Mineradores de Bitcoin desistem do negócio e desligam as máquinas

A dificuldade de mineração, que mede a competição pela atividade, registrou a maior queda desde julho de 2021

CoinDesk

Fazenda de mineração de Bitcoin

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A dificuldade para minerar Bitcoin (BTC) caiu 7,32% nesta terça-feira (6), com os mineradores desligando as máquinas em meio ao período prolongado de baixa no mercado que corrói os lucros da atividade.

Mineradores precisam vender Bitcoin para custear operações, portanto a queda de preços atinge diretamente a saúde do negócio. Ao desligarem as máquinas, essas empresas impactam na dificuldade de mineração, que muda automaticamente conforme ditado pelo software da criptomoeda e se refere ao poder computacional exigido para “criar” blocos (arquivo com transações) na blockchain.

O ajuste atual na rede do Bitcoin representa a maior queda na dificuldade desde julho de 2021, mostram dados do pool de mineração BTC.com. Naquele mês, vários mineradores abandonaram a rede após a proibição da atividade na China. Na época, o país era o maior centro de mineração de criptomoedas do mundo.

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A dificuldade de mineração se ajusta automaticamente de acordo com o hashrate (poder computacional) disponível, de modo a manter o tempo necessário para minerar um bloco de BTC estável em cerca de 10 minutos: quanto mais mineradores estiverem trabalhando, maior será a dificuldade.

Nos últimos meses, os mineradores de Bitcoin foram afetados pela queda no preço do Bitcoin, que impactou na receita e se aliou ao já crescente aumento na conta de eletricidade, fazendo subir também os custos da operação. Grandes mineradoras como a Core Scientific e a Argo Blockchain estão lidando com crises de liquidez, enquanto a Compute North entrou com pedido de recuperação judicial.

A situação foi agravada por máquinas novas e mais eficientes sendo entregues e mais mineradores entrando na atividade – alguns projetos iniciados meses atrás foram concretizados, elevando o hashrate e, assim, evidenciando maior competição no ramo. Entre o início de agosto e o último ajuste, em 21 de novembro, o hashrate e a dificuldade aumentaram um terço.

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A realidade do inverno cripto agora parece ter alcançado a indústria de mineração, e os mineradores de BTC estão desligando suas máquinas. O hashrate começou a cair em meados de novembro, mas ainda está bem acima dos níveis observados após a repressão da China à indústria.

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A lucratividade da mineração caiu cerca de 20% no mês passado, de acordo com o indicador de preços da mineradora Luxor.

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​​Nesses “níveis de rentabilidade reduzidos, mesmo os mineradores que usam máquinas com eficiência energética, como a Antminer S19j Pro, precisam de acesso à eletricidade com preço inferior a US$ 0,08 por kWh”, disse Jaran Mellerud, analista da Luxor. Embora o preço médio da energia na rede seja de cerca de US$ 0,05 por quilowatt-hora (kWh), muitos mineradores estão pagando cerca de US$ 0,07 a US$ 0,08 por kWh, falou Mellerud. (Os valores são referentes aos Estados Unidos, onde a empresa está localizada).

Além disso, os preços da energia aumentaram nos últimos dias, juntamente com o gás natural. “Os mineradores que compram eletricidade à vista e já operam perto do ponto de equilíbrio podem ter visto seus preços de eletricidade subirem o suficiente para colocar suas operações em território de fluxo de caixa negativo”, disse Mellerud.

A queda do hashrate e da dificuldade não deixam a rede mais vulnerável a ataques. O poder de computação está distribuído entre cinco grandes pools de mineração e outros 12 menores, mostram dados do BTC.com.

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