Minerva dispara 8% com reabertura do mercado russo, enquanto BRF e JBS ficam de fora; Gol salta 66% em outubro

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (31)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O último pregão do mês foi marcado por uma sessão de ajuste na Bolsa após um forte movimento de alta no mês de outubro, com ganhos de 10,18% na esteira do rali com o impulso para a candidatura e posteriormente a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a presidência da República.

Em destaque no período, as ações da Gol (GOLL4) subiram 66% em meio a uma combinação de queda do dólar e da notícia de incorporação da Smiles (SMLS3), que fez, inclusive, com que os papéis SMLS3 despencassem 18% no mesmo período, sendo a segunda maior queda do Ibovespa. A queda só não foi maior do que a registrada pela Suzano (SUZB3), de 21,28%, que devolveu parte das fortes altas registradas no ano em meio à queda do dólar. 

Já nesta quarta, o destaque fica para os papéis do Santander Brasil (SANB11), que caíram forte após os balanços, assim como a RD (RADL3), enquanto a Cielo (CIEL3) subiu mais de 4%. Atenção ainda para o setor de frigoríficos, com destaque para a alta expressiva das ações da Minerva (BEEF3) com a abertura do mercado russo que, contudo, não contemplou a BRF (BRFS3), que chegou a subir com a notícia num primeiro momento, e a JBS (JBSS3). Confira os destaques desta quarta-feira (31):

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Minerva (BEEF3)

Após proibir as importações de carnes bovina e suína do Brasil em novembro de 2017, a Rússia anunciou a reabertura de seu mercado, segundo informou e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. No entanto, a reabertura russa é bastante limitada e não contempla BRF e JBS, que são as maiores produtoras de carne suína e bovina do país, respectivamente.

 

Petrobras (PETR3; PETR4)

Após abrirem em alta seguindo a disparada da véspera, os papéis da Petrobras fecharam com queda com os investidores realizando parte dos lucros e seguindo a baixa do petróleo no mercado internacional. Em destaque para a companhia, o Senado adiou para esta quarta-feira a votação da urgência para projeto de cessão onerosa de petróleo.

Além disso, segundo a Reuters, a Petrobras poderá obter mais US$ 20 bilhões até o próximo ano caso sejam realizadas as vendas de todos os projetos já anunciados para desinvestimentos.

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Dentre os acordos que podem ser concluídos neste ano está a venda da refinaria Pasadena, no Texas, para a Chevron, embora o negócio não deva recuperar o enorme investimento feito pela empresa no ativo. Além disso, a venda de gasodutos no Nordeste também seria importante para atingir o montante projetado para ser realizado até 2019.

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Ainda no radar de Petrobras, Paulo Guedes, indicado por Jair Bolsonaro (PSL) como o futuro “superministro” da Fazenda, terá que disputar com a ala militar o comando da estatal. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Roberto Castello Branco, ex-Vale também estaria interessado no cargo.

Com relação à explosão na refinaria de Paulínia (Replan), a Petrobras anunciou ao G1 que a retomada integral deve ocorrer em fevereiro de 2019. Enquanto isso, a liberação das áreas afetadas deve ocorrer de forma gradativa: unidade de craqueamento catalítico em dezembro e a de destilação no próximo ano.

Sabesp (SBSP3)

João Doria, eleito governador de São Paulo, disse ao jornal Valor Econômico que deve manter a Sabesp sob comando do Estado, mas ampliar, no limite máximo, sua capitalização internacional, destinando os recursos à ampliação dos programas de saneamento, coleta e processamento de lixo.

Doria também optou por trocar a presidente da empresa, Karla Bertocco.

RD (RADL3)

A rede de farmácias RD apresentou um lucro líquido de R$ 128,8 milhões no terceiro trimestre deste ano, resultado 5,6% inferior ao apresentado no mesmo período do ano anterior, mas 3,5% acima da estimativa do mercado. No período, a companhia registrou uma desaceleração do crescimento de vendas nas mesmas lojas e aumento de despesas.

