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O Morgan Stanley mantém uma visão positiva para o terceiro trimestre de 2025 e para o ciclo de afrouxamento monetário de 2026, mas demonstra cautela em relação aos riscos regulatórios de longo prazo.
Nesse contexto, o banco elevou a recomendação para Cogna (COGN3) de underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro), devido ao bom momento dos lucros, que cria catalisadores no curto prazo e ajuda a equilibrar riscos regulatórios no longo prazo. O preço-alvo passou de R$ 2,90 para R$ 4.
Por outro lado, o Morgan Stanley rebaixou Yduqs (YDUQ3) de equalweight para underweight e o preço-alvo de R$ 15,50 para R$ 14, citando margens fracas e desafios para cumprir o guidance de lucro por ação em 2025 e gerar caixa em 2026. O banco também destacou sua preferência relativa por Cogna ante Yduqs no curto prazo.
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Com isso, as ações YDUQ3 caíram 2,37%, a R$ 13,60 nesta quarta-feira (5), enquanto COGN3 subiu 1,33%, a R$ 3,81.
Já olhando para 2026, as preferidas passam a ser Ânima (ANIM3) e Ser Educacional (SEER3), ambas com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), por combinarem bons resultados, sensibilidade a juros e proteção regulatória. O preço-alvo é de, respectivamente, R$ 5,50 e R$ 14,50.
Ventos favoráveis de curto prazo versus riscos regulatórios no longo prazo
O Morgan Stanley observa que o bom desempenho na captação do 3T25, a gestão da dívida e o início do ciclo de cortes de juros sustentam revisões positivas de lucro no curto prazo. Entretanto, o impacto das novas regras regulatórias tende a se intensificar a partir do segundo semestre de 2026.
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Apesar de manter uma visão negativa sobre o efeito da regulação, o banco adia sua materialização por conta da implementação gradual. As novas modalidades (presencial, híbrido e EAD) que entram em vigor em setembro de 2025 tiveram pouca influência sobre o ciclo do 3T25, já que o processo de matrícula estava quase concluído. Dessa forma, os efeitos devem começar a aparecer no 1T26.
Segundo relatóro, os custos também devem aumentar de forma gradual, com adesão total às novas regras prevista para meados de 2027.
Em simulações anteriores, o banco estimava que o impacto regulatório poderia reduzir até 30% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 2024 das companhias, caso as medidas fossem aplicadas de uma só vez. Ainda assim, o Morgan Stanley adota uma postura taticamente otimista, diante dos catalisadores positivos esperados nos próximos meses.
Corrida pré-regulação
O Morgan acredita que o volume de novas matrículas deve ser positivo, sustentado pela demanda resiliente e por campanhas do tipo “última chance antes das novas regras”. As empresas adotaram políticas de preços mais agressivas no EAD para cursos que estão migrando para o modelo híbrido (como saúde, engenharia e licenciatura) ou que serão descontinuados (como enfermagem).
Ciclo de queda da Selic
Embora as projeções de consenso já considerem reduções na Selic, os estrategistas do banco acreditam que a confirmação do ciclo de cortes pode atrair fluxos mais fortes para a renda variável, especialmente em um momento em que a alocação doméstica em ações, historicamente ligada à taxa Selic, está em níveis historicamente baixos.
Além disso, uma possível eleição presidencial de viés pró-mercado em 2026 pode dar suporte adicional às ações mais sensíveis aos juros, caso as taxas de longo prazo também comecem a ceder — cenário ainda não precificado.
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Revisões de lucros impulsionadas pela gestão de passivos
Apesar das projeções operacionais permanecerm amplamente inalteradas, o Morgan Stanley elevou as projeções de lucro por ação (EPS) para a maioria das empresas, refletindo menores spreads de dívida e desalavancagem.
As despesas financeiras estão caindo ou estáveis em relação ao ano anterior.
“Após a reprecificação dos múltiplos no início de 2025, os preços das ações continuam sustentados por revisões positivas de lucro, o que até gerou certa diluição do P/L (preço sobre lucro), abrindo espaço para nova revalorização à frente”, destacam analistas.
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