Mitre (MTRE3): o que a compra da marca Daslu significa para a construtora?

Colaborações com marcas de luxo vêm se tornando tendência no setor imobiliário para atrair público de alta renda

Vitor Azevedo

Linha Haus Mitre chega agora ao seu quarto empreendimento: o Haus Mitre Pinheiros.

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A construtora Mitre (MTRE3) anunciou nessa quarta-feira (8) a compra da Daslu, em mais uma movimentação que envolve uma companhia do setor imobiliário e uma marca de luxo, buscando atender o público de alta renda – o que, no geral, vem sendo visto como positivo.

Antes da Mitre, a Lavvi ( LAVV3) anunciou ano passado um empreendimento em conjunto com a grife Versace. Já a Gafisa (GFSA3) divulgou em novembro a construção de um prédio em parceria com a Lamborghini e a Cyrela (CYRE3), em setembro, fez o pré-lançamento de uma colab a Porsche.

“A aquisição da marca Daslu pela Mitre segue uma tendência recente de pares, que vêm lançando projetos de marca que trazem resultados positivos”, comentam os analistas Bruno Mendonça e Pedro Lobato, do Bradesco BBI, em relatório.

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O BBI, contudo, pontua que a estratégia da construtora difere um pouco das apresentadas até então pelos seus pares – uma vez que esses buscaram fazer parcerias e não aquisições.

“A Mitre inova um pouco ao adquirir de fato os direitos sobre a marca Daslu, mas vemos a iniciativa como interessante e com viés positivo, principalmente considerando que o valor pago não muda o jogo para a posição de caixa da empresa”, pontuam os analistas.

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Para eles, o valor de R$ 10 milhões desembolsado para adquirir os direitos da Daslu perpetuamente está em linha com os custos envolvidos no licenciamento de marcas de topo para um único projeto, mesmo que seja difícil quantificar o impacto real da movimentação, bem como os ganhos financeiros.

Para a Eleven, a Mitre se baseia ainda no que a JHSF (JHSF3) faz com a Fasano. “Acreditamos que o mercado de luxo é um nicho que possui uma demanda recorrente e estável independente do momento de mercado”, pontuam os analistas da casa de research.

O presidente da Mitre, Fabrício Mitre, afirmou que o racional por trás da transação está na leitura de que a Daslu será complementar aos imóveis oferecidos pela companhia, que tem como foco o mercado imobiliário de alto e altíssimo padrão em São Paulo. A marca vai virar uma espécie de grife de prédios classe A. “Temos alguns lançamentos nos Jardins [bairro nobre da cidade] e queremos ofertar mais do que apartamentos, mas serviços e comodidades aos clientes”, afirmou.

A Mitre ainda não abriu detalhes de sua estratégia e como utilizará a marca Daslu, já que o aval final da transação precisa ser dado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), por se tratar de um leilão judicial de falência.

“Vemos a notícia como neutra e mantemos nossa recomendação de compra”, diz a Eleven, que tem preço-alvo de R$ 14 para as ações da Mitre, upside de 175% frente ao preço de abertura desta quinta-feira, de R$ 5,09. O Bradesco BBI, por sua vez, se mantém neutro para os papéis, com preço-alvo de R$ 15, com potencial de alta de 194,6%.

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