O Ebitda ficou praticamente estável, a R$ 295,25 milhões, enquanto a margem Ebitda recuou para 7,5%, ante 8,3% um ano atrás. No conceito mesmas lojas, as vendas da companhia cresceram 0,8%, contra 7,6% no mesmo período de 2017 e 2,5% no segundo trimestre.

Enquanto a receita bruta consolidada cresceu 10,2%, para R$ 3,94 bilhões, as despesas com vendas aumentaram 14,5%, para R$ 735,4 milhões, e as gerais e administrativas, 5,6%, para R$ 86,1 milhões.

Em relatório intitulado “uma pílula mais ácida para engolir”, a Brasil Plural afirma que os resultados da companhia vieram fracos e que contribuem para acentuar o mal momento da companhia. Segundo eles, apesar de estar expandindo para outras regiões, RD parece estar perdendo espaço no estado de São Paulo.

“A companhia deve prestar atenção para garantir que não perca sua força no estado, uma vez que outros competidores bem estabelecidos podem certamente pegar parte da participação do mercado se ela escorregar – e não será fácil de pegar de volta”, escrevem os analistas.

Cielo (CIEL3)

A Cielo teve um lucro líquido de R$ 812,8 milhões no terceiro trimestre – queda de 20,4% com relação ao mesmo período de 2017. A receita líquida operacional veio em linha com as expectativas do mercado, a R$ 2,96 bilhões.

O Ebitda (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações, na sigla em inglês) veio abaixo do esperado: R$ 1,15 bilhão, queda de 11,2%. Já as despesas gerais e administrativas fecharam o trimestre em R$ 6,2 milhões, aumento de 69,5% ante os R$ 3,7 milhões gastos pela mesma área no ano passado.

“A Cielo passou por mais um trimestre desafiador do ponto de vista competitivo. Entretanto, a estabilização de algumas métricas indicam que a empresa pode estar começando a ver o reflexo de suas iniciativas em marketing, novos produtos e posicionamento”, escrevem os analistas da equipe de research da XP Investimentos. Veja a análise completa clicando aqui. 

Eletropaulo (ELPL3)

A Eletropaulo registrou um lucro líquido de R$ 2,791 milhões no terceiro trimestre deste ano, uma queda de 95,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado reflete, entre outros motivos, o resultado financeiro negativo em R$ 217,4 milhões.

A receita líquida da companhia cresceu 11,6% no trimestre, para R$ 4,2 bilhões, enquanto o Ebitda caiu 9,1% para R$ 366,8 milhões. Já os custos e despesas operacionais tiveram aumento de 12,4% no trimestre, para R$ 3,4 bilhões.

Ainda no radar de Eletropaulo, Max Xavier Lins ocupará o cargo de diretor presidente da companhia em 1º de novembro, substituindo o executivo Charles Lenzi.

Santander Brasil (SANB11)

O Santander Brasil anunciou um lucro líquido gerencial, que não exclui o ágio de aquisições, de R$ 3,108 bilhões no terceiro trimestre deste ano, valor 20,2% que no mesmo período de 2017 e em linha com as projeções do mercado.

A carteira de crédito ampliada do banco foi a R$ 380,713 bilhões ao final de setembro, incremento de 3,4% ante o fim de junho. Na pessoa física, o crédito alcançou saldo de R$ 125,336 no período, alta de 4,6%. Já a carteira de pessoa jurídica totalizou R$ 125,823 bilhões.

O Santander encerrou setembro com R$ 769,990 bilhões em ativos totais, cifra 4,2% maior ante o fim de junho e 13,8% superior em um ano. Seu patrimônio líquido foi a R$ 64,824 bilhões, elevação de 3,7% e 5,3%, nesta ordem.

