Muito além do combustível: o que a mudança de marca de BR Distribuidora para Vibra Energia representa, segundo o CEO

Mudança reforça posicionamento da marca não só como distribuidora de combustíveis, mas como uma empresa de energia

Lara Rizério

Wilson Ferreira Junior, presidente da Vibra Energia

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SÃO PAULO – Na última quinta-feira (19), a BR Distribuidora (BRDT3) anunciou a sua nova marca corporativa: a companhia, desde ontem, passou a se chamar Vibra Energia. Além de evidenciar outras frentes da companhia, representa um novo passo após a saída definitiva da Petrobras (PETR3;PETR4) do capital da empresa, que aconteceu no fim de junho.

A mudança também acontece às vésperas da divulgação do novo plano estratégico na Vibra, previsto para 1 de setembro, que deve reforçar o reposicionamento da marca não só como distribuidora de combustíveis, mas como uma empresa de energia, em um cenário de transição para alternativas compatíveis à economia de baixo carbono.

“Nós não queremos estar vinculados a nenhum produto específico, para que possamos oferecer ao cliente o produto que ele precisa. Queremos que o cliente escolha, que possamos participar dessa escolha e que entreguemos”, afirmou em entrevista ao InfoMoney Wilson Ferreira Júnior, presidente da agora Vibra Energia.

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Ele destacou a a força da marca Petrobras, que deve se manter, mas em algumas atividades que a companhia desenvolve, como é o caso da rede de postos de combustíveis, que seguirá com a marca BR.

“O posto BR é uma atividade que nós licenciamos, pagamos [o licenciamento] para a Petrobras, e entendemos que essa é uma marca muito querida dos brasileiros e que trabalhamos até no follow-on [oferta de ações] da companhia para termos um contrato de licenciamento, com perspectiva de renovação. Então, temos um contrato de dez anos com [possibilidade de] renovação de mais dez anos. Nós temos também a marca BR Aviation, que é uma marca para o abastecimento de aeronaves”, aponta.

Agora, uma nova fase de inicia – mas que já vinha se desenvolvendo há vários meses. Desde a chegada de Ferreira Jr. à empresa, em março, foi contratada uma consultoria para avaliar o tema da transição energética, em um momento em que o tema de transição para energias renováveis ganha cada vez mais força.

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“Não há como, vai haver transição. Além disso, nós também temos uma vocação, de relacionamento com o consumidor”, avalia o executivo, ressaltando a rede de 8 mil postos e as 1,2 mil lojas de conveniência BR Mania.

O executivo ressalta que, para cada uma das alternativas para atingir o consumidor, sendo ele de varejo ou corporativo, a companhia quer atender essa demanda. “Somos quem vai atrás do que o consumidor precisa e entrega, no prazo mais rápido, e com o melhor preço”. Ele ressalta que a Vibra pretende seguir tendo como diferencial sua grande capilaridade logística e por contar uma infraestrutura de armazenamento e transporte robusta.

“Assim, nós mudamos o nome para poder agregar um conjunto de aspirações que nós temos, e a principal delas é ser um parceiro dos nossos clientes na transição energética para que eles possam dispor de vários produtos e serviços que precisarão para fazer a transição”, afirma.

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Entre as etapas para o processo de transição energética, Ferreira Jr. reforça que a companhia objetiva ter como atender as demandas para os combustíveis que farão essa mudança para uma economia de baixo carbono: “hoje vemos mais claramente o gás natural, o GNL fazendo a substituição do óleo diesel e do óleo combustível para a geração e alguns processos industriais, então nós temos que ter um posicionamento nessa área”.

Além disso, a empresa avança no processo de comercialização de energia, além da derivada de combustíveis fósseis, oferecendo novos produtos para o B2B – a empresa conta com uma base de 18,5 mil clientes corporativos. Nesse sentido, no começo desse ano, a companhia concluiu a aquisição de 70% da comercializadora elétrica Targus Energia, anunciada em novembro do ano passado.

O executivo também aponta que há oportunidades a serem desenvolvidas nas lojas de conveniência, levando em conta que a parceria entre a companhia e a Americanas (AMER3) será efetivada no próximo trimestre. E há um grande potencial, já que há muitas oportunidades de melhoria na rede, avalia o executivo.

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“Nós temos 1,2 mil lojas BR Mania no Brasil, que é bastante grande para o varejo, mas que não ganha dinheiro. Estamos formatando esse negócio para que, além de turbinar essas 1,2 mil lojas, possamos crescer e abrir mais mil em 4 anos”, avalia.

A expectativa da parceria com a Americanas é aumentar o suprimento e a variedade de produtos, levando a uma melhora de experiência do usuário, além de criar lojas mais compatíveis com as necessidades da microrregião em que elas estão instaladas.

“Tínhamos só um modelo de lojas. Queremos ter operações compacta, média, grande, todas elas sendo eficientes, com sortimento adequado, que faça sentido, para mudar o conceito de que loja de conveniência é a que não tem nada e que tudo que tem lá custa caro. Conforme [a loja] tiver mais produtos e com um preço melhor, o consumidor vai começar a comprar mais de lá porque é o local mais perto da sua casa”, afirma.

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Ferreira Jr também destacou o programa para aumento da eficiência da companhia, com corte de despesas, que vão desde a mudanças nos planos de saúde da companhia como no aumento da racionalização no segmento de transporte.

Porém, destacou, também houve atuação para melhorar a eficiência da companhia em termos de receita. “Estamos ampliando a fábrica da Lubrax, maior marca de lubrificante do país, fizemos a automação da fábrica e redução de custos, e só nesse negócio já vai trazer mais de R$ 100 milhões para a companhia”, ressaltou.

Na Bolsa, o próximo passo para a transição de BR Distribuidora para a Vibra Energia será a convocação de uma Assembleia para aprovar a mudança também do código de negociação da companhia, que deixará em breve de ser BRDT3. “Assim que for aprovada em Assembleia, anunciaremos o novo ticker”, apontou o executivo.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.