Morgan Stanley faz elevação “dupla” de recomendação para a ação da MRV e reforça otimismo com Cyrela

Os analistas do banco também revisaram as estimativas para Plano&Plano, cortando preço-alvo, mas mantendo recomendação equalweight

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Morgan Stanley revisou a sua recomendação para as ações de algumas construtoras e incorporadoras brasileiras, destacando o forte sell-off dos últimos meses, por conta das taxas de juros e custos mais altos, além de preocupações quanto às perspectivas de crescimento.

Apontando estarem mais construtivos com relação ao futuro e avaliando que os preços atuais proporcionam uma relação atrativa entre risco-retorno, os analistas fizeram uma dupla elevação de recomendação para a MRV (MRVE3), que passou de underweight (exposição abaixo da média do mercado) para overweight (exposição acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 17, o que corresponde a um potencial de valorização de 30% em relação ao fechamento da última quinta-feira (26).

Os analistas mantiveram recomendação overweight para a Cyrela, com preço-alvo de R$ 30, ou um upside de 50% em relação ao fechamento da véspera. Nesta sessão, os ativos MRVE3 avançaram 4,75%, a R$ 13,67, enquanto CYRE3 subiu 6,87%, a R$ 21,31, com essa última ação acumulando um salto de quase 15% na semana.

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De acordo com os analistas do banco, embora as preocupações dos investidores possam ser válidas, eles veem catalisadores claros para a reavaliação das ações.

No caso da MRV, eles esperam uma inflexão nas margens até 2022. “Nossa previsão anterior de queda nas margens foi motivada por nossa visão de que a falta de poder de precificação para moradias de baixa renda em meio ao aumento dos custos de insumos causaria um declínio material nas margens brutas. As margens caíram ainda mais do que o esperado e esperamos que permaneçam deprimidas no curto prazo”, apontam.

Contudo, a visão do banco é que a maior parte dos custos de insumos diminuirá em relação aos picos de 2021. Assim, eles esperam ver as margens subirem novamente para a MRV em 2022, conforme os preços dos insumos caiam.

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“Além disso, acreditamos que os compradores de residências da MRV serão menos afetados por aumentos nas taxas de juros à medida que contam com financiamentos subsidiados, que têm taxas fixas”, apontam.

Além disso, o posicionamento da MRV permite que a empresa consolide participação de mercado de forma melhor do que seus pares menores, já que possui porte e conhecimento operacional para lidar melhor com o aumento dos custos de insumos. “Assim, achamos que é o momento certo para ficar otimista sobre MRV”, reforçam.

Sobre Cyrela, eles esperam um benefício contínuo com o superciclo de crédito e com a demanda reprimida.

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“Continuamos otimistas com as ações da Cyrela, pois esperamos que a empresa continue se beneficiando da oferta de crédito disponível do superciclo de crédito, do desencadeamento da demanda reprimida após uma recessão para as construtoras de quatro anos e com a mudança de visão em relação à propriedade de casas em meio à Covid-19”, sendo que eles avaliam que todos esses temas devem aumentar as vendas em 2022.

Cabe destacar que, também nesta semana, o Bradesco BBI fez projeções otimistas sobre a Cyrela. O banco iniciou a cobertura para CYRE3, que estabeleceu como sua nova escolha favorita (top pick em inglês) entre construtoras de renda média e alta no Brasil, com recomendação outperform e preço-alvo para 2022 em R$ 28.

“Embora reconhecendo algum agravamento nas condições do setor (maiores custos de construção e, em menor grau, taxa de juros mais altas), vemos o valuation sendo punido de maneira excessiva. Esperamos que os direcionadores macros impulsionem os ciclos domésticos no segundo semestre de 2021 e a Cyrela seja o melhor (e mais líquido) veículo para colher os prêmios de uma potencial recuperação”, avaliaram.

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Os analistas do Morgan, por sua vez, também atualizaram as estimativas para a Plano&Plano (PLPL3), cortaram o preço-alvo de R$ 7 para R$ 5, mas mantiveram a recomendação em equalweight (exposição em linha com a média do mercado).

“Aumentamos nossas estimativas de vendas para a empresa, mas reduzimos nossas estimativas de receita líquida, pois um aumento recente nas vendas vem com custos mais altos. Dado um balanço altamente alavancado combinado com taxas mais altas, cortamos nosso preço-alvo em 30%”, apontam. O novo preço-alvo representa um potencial de valorização de 24% frente o último fechamento. Nesta sexta, os papéis PLPL3 subiram 5,94%, a R$ 4,28.

Embora os analistas acreditem que a empresa acabará diluindo alguns desses custos, ela continua sendo um case ainda a ser provado, na visão dos analistas, para ver então se pode voltar às margens líquidas de dois dígitos do passado. “Dito isso, as pressões de custo poderiam ajudá-los a obter participação de mercado de concorrentes menores e menos eficientes”, avaliam.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.