantes”. Ela reforça a recomendação “outperform” (desempenho acima da média do mercado) e comenta ainda que, se o acordo for firmado, o preço justo para a ação FHER3 pode ser elevado dos atuais R$ 12,00  para R$ 13,50.

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BR Properties (BRPR3, R$ 12,83, -3,97%):
A euforia com os dividendos da empresa já perderam fôlego e as ações da companhia, que já fecharam em queda na sexta-feira, estenderam as perdas nesta segunda, liderando a ponta negativa do Ibovespa. A empresa de imóveis havia anunciado a venda de galpões industriais para o grupo Global Logistic Properties Limited (GLP), de Cingapura, e anunciou a distribuição de R$ 1,636 bilhão em dividendos aos acionistas. Em fato relevante divulgado na última quinta-feira, a companhia informou que a transação foi fechada por R$ 2,345 bilhões.

A BR Properties acrescentou que R$ 834,853 milhões serão transferidos posteriormente, “observado o cumprimento de determinadas condições precedentes”, sem dar mais detalhes. Somados, os valores chegam a R$ 3,18 bilhões, mesmo valor anunciado pela companhia para a operação em março, quando informou a venda de 34 galpões industriais e de logística para o GLP depois de encerradas negociações de exclusividade pelos mesmos ativos com a WTGoodman, joint venture entre a construtora brasileira WTorre e a australiana Goodman.

GP Investments (GPIV33, R$ 5,06, +2,43%)
O private equity GP Investments anunciou mais uma venda de participação e viu seus BDRs (Brazilian Depositary Receipts) dispararem até 7,5% nesta segunda, antes de fecharem com uma alta mais amena. Se, na semana passada, o fundo vendeu sua fatia na Sascar para a Michelin, neste domingo foi a vez de vender a empresa de infraestrutura de rede de telecomunicações sem fio BR Towers para uma subsidiária da American Tower Corporation. 

A transação envolve 100% das ações da BR Towers, incluindo participações detidas pelos demais acionistas da empresa, com um valor proposto de R$ 2,18 bilhões. O montante corresponde a um valor aproximado de US$ 250 milhões para a participação de 41% de fundos da GP Investments na BR Towers.

Desde a venda da Sascar, anunciada antes do pregão de segunda-feira passada (9), os BDRs já subiram cerca de 17,7%, mesma variação acumulada em 2014.

Locamerica (LCAM3, R$ 4,28, +3,13%)
O Conselho de Administração da Locamerica aprovou na última sexta-feira programa de recompra de até 10% de suas ações, correspondentes a 3,45 milhões de papéis. O programa poderá ser realizado por decisão de sua diretoria, até 13 de junho de 2015, inclusive.

De maio pra cá, as ações da companhia de locação de veículos já subiram 60%. Mesmo assim, ainda acumulam perdas de quase 40% em 2014.

Lojas Hering (HGTX3, R$ 22,94, -1,76%)
O setor varejista segue tendo dias ruins na Bolsa, sobretudo após dados do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio indicar que tivemos em 2014 o menor nível de vendas no Dia dos Namorados desde 2009. “Os dados reforçam a visão pessimista com o setor de varejo. Este cenário desafiador, com recorde de feriados, encarecimento do crédito, inflação elevada, endividamento da população, deve manter as ações de varejo, principalmente de vestuário, pressionadas no ano de 2014”.

Com a queda de hoje, as ações da Hering acumulam perdas de mais de 20% em 2014.

CPFL Energia (CPFE3, R$ 20,21, -0,64%)
A CPFL é pressionada pela iminente saída de um grande investidor do seu bloco de controle. Na noite de sexta-feira, a Bonaire Participações, que inclui fundos de pensão da Cesp (CESP6) e da Petrobras (PETR3PETR4), anunciou ter contratado o JPMorgan como assessor financeiro para vender sua fatia no bloco de controle da CPFL Energia. A participação detida por esse grupo na CPFL é de 15,1%, segundo dados no site da empresa de energia.

A Bonaire Participações é uma companhia privada controlada pelo fundo de investimentos Energia São Paulo FIA, que por sua vez é um fundo de investimento em ações composto pelos fundos de pensão Fundação Cesp, Petros, Fundação Sistel e Fundação Sabesp. No final de abril, já havia especulações de venda de participação dentro do bloco de controle da companhia.

Santander (SANB11, R$ 15,79, -0,44%
Na noite de sexta-feira, o laudo de avaliação do banco, contratado junto à companhia de consultoria financeira Rothschild, mostrou um valor econômico entre R$ 10,63 e R$ 11,69 para a unit do Santander, cerca de 37% abaixo do preço proposto pela matriz espanhola em 29 de abril (R$ 15,31).

O banco informou ainda que sua matriz fez pedido na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na mesma sexta-feira para registro da oferta de troca de units do Santander Brasil por ações do Santander Espanha. No final de abril, a matriz do banco na Espanha comunicou que iria lançar uma oferta voluntária de aquisição de units no Brasil e nos Estados Unidos envolvendo até a totalidade dos papéis que ainda não detém. A oferta está prevista para ser concluída no 4º trimestre de 2014.

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