MRV (MRVE3) mostra aumento de vendas, mas consumo de caixa ainda é atenção; ação sobe

Ações da construtora operam em alta de 0,62% após divulgação de dados trimestrais

Ana Paula Ribeiro

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A incorporadora MRV (MRVE3) apresentou dados operacionais que mostraram o aumento dos lançamentos e da velocidade de venda, no entanto, o consumo de caixa chamou a atenção de analistas, que consideraram o resultado como marginalmente negativo.

Ao final da sessão, as ações da MRV terminaram com alta de 2,34%, cotadas a R$ 6,56. Em abril, os papéis recuam 15,7% e, no acumulado de 2024, 41,59%.

As vendas líquidas da MRV totalizaram R$ 2,13 bilhões no 1º trimestre de 2024, crescimento de 18,4% em comparação com igual período de 2023. Já a velocidade de vendas (VSO) foi de 33,1% no 1T24, alta de 11,1 pontos percentuais na comparação ano a ano.

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Apesar desse desempenho, os analistas do Bradesco BBI viram como preocupante a queima de caixa registrada no período.

“Apesar dos sólidos dados de lançamentos e vendas (a velocidade de vendas melhorou 11 pontos percentuais ano contra ano mesmo com lançamentos quase três vezes acima do primeiro trimestre de 2023), a unidade de negócios da MRV Development queimou aproximadamente R$18 milhões no primeiro trimestre de 2024, mesmo após vender quase R$630 milhões em recebíveis”, avaliaram.

MRVE3: prévia operacional

Nas contas do Bradesco BBI, essa venda de recebíveis de financiamentos imobiliários deve ter gerado uma entrada líquida no caixa de cerca de R$ 400 milhões.

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Apesar da queima de caixa no primeiro trimestre, a expectativa é de um alívio para o segundo trimestre, uma vez que a MRV já fez a contabilização de cerca de um terço dos terrenos a pagar, no valor de R$ 750 milhões.

A recomendação foi mantida em “outperform” (previsão de desempenho acima do índice de referência).

O Itaú BBA também classificou o resultado operacional como ligeiramente negativo. “Acreditamos que o sólido desempenho em lançamentos e vendas da MRV, juntamente com a redução do consumo de caixa na (operação dos EUA) Resia (considerando um trimestre sem vendas de projetos), devem ser parcialmente compensados pelo desempenho de caixa na operação brasileira.”

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney