Movida reverte prejuízo e lucra R$ 78,2 milhões no 3º tri com guinada em locações

Companhia conseguiu aumentar rentabilidade do "rent a car" cobrando tarifas mais altas

Mitchel Diniz

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A Movida (MOVI3), empresa de locação de veículos e gestão de frotas do grupo Simpar (SIMH3), registrou lucro líquido de R$ 78,2 milhões no terceiro trimestre de 2024, revertendo o prejuízo de R$ 65,7 milhões do mesmo período em 2023. O lucro líquido ajustado da companhia, que desconsidera efeitos pontuais, foi de R$ 90,6 milhões, ante prejuízo de R$ 63,7 milhões um ano antes.

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Era para ser um trimestre sazonalmente mais fraco, mas o período trouxe números recordes, diz a companhia. É o caso do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado, de R$ 1,248 bilhão, com alta de 43,7%.

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Gustavo Moscatelli, CEO da Movida, atribui o desempenho à reprecificação de diárias no segmento de rent-a-car (RAC) e de contratos na linha de gestão e terceirização de frotas (GTF) junto a “uma gestão de custos e despesas com muita austeridade”, afirmou o executivo ao InfoMoney

Entre julho e setembro deste ano, a Movida registrou receita líquida de R$ 3,776 bilhões. O montante é 34,5% maior que o obtido um ano antes. 

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Maior rentabilidade no segmento de locação

Do total do faturamento, R$ 1,745 bilhão veio da locação de veículos, segmento que arrecadou 34,5% a mais no período. A companhia está conseguindo recompor o valor das diárias, que por algum tempo não acompanhou a valorização dos automóveis adquiridos. 

A tarifa consolidada de RAC cresceu 14,1% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, com a diária média chegando a R$ 142. Por outro lado, o tíquete médio de aquisição da frota no trimestre sofreu uma queda de 4,9% na mesma base de comparação, para R$ 78 mil, à medida que a presença de carros mais populares cresce dentro do mix. Assim, a rentabilidade medida pela taxa de retorno (yield) de RAC atingiu o guidance da companhia para 2024, chegando a 4,2% ao mês. 

“A demanda se mostrou muito resiliente, aceitando essa nova precificação”, diz Moscatelli. “E esse processo não se exauriu. A precificação vai continuar nos próximos períodos, ainda mais com esse cenário macroeconômico de elevação da taxa de juros”. O Ebitda de RAC foi de R$ 1,255 bilhão, com alta anual de 48,3%. 

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Gestão e terceirização de frotas cresce mais de 50%

Em GTF, segmento que está ganhando mais representatividade na Movida, a receita cresceu 53,1% para R$ 889 milhões. O Ebtida, atingiu R$ 676 milhões, com alta de 56,8%. E a receita mensal média por carro foi de R$ 2.696 no trimestre, com expansão anual de 23%. 

Com o crescimento de novos contratos nessa linha de negócios, a empresa diz ter uma receita futura contratada de R$ 6,9 bilhões. “É um segmento que traz mais previsibilidade para o resultado, o fluxo de caixa e dá mais estabilidade à empresa em períodos com volatilidade macroeconômica”, explica o CEO.

Não à toa, a gestão e terceirização de frotas recebe, atualmente, 61% do capital investido pela companhia – outro guidance para 2024 que foi atingido pela Movida antes do final do ano. 

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Seminovos, custos, dívida e caixa

A receita líquida de seminovos cresceu 48,4%, para R$ 2 bilhões ante o terceiro trimestre de 2023. Entre julho e setembro deste ano, a Movida vendeu 30,6 mil carros, 49,1% a mais que um ano antes. O preço médio por carro vendido se manteve estável nessa mesma base de comparação, em R$ 67.729. 

A frota média da companhia terminou o trimestre com 248 mil veículos. Desse total, 217 mil estavam em operação, sendo 124 mil em GTF (alta de 21,9%) e 87 mil em RAC (crescimento de 10,3%). 

Ainda que a empresa tenha conseguido obter uma redução de custos em rent-a-car da ordem de 10%, na operação consolidada essa linha do balanço cresceu 45,2%, para R$ 2,71 bilhões.  

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A Movida terminou o terceiro trimestre com uma dívida de R$ 14,1 bilhões, 5,5% maior que um ano antes. O indicador de alavancagem da companhia (dívida líquida/ Ebitda), por outro lado, recuou pela primeira vez no ano, para 3,1 vezes. A empresa também terminou o período com R$ 4 bilhões em caixa. 

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados