MRV&CO: balanço mostra recuperação, mas ação chega a cair 7% e fecha estável

A maioria dos analistas considera que resultados foram neutro a negativos, com destaque para desempenho de subsidiárias abaixo do esperado

Camille Bocanegra

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A MRV&Co (MRVE3) divulgou seus resultados na noite de ontem (29) e trouxe números menos animadores que o esperado no geral por analistas, fazendo com que as ações caíssem mais de 7%, a R$ 7,08 durante esta sexta-feira (1) e encerrassem a sessão perda de 0,26%. Cabe ressaltar que os papéis da companhia se destacaram entre as maiores quedas do mês de janeiro e caem mais de 30% só em 2024.

A visão do Goldman Sachs, que mantém classificação neutra para o nome, é que os resultados terão impacto neutro a negativo, uma vez que foram considerados mistos na análise. As receitas foram consideradas em linha, com lucros bruto e líquido abaixo das expectativas, de acordo com o banco. O foco da teleconferência, de acordo com os analistas, será a desalavancagem, uma vez que há expectativas de que a companhia detalhe o impacto das margens brutas mais altas nas novas vendas e o quão rapidamente a empresa pode chegar à geração de caixa (invertendo a dinâmica atual, de consumo).

“Acreditamos que um foco importante para os investidores está na perspectiva futura da alavancagem, incluindo as responsabilidades de atribuição de crédito (resultado da venda de recebíveis), sendo este último que aumentou de R$ 358 milhões no 4T22 para R$2 bilhões no 4T23, um aumento quase seis vezes em relação ao ano anterior, e se tornou um ponto-chave de preocupação em nossas conversas”, reforça o banco.

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De acordo com o Itaú BBA, os resultados apresentados corroboram com a visão de recuperação da MRV. O movimento é apoiado, principalmente, por melhoria contínua na margem bruta e crescimento da margem bruta de novas vendas, que chegou a 36,5% em dezembro. O balanço foi considerando pelo banco como ligeiramente positivo, com lucro líquido acima da projeção, considerando os melhores resultados financeiros, e ainda há espaço para melhoria nas frentes da Urba e da Luggo, segundo o BBA.

“No geral, os resultados do 4T23 nos deixam confiantes em nossa projeção, e continuamos a vê-la como uma boa opção para investidores dispostos a assumir mais riscos em busca de retornos mais altos”, comenta. O banco segue recomendando o nome como outperform (performance acima da média, similar à compra), com preço-alvo estabelecido em R$ 12,00 para fim de 2024.

O Bradesco BBI considera que a recuperação da margem da MRV manteve ritmo considerado decente no quarto trimestre de 2023, mas a expectativa não atendida de geração de caixa em 2023 (ainda que esperada) se destaca como ponto negativo. A Resia, subsidiária nos EUA, continua enfrentando cenário desafiador e trouxe peso negativo para o balanço. O nome ainda é visto como outperform pelo BBI, com preço-alvo estabelecido em R$ 15,00.

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A Genial reforça que resultados não foram animadores, com destaque positivo para a operação de incorporação Brasil enquanto as principais subsiárias, Luggo, Urba e Resia, trouxeram resultados negativos.