De acordo com o BTG Pactual, o resultado foi forte como de costume, mas que não deve trazer as mesmas revisões positivas de lucro que houve nos últimos trimestres, ao mesmo tempo em que a receita veio mais fraca que o esperada, com margem financeira de crédito e taxas caindo na base trimestral. “Como expectativas agora são mais altas para o Santander Brasil por conta do seu valuation premium”, apontaram os analistas, que destacaram que os papéis poderiam ter queda tento em vista essa avaliação. 

Forjas Taurus (FJTA3;FJTA4)

As ações da Forjas Taurus tiveram sua terceira sessão de forte queda, com baixa de mais de 60% desde a eleição de Jair Bolsonaro após o rali antes da eleição do nome do PSL.

Antes, os papéis registraram ganhos de quase 1.000% desde setembro e os negócios, anteriormente com liquidez baixíssima, passaram a frequentar o ranking dos maiores volumes na Bolsa. 

Sem nenhuma notícia nova ou mudança nos fundamentos da empresa, a corrida eleitoral tinha dado novo fôlego para uma ação antes esquecida e desacreditada pelo mercado simplesmente pelo fato de Bolsonaro ser amplamente favorável ao uso de armas de fogo. 

Em entrevistas transmitidas na noite de segunda-feira (29), o presidente eleito falou em “abandonar o politicamente correto” quando comentou sobre o afrouxamento das regras para a posse de arma e a flexibilização do porte em nome da “legítima defesa”. A idade mínima para o acesso ao armamento cairia de 25 para 21 anos.

Essa informação não deveria trazer novo fôlego para as ações de uma fabricante de armas? Não para a Forjas Taurus. O movimento de forte alta antes das eleições foi puramente especulativo e acabou gerando um efeito manada entre os investidores pouco informados. Isto porque Bolsonaro já disse que pretendia “quebrar o monopólio da Taurus” no mercado brasileiro de armas e munições. Veja análise completa clicando aqui

 

Ecorodovias (ECOR3)

A Ecorodovias apurou um lucro líquido de R$ 94,7 milhões, uma queda de 24,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida pró-forma (excluindo a receita de construção) atingiu R$ 629,8 milhões no trimestre, abaixo das estimativas do mercado.

O Ebitda pró-forma (excluindo receita e custo de construção e provisão para manutenção) ficou em R$ 442,2 milhões, com margem de 70,2%. A dívida líquida, por sua vez, foi de R$ 4,56 bilhões.

Na opinião do Bradesco BBI, os resultados vieram sólidos e a companhia oferece o “risco-retorno mais atrativo” quando comparado a seus peers. Além disso, os analistas acreditam que a empresa deva continuar perseguindo novas oportunidades no setor de concessionárias.

Smiles (SMLS3)

A Smiles apurou um lucro líquido de R$ 212,1 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 37,5% ante o mesmo período do ano anterior. O Ebitda veio em R$ 231,3 milhões, com margem de 87,8%.

O programa de milhagem atingiu 14,8 milhões de participantes no trimestre, uma expansão de 16,2%. Também houve aumento no volume de vendas acumuladas (alta de 18,8%) e de resgate de milhas (alta de 33,7%).

Vale (VALE3) e siderúrgicas 

A Vale avança de olho no exterior, que registra forte alta. Além disso, o UBS elevou a recomendação para os ADRs de venda para neutra. Os papéis de siderúrgicas, como Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4) e  CSN (CSNA3) também registram ganhos. 

Arezzo (ARZZ3)

A Arezzo registrou uma receita líquida de R$ 410,4 milhões no último trimestre, um aumento de 10,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido foi de R$ 40,2 milhões, alta de 6,6%.

De junho a setembro, o crescimento de vendas nas mesmas lojas foi de 1,6%, com um total de 13 lojas líquidas inauguradas. O Ebitda totalizou R$ 70,7 milhões, um crescimento de 8,1%, com margem Ebitda de 17,2%.